5 de abril de 2018

Tom Boonen diz que Peter Sagan devia estar calado

Os visados das críticas de Peter Sagan mantiveram-se concentrados na preparação para o Paris-Roubaix e o eslovaco ficou sem resposta. Porém, esta veio de quem agora vê de fora as corridas, mas sendo uma das grandes referências das clássicas, continua (e continuará) a ter as suas palavras tidas muito em conta. Tom Boonen não foi nada simpático para com Sagan, considerado que o tricampeão do mundo não pode estar a apontar o dedo aos seus adversários por não colaborarem consigo: "Ele é como um gato numa árvore, fica ali sentando e, de repente, vai para a frente e começa a agitar a pata [para os restantes trabalharem]. Sendo assim, tens de manter a boca fechada."

Recordando. Depois da Volta a Flandres, ganha por Niki Terpstra em mais uma vitória da Quick-Step Floors, Sagan (sexto) criticou os seus adversários por estes não o terem ajudado na perseguição ao holandês que arrancou a cerca de 30 quilómetros da meta e acabou por vencer isolado. "A Quick-Step fez uma corrida linda. Porém, penso que as outras equipas não respeitaram a situação e não colaboraram. Não é só a mim que eles têm de bater. Somos 200 [no pelotão]. Por isso, acredito que eles erraram. Assim a Quick-Step vai ganhar as corridas todas", afirmou o eslovaco. E foi mais longe: "Se os outros ciclistas não acordarem, vai ser assim."

A resposta veio então de Tom Boonen. "Falta de cooperação? Ele está sempre na roda. Acho que o Sagan não pode falar de falta de cooperação. Ele é quem começa sempre por estar sentado [na roda de um adversário]", salientou o ex-ciclista em declarações ao programa no canal belga Sporza, Extra Time Koers.

Boonen assumiu funções de comentador, além de também ter investido na Lotto Soudal, rival da equipa que representou durante quase toda a sua carreira, a Quick-Step Floors. É ainda conselheiro na equipa que viu Tiesj Benoot ganhar a Strade Bianche poucos dias depois de Boonen assumir a função. O belga venceu três Voltas a Flandres e quatro Paris-Roubaix. Sagan tem 28 anos e "apenas" tem uma Volta a Flandres em termos de monumentos.

Apesar das palavras duras que dirigiu ao tricampeão do mundo, Boonen disse que gosta do eslovaco, mas não concorda com a mais recente atitude do ciclista da Bora-Hansgrohe. "Gosto dele e isto não o afasta das suas qualidades. Ele é um corredor muito bom, mas não devia dizer estas coisas se também ele tenta andar na roda", afirmou. "Ele está sempre a tentar beneficiar do trabalho das outras equipas. Não há nada de errado com isso, mas depois não se pode queixar: 'Eles não trabalharam comigo'", acrescentou.

Tom Boonen terminou a carreira há um ano no Paris-Roubaix, a próxima corrida do pavé no calendário, este domingo, e que encerrará esta fase de clássicas em 2018. O Inferno do Norte é um dos monumentos mais desejado por Peter Sagan, mas em seis participações, o melhor que conseguiu foi um sexto lugar, em 2014, quando Niki Terpstra venceu.



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