(Fotografia: Twitter Liège-Bastogne-Liège) |
Bob Jungels acabou por ser o último ciclista a ganhar em Ans, pelo menos durante alguns tempo. Há alguns meses que se falava com alguma intensidade da possibilidade do percurso do monumento mais antigo ser alterado, visto ter-se tornado uma corrida algo previsível. A confirmação já chegou: a corrida irá fazer jus ao seu nome e regressar a uma meta no centro de Liège, 28 anos depois de ter sido desviada para Ans, que fica na região de Liège, mas mais afastada da cidade.
"A tradição não proíbe mudanças! Apesar da ASO estar ligada à história dos eventos que organiza, também se mantém aberta a mudanças para refrescar a imagem." A justificação da Amaury Sport Organisation (ASO) até é interessante, visto que muitas vezes é acusada de estar presa às escolhas mais tradicionais nas corridas, com destaque para a Volta a França. A Liège-Bastogne-Liège já algum tempo que tinha caído na previsibilidade, com várias subidas a fazer alguma selecção nos candidatos, mas com a última dificuldade em Ans a ser onde se decidia o monumento. Jungels quebrou um pouco essa rotina ao ter escapado antes ao grupo de favoritos e ter alcançado uma vitória a solo.
Os organizadores consideram que as alterações irão tornar o "formato mais condizente com o nome da corrida". "A mudança do local da meta é essencialmente feito por critérios desportivos, com intenção de tornar o final da corrida ainda mais atractivo", explicou a organização, num comunicado.
A última fez que o até então tradicional final no centro de Liège foi o local da consagração, o vencedor foi o italiano Moreno Argentin, em 1991. Agora é preciso aguardar para saber como irão ser distribuídas as subidas que compunham a fase decisiva da corrida e em 2019, 28 anos depois, a La Doyenne regressa, de certa forma, a casa. Até então, só em 1972 tinha fugido à tradição, com um final em Verviers. Também já era falado que se a mudança viesse a confirmar-se, sendo potencialmente um final mais plano, poderá chamar novamente outro tipo de ciclistas, com Peter Sagan e Greg van Avermaet logo à cabeça. Mas primeiro será preciso conhecer o novo percurso.
Onde não se irá mexer é no muro de Huy. Apesar da Flèche Wallonne andar a sofrer um pouco do mesmo mal da Liège-Bastogne-Liège, ou seja, acaba por ser algo previsível que a vitória se vai discutir na mítica subida, ainda assim, esta é uma tradição que continua a resultar a nível de espectáculo. Irá manter-se pelo menos até 2024. Já os locais do início continuarão a ser alterados para irem mostrando várias zonas da Valónia. E em 2019 será Ans a receber o arranque da Flèche Wallonne. Uma forma de compensar a perda da Liège-Bastogne-Liège.
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