10 de abril de 2018

Convites para a Vuelta sem surpresas e a abrir a porta a três ciclistas portugueses

A Euskadi-Murias recebeu um muito desejado convite para a Vuelta
A subida da Burgos BH e da Euskadi-Murias ao escalão Profissional Continental, onde só estava a Caja Rural, representa uma melhoria nas condições das equipas espanholas, pelo que era expectável que fossem premiadas com a presença na Vuelta. Afinal um, senão o, principal objectivo para os patrocinadores que investiram nestes projectos. O director da corrida, Javier Guillén, já tinha deixado indicações que os convites para a próxima edição da Volta a Espanha seriam entregues às equipas do país, sobrando um, que ficou para a francesa Cofidis. Mas também aqui não há surpresa, pois esta é uma marca que tem investido muito no ciclismo de Espanha, inclusivamente no apoio às selecções.

A alegria de uns é a grande desilusão de outros, principalmente da Aqua Blue Sport e da Manzana Postobón. A irlandesa recebeu um dos convites em 2017 e logo no seu ano de estreia no ciclismo. Depois das peripécias de ter visto o seu autocarro arder e de ter a portuguesa LA Alumínios-Metalusa-BlackJack a ceder o seu, a Aqua Blue Sport conseguiu vencer uma etapa, por intermédio do austríaco Stefan Denifl. O director, Rick Delaney, escreveu nas redes sociais estar "furioso" com a situação, questionando os critérios de escolha.

"No ano passado não tínhamos história e conseguimos alguns convites fantásticos, este ano temos alguma história positiva e temos poucos ou nenhuns convites. Investi milhões neste desporto [...]. Sem corridas significa que não há tráfego no site, que significa que não há vendas e, logo, não há financiamento para a nossa equipa", lê-se. Delaney critica ainda nem ter havido a cortesia de um telefonema a dizer que a Aqua Blue Sport tinha sido preterida.

Já a colombiana Manzana Postobón, de Ricardo Vilela, foi principalmente uma animadora nas fugas, com o holandês Jetse Bol a ser uma das figuras da primeira semana, quando chegou a figurar no top dez.

Desta feita ficarão de fora, assim como a CCC Sprandi Polkowice. A equipa polaca de Amaro Antunes sabia que as possibilidades eram quase nulas, mas depois de ficar de fora da Volta a Itália, restava sonhar com a Vuelta, mas nada feito. Porém, as escolhas feitas podem permitir ter três portugueses na corrida. Na Caja Rural, Rafael Reis poderá repetir a presença de 2017 (foi 132º), com Joaquim Silva a ter em perspectiva uma estreia em grandes voltas.

Já para José Mendes poderá ser o regresso, ele que conta com duas participações na Vuelta, em 2013 (22º) e 2016 (54º), num total de cinco grandes voltas: dois Tours e um Giro. O ciclista português foi um dos reforços da Burgos BH, depois de cinco temporadas na estrutura da actual Bora-Hansgrohe.

Na Euskadi-Murias a notícia foi recebida efusivamente. "É um momento importante para o ciclismo basco e para o desporto basco em geral", salientou Jon Odriozola, director da equipa. Desde que a popular Euskaltel-Euskadi terminou, que no País Basco há muito se aguarda pelo aparecimento de uma estrutura que dê de novo àquela região uma referência no ciclismo. Nas provas em que tem participado, a Euskadi-Murias tem assumido sempre uma postura atacante, procurando estar nas fugas. E poderemos comprovar isso já a partir de sexta-feira, pois a formação basca, juntamente com a Burgos BH, será uma das equipas estrangeiras a marcar presença no Grande Prémio Internacional Beiras e Serra da Estrela. Estas duas formações espanholas têm sido presença regular em Portugal nos últimos anos, tal como a Caja Rural.

A Cofidis irá gerar um interesse maior do que em anos anteriores, pois a equipa contratou os irmãos Herrada, José e Jesús, que durante grande parte das suas carreiras foram duas figuras da Movistar, a única equipa espanhola no World Tour. Os Herrada juntaram-se a Luis Ángel Maté e Daniel Navarro.

A Volta a Espanha começa a 25 de Agosto com um contra-relógio de oito quilómetros em Málaga. Madrid consagrará o campeão a 16 de Setembro.

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