(Fotografia: © Trek-Segafredo) |
22 anos e um "futuro muito brilhante" pela frente. Pelo menos assim espera Guercilena, pois de sucessos fugazes está o ciclismo e o desporto em geral cheio. "Vê-lo exibir-se assim esta semana e especialmente ter ficado em segundo na Volta a Flandres, excedeu todas as expectativas. Era o que esperávamos daqui a uns anos, mas fazê-lo agora, aos 22 anos, é de prever um futuro muito brilhante, que estamos felizes por partilhá-lo com ele", salientou o responsável da Trek-Segafredo.
Guercilena refere-se também ao quinto lugar na Dwars door Vlaanderen (Através da Flandres), o que por si só já seria considerado um excelente resultado para o jovem ciclista. Antes tinha abandonado na E3 Harelbeke e na Gent-Wevelgem, pelo que não era visto nem como outsider para um pódio, ou sequer top dez na Volta a Flandres. Era, isso sim, um elemento para ajudar Jasper Stuyven. No final do monumento, quando Pedersen estava ao lado dos dois homens da Quick-Step Floors no pódio - Niki Terpstra, o vencedor, e Philippe Gilbert -, Dirk Demol admitia, ele também, a admiração por ver o seu ciclista naquele posto. "Quando se estava na linha de partida, havia 15 a 20 candidatos ao pódio e acho que ninguém estava a pensar no Mads", afirmou o director desportivo.
Além do segundo lugar, há que também destacar que Pedersen foi o único que ainda conseguiu manter Niki Terpstra à vista quando o holandês passou pelo trio que seguia na frente. Cortou a meta a apenas 12 segundos do vencedor e só o Paterberg fez com que não conseguisse colocar mais em sentido o corredor da Quick-Step Floors.
Para a Trek-Segafredo esta subida ao estrelato de Pedersen é muito bem-vinda, principalmente tendo em conta como aquele que deveria estar em destaque nesta fase da temporada está completamente apagado: John Degenkolb. Jasper Stuyven está a cumprir ainda que sem encantar. Contudo, para quem ainda tem na memória as exibições de Fabian Cancellara, ver Pedersen correr como fez na Flandres, deixa a equipa a respirar um pouco melhor. Não só Degenkolb está a ser uma tremenda desilusão - as duas vitórias nos troféus espanhóis no início de temporada não foram a confirmação do regresso do alemão ao seu melhor -, como a equipa só soma oito vitórias em 2018, apenas uma do escalão do World Tour. O segundo lugar no monumento soube a um pequeno triunfo.
Agora há que libertar Pedersen e já para o Paris-Roubaix o dinamarquês prometeu aos seus directores que podem contar com ele. Com o segundo posto na Flandres, Stuyven pode partir como líder, mas Pedersen não será apenas um homem de trabalho. É a última corrida do ano no pavé, pelo que a Trek-Segafredo até ganhou uma vantagem táctica com o aparecimento precoce do dinamarquês. E claro que não se pode ignorar que em júnior ganhou o Paris-Roubaix, foi vice-campeão do mundo e também conquistou a Gent-Wevelgem como sub-23. Neste escalão, venceu ainda uma etapa no Tour de l'Avenir em 2015.
A Trek-Segafredo foi buscar Pedersen à equipa alemã, do segundo escalão, Stölting Service Group. Antes, o dinamarquês evoluiu na estrutura da Cult Energy durante dois anos. No primeiro a equipa do seu país era Continental e no seguinte passou a Profissional Continental.
Claro que haverá precaução ao criar expectativas demasiado altas, demasiado cedo para Pedersen. Agora há que saber lidar com uma maior atenção dos seus adversários e principalmente lidar quando nem tudo correr tão bem. Mas não restam dúvidas que a equipa americana quer segurar um ciclista que está a ser apelidado de estrela em ascensão. "Quando contratámos o Mads no ano passado, obviamente que sabíamos que tinha muito potencial, que comprovou durante a sua primeira temporada, ao ganhar cinco corridas", salientou Guercilena. "Não restam dúvidas da sua força. Este ano continua na mesma e até elevou o seu nível, ganhando uma etapa na Austrália [na Herald Sun Tour] e realizou um contra-relógio muito sólido no final de um duro Tirreno-Adriatico [foi quarto]", acrescentou.
Pedersen parece feito para estas clássicas e fica desde já com o seu nome gravado como um dos ciclistas da nova geração a seguir. Há um ano foi 95º no Paris-Roubaix, na sua estreia na categoria de elite. Depois da fase das clássicas, a Trek-Segafredo levou-o ao Giro para o testar e o dinamarquês não desiludiu, tendo chegado ao fim. Foi campeão nacional, venceu também a volta do seu país e antes tinha conquistado a Tour du Poitou Charentes, em França.
"Estava feliz com a vitória no início da temporada, na Austrália, e a mostrar que estava num bom caminho para a primavera. E obviamente que estou orgulhoso dos resultados desta semana. Foi uma grande forma de começar, mas ainda sou jovem e tenho de ganhar experiência, por isso, espero que haja mais por acontecer. Por agora estou focado no Paris-Roubaix, a minha corrida preferida e talvez daqui a uns anos esteja à procura de uma vitória", afirmou o ciclista, ao ser anunciada a sua renovação de contrato. Pedersen revela estar com os pés bem assentes no chão, mas também ciente que tem o potencial necessário para continuar a ascender e afirmar-se no topo.
É provável que nos próximos meses Pedersen volte a um segundo plano até porque se entrará numa fase de temporada diferente, com a semana das Ardenas e cada vez mais direccionada para os voltistas. Mas Pedersen não mais estará no anonimato. Na Dinamarca já se fala de na Flandres haver um candidato a suceder a Rolf Sørensen, o último ciclista daquele país a lá vencer, em 1997. Mas isso só para o ano, quem sabe. No domingo, no Paris-Roubaix, certamente que será recordado que nenhum dinamarquês venceu no Inferno do Norte.
»»Sagan avisa que está na altura dos seus adversários acordarem««
»»Recital de Terpstra numa desunião que fortalece ainda mais a Quick-Step Floors««
Guercilena refere-se também ao quinto lugar na Dwars door Vlaanderen (Através da Flandres), o que por si só já seria considerado um excelente resultado para o jovem ciclista. Antes tinha abandonado na E3 Harelbeke e na Gent-Wevelgem, pelo que não era visto nem como outsider para um pódio, ou sequer top dez na Volta a Flandres. Era, isso sim, um elemento para ajudar Jasper Stuyven. No final do monumento, quando Pedersen estava ao lado dos dois homens da Quick-Step Floors no pódio - Niki Terpstra, o vencedor, e Philippe Gilbert -, Dirk Demol admitia, ele também, a admiração por ver o seu ciclista naquele posto. "Quando se estava na linha de partida, havia 15 a 20 candidatos ao pódio e acho que ninguém estava a pensar no Mads", afirmou o director desportivo.
Além do segundo lugar, há que também destacar que Pedersen foi o único que ainda conseguiu manter Niki Terpstra à vista quando o holandês passou pelo trio que seguia na frente. Cortou a meta a apenas 12 segundos do vencedor e só o Paterberg fez com que não conseguisse colocar mais em sentido o corredor da Quick-Step Floors.
Para a Trek-Segafredo esta subida ao estrelato de Pedersen é muito bem-vinda, principalmente tendo em conta como aquele que deveria estar em destaque nesta fase da temporada está completamente apagado: John Degenkolb. Jasper Stuyven está a cumprir ainda que sem encantar. Contudo, para quem ainda tem na memória as exibições de Fabian Cancellara, ver Pedersen correr como fez na Flandres, deixa a equipa a respirar um pouco melhor. Não só Degenkolb está a ser uma tremenda desilusão - as duas vitórias nos troféus espanhóis no início de temporada não foram a confirmação do regresso do alemão ao seu melhor -, como a equipa só soma oito vitórias em 2018, apenas uma do escalão do World Tour. O segundo lugar no monumento soube a um pequeno triunfo.
Agora há que libertar Pedersen e já para o Paris-Roubaix o dinamarquês prometeu aos seus directores que podem contar com ele. Com o segundo posto na Flandres, Stuyven pode partir como líder, mas Pedersen não será apenas um homem de trabalho. É a última corrida do ano no pavé, pelo que a Trek-Segafredo até ganhou uma vantagem táctica com o aparecimento precoce do dinamarquês. E claro que não se pode ignorar que em júnior ganhou o Paris-Roubaix, foi vice-campeão do mundo e também conquistou a Gent-Wevelgem como sub-23. Neste escalão, venceu ainda uma etapa no Tour de l'Avenir em 2015.
A Trek-Segafredo foi buscar Pedersen à equipa alemã, do segundo escalão, Stölting Service Group. Antes, o dinamarquês evoluiu na estrutura da Cult Energy durante dois anos. No primeiro a equipa do seu país era Continental e no seguinte passou a Profissional Continental.
Claro que haverá precaução ao criar expectativas demasiado altas, demasiado cedo para Pedersen. Agora há que saber lidar com uma maior atenção dos seus adversários e principalmente lidar quando nem tudo correr tão bem. Mas não restam dúvidas que a equipa americana quer segurar um ciclista que está a ser apelidado de estrela em ascensão. "Quando contratámos o Mads no ano passado, obviamente que sabíamos que tinha muito potencial, que comprovou durante a sua primeira temporada, ao ganhar cinco corridas", salientou Guercilena. "Não restam dúvidas da sua força. Este ano continua na mesma e até elevou o seu nível, ganhando uma etapa na Austrália [na Herald Sun Tour] e realizou um contra-relógio muito sólido no final de um duro Tirreno-Adriatico [foi quarto]", acrescentou.
Pedersen parece feito para estas clássicas e fica desde já com o seu nome gravado como um dos ciclistas da nova geração a seguir. Há um ano foi 95º no Paris-Roubaix, na sua estreia na categoria de elite. Depois da fase das clássicas, a Trek-Segafredo levou-o ao Giro para o testar e o dinamarquês não desiludiu, tendo chegado ao fim. Foi campeão nacional, venceu também a volta do seu país e antes tinha conquistado a Tour du Poitou Charentes, em França.
"Estava feliz com a vitória no início da temporada, na Austrália, e a mostrar que estava num bom caminho para a primavera. E obviamente que estou orgulhoso dos resultados desta semana. Foi uma grande forma de começar, mas ainda sou jovem e tenho de ganhar experiência, por isso, espero que haja mais por acontecer. Por agora estou focado no Paris-Roubaix, a minha corrida preferida e talvez daqui a uns anos esteja à procura de uma vitória", afirmou o ciclista, ao ser anunciada a sua renovação de contrato. Pedersen revela estar com os pés bem assentes no chão, mas também ciente que tem o potencial necessário para continuar a ascender e afirmar-se no topo.
É provável que nos próximos meses Pedersen volte a um segundo plano até porque se entrará numa fase de temporada diferente, com a semana das Ardenas e cada vez mais direccionada para os voltistas. Mas Pedersen não mais estará no anonimato. Na Dinamarca já se fala de na Flandres haver um candidato a suceder a Rolf Sørensen, o último ciclista daquele país a lá vencer, em 1997. Mas isso só para o ano, quem sabe. No domingo, no Paris-Roubaix, certamente que será recordado que nenhum dinamarquês venceu no Inferno do Norte.
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