26 de outubro de 2018

Não pára de crescer a lista de equipas que não vão para a estrada em 2019

(Fotografia: Facebook UnitedHealthcare Pro Cycling)
São 16 anos de história que terminam. A falta de patrocinador faz mais uma vítima, num ano muito complicado para algumas equipas. A UnitedHealthcare é a quinta a fechar portas neste final de 2018, tendo ainda de se contabilizar que as fusões de estruturas também contribuem para a redução de formações de ciclismo profissional. E ainda há mais uma em risco de seguir o mesmo caminho, também ela americana.

As Continentais Jelly Belly (EUA), One Pro Cycling e a JLT Condor (ambas da Grã-Bretanha) e a Profissional Continental Aqua Blue Sport (Irlanda) são já quatro projectos que não terão continuidade em 2019, com a formação irlandesa a nem sequer completar a actual temporada. A UnitedHealthcare é mais uma formação Profissional Continental que sai de cena depois de um historial importante, principalmente no panorama interno, ainda que entre as muitas vitórias - e foram mais de 400 - estejam algumas fora de portas, como as quatro etapas na Volta a Portugal.

Thierry Attias, director da empresa dona da estrutura de ciclismo que incluía equipas masculina e feminina, a Momentum Sports Group, explicou ao Cycling News que ainda houve conversações com potenciais patrocinadores que substituíssem a seguradora. No entanto, não houve um acordo que permitisse continuar com o projecto. A UnitedHealthcare passou a dar o nome à equipa em 2010 em parceria com a Maxxis, mas desde 2014 que ficou como nome único.

Porém, no ano passado Attias foi informado que o contrato não seria renovado além de 2018. O grupo a que pertence a seguradora apoia também a Rally Cycling, outra equipa americana do mesmo escalão, e quando houve uma mudança de direcção, esta decidiu patrocinar apenas uma estrutura. Houve tempo para encontrar uma solução, mas esta acabou por não surgir num mercado tão complicado.

Falta agora saber se a Holowesko-Citadel p/b Arapahoe Resources, de George Hincapie, vai continuar. O antigo ciclista acredita ser possível continuar com o projecto e já terá alguns acordos fechados com patrocinadores. No entanto, será inevitável que desça aos escalão Continental, para tornar a estrutura financeiramente sustentável. Irá cortar no número de ciclistas, que este ano eram 16.

Os 16 da UnitedHealthcare foram informados em Julho da situação da equipa e receberam indicações para tentar definir o futuro, que já na altura se começava a perceber que seria difícil ser na actual estrutura. Para já só se sabe que Gavin Mannion, que vai para a Rally Cycling.

Thierry Attias, é mais um director que espera que possa retomar o seu projecto, não querendo desistir de encontrar patrocinadores, mesmo não tendo equipa na estrada em 2019. Por esta estrutura passaram alguns ciclistas que sabem o que é estar no World Tour. A maior figura, a nível de resultado, talvez tenha de ser Ryder Hesjedal. Foi apenas um ano, em 2007, mas o canadiano relançou a carreira nesta equipa e em 2012 venceu a Volta a Itália, ao serviço da Garmin (actual EF Education First-Drapac p/b Cannondale).

O australiano Rory Sutherland, que celebrou vitórias na UnitedHealthcare, está na UAE Team Emirates, tendo representado também a Movistar e a Saxo-Tinkoff. Destaca-se ainda o holandês Boy van Poppel (Trek-Segafredo), o esloveno Janez Brajkovic (Astana e Bahrain-Merida, tendo este ano representado a Adrian Mobil do terceiro escalão) e o italiano Federico Zurlo (UAE Team Emirates, estando agora na MsTina Focus).

Actualmente uma das figuras é um colombiano que chegou a gerar alguma expectativa, mas não conseguiu afirmar-se na então Garmin: Janier Acevedo. De referir ainda Marco Canola, um italiano que ainda não chegou ao mais alto escalão, mas é um ciclista conhecido, estando agora na Nippo-Vini Fantini-Europa Ovini.

Pela equipa, então chamada de Ouch, passou em 2009 um ciclista caído em desgraça: Floyd Landis. Três anos antes tinha ganho a Volta a França, sendo desqualificado devido a doping. Tornar-se-ia num dos homens fulcrais para expor Lance Armstrong e todo o esquema de doping que rodeou o americano e a equipa.

Curiosamente Landis até vai salvar uma outra formação que estava em risco de fechar portas devido à saída do patrocinador. Mas não será aquela por que passou. Landis preferiu atravessar a fronteira até ao Canadá e com o dinheiro que recebeu por ter exposto Armstrong, com a ajuda do que ganha com a sua loja de venda de produtos de canábis, Landis assegurou que a Silber pudesse continuar com o seu projecto Continental.

Uma outra equipa americana, mas do World Tour, a BMC, também viveu momentos de incerteza durante 2018. Com a marca de bicicletas a anunciar a saída, a solução encontrada foi entrada da CCC como patrocinador. A empresa polaca tem uma equipa do escalão Profissional Continental e que este ano contou com Amaro Antunes nas suas fileiras, mas o desejo do seu director sempre foi chegar ao mais alto escalão. Não será bem uma fusão, pois a estrutura da BMC será a principal escolha. A CCC deverá passar a ser uma equipa de desenvolvimento de jovens talentos.

No segundo escalão haverá a fusão da belga Vérandas Willems-Crelan com a holandesa Roompot.



1 comentário:

  1. A britânica Wiggle High5 também não participará da temporada 2019.
    Equipe já cumpriu sua último compromisso esportivo em 2018. Infelizmente, nem todas garotas conseguiram vaga, até o momento, em outras equipes.

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