(Fotografia: © Giro d'Italia) |
Vinte e cinco anos depois Miguel Indurain voltou a ter nas suas mãos o troféu do Giro. Foi primeiro espanhol a conquistar a grande corrida italiana e a ser o primeiro ciclista a fazê-lo em duas edições consecutivas desde Eddy Merckx, nos anos 70 - e nunca mais ninguém o fez -, foi vencedor de quatro etapas... Indurain ficou na história da Volta a Itália e agora foi distinguido com a entrada no Hall of Fame do Giro.
Criado em 2012 com o objectivo de imortalizar as figuras que marcaram uma corrida centenária, Eddy Merckx foi, inevitavelmente, o primeiro a ver o seu nome consagrado. O belga venceu o Giro cinco vezes: 1968, 70, 72,73 e 74. Ganhou ainda 24 etapas entre 1967 e 1974. Felice Gimondi, Francesco Moser, Bernard Hinault e Stephen Roche foram os nomes que se seguiram, com Miguel Indurain a ser o sexto antigo corredor a entrar no Hall of Fame.
"Estou extremamente honrado por fazer parte desta exclusiva família da Volta a Itália. 25 anos depois da minha última vitória em 1993, estou muito feliz por os organizadores terem pensado em mim. Sempre tive uma relação muito especial com Itália. Os fãs sempre me apoiaram e os meus patrocinadores, além da Banesto, eram quase todos italianos, como a Pinarello e Sidi", salientou o antigo ciclista, agora com 53 anos, durante a cerimónia que decorreu na quinta-feira no Teatro Gerolamo, em Milão.
Indurain viria a fazer história na Volta a França ao conquistar cinco edições (entre 1991 e 95, juntando-se a Eddy Merckx, Bernard Hinault e Jacques Anquetil. Mas em 1992 e 93 fez a famosa dobradinha que hoje em dia parece ser algo tão improvável.
E numa altura perfeita para falar de recordações, Indurain contou sobre a etapa que mais o marcou. "É da edição de 1994, de Merano a Aprica, na qual entrei na fuga com o Pantani. Depois de subir o Stelvio e o Mortirolo apanhei o Marco na primeira ascensão a Aprica, mas tive uma crise em Santa Cristina. Tentei agarrar a camisola rosa, que era vestida por [Evgeni] Berzin [que venceu essa edição]. Dei tudo enquanto tentava ganhar o Giro. Foi uma etapa intensa e uma sucessão de emoções únicas, mesmo que eu não tenha conseguido conquistar essa edição do Giro", recordou o espanhol.
Depois de Indurain, só mais um espanhol venceu a corrida italiana. Alberto Contador ficou com a maglia rosa em 2008 e 2015, tendo perdido a de 2011 devido a um caso de doping que remontava ao Tour do ano anterior.
Miguel Indurain é uma das grandes figuras do ciclismo espanhol e mundial. Depois de ver Bjarne Riis ficar com o Tour em 1996 - o espanhol ficou inclusivamente fora do top 10 (11º, a 14:14 minutos), Indurain foi à Vuelta, mas não a terminou, despedindo-se assim do ciclismo. Meteu o pé no chão e não mais voltou.
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