(Fotografia: Facebook Volta aos Alpes) |
São dois terceiros lugares que lhe valem o primeiro na geral, com seis segundos de vantagem sobre o francês da FDJ e o compatriota da Astana. Ainda faltam três etapas, mas a apresentação está feita. Porém, Sosa não aparece na lista da Androni-Sidermec-Bottecchia para o Giro e nem vai aparecer. Para Savio, é importante deixar o ciclista evoluir ao seu ritmo e não se pode comparar corridas de uma semana, com uma de três.
"É a minha decisão final e é no interesse do corredor. Sei que um ciclista como o Iván estaria bem [no Giro], mas a minha filosofia é descobrir os talentos aos poucos e deixá-los crescer pouco a pouco. É uma coisa correr a Volta aos Alpes com grandes campeões como o Froome e o Aru, mas são só cinco dias de corrida e as etapas são curtas", salientou o director da Androni-Sidermec-Bottecchia. Savio diz mesmo que quer proteger o ciclista.
"Se o Ivan participasse na Volta a Itália então seria um risco tanto físico como psicologicamente. Conheço-o e sei que iria prego a fundo e poderia rebentar, impedindo o correcto desenvolvimento físico, porque ele ainda é muito novo", realçou, citado pelo Cycling Weekly.
Iván Ramiro Sosa chegou à Androni-Sidermec-Bottecchia no ano passado. Savio é um enorme fã do ciclismo colombiano, estando sempre atento ao que se passa naquele país, considerando mesmo que o futuro do ciclismo passa pelos corredores da Colômbia. É quase estranho não haver dois ou três colombianos na sua estrutura.
A história de Sosa começa aos dez anos, quando o tio o levou para o mundo das bicicletas. Treinava juntamente com 12 jovens, mas não foi um amor à primeira vista, até porque tinha dificuldade em acompanhar o ritmo dos companheiros. "Na verdade sentia-me mal. Diziam para me dedicar aos estudos", contou ao El Colombiano. Se foi o tio que o iniciou, foi a mãe que não o deixou desistir e foi com o primo que começou a treinar mais sério. "Se se trabalha o suficiente, as metas podem ser alcançadas", salientou, recordando como lutou muito para as alcançar.
A recompensa acabaria por chegar, tanto para Sosa como para o primo, Jhojan Garcia: "Fomos os únicos desse grupo que chegámos a equipas profissionais." Garcia está na Manzana Postobón, ao lado do português Ricardo Vilela. Para Sosa bastou uma corrida na Colômbia para fazer as malas para a Europa. Em 2015, então com 17 anos, competiu na Vuelta del Porvenir, uma competição para juniores. Foi quinto, mas ganhou a etapa de montanha que ultrapassou os 2500 metros de altitude.
A assistir estava Paolo Alberati, antigo ciclista e agora empresário. O italiano não hesitou em meter Sosa num avião para assinar pela equipa amadora Maltinti Lampadari, por onde tinha passado em 2009 Winner Anacona, actualmente na Movistar. Iván Sosa admitiu que tinha convites para ficar no seu país, mas foi aconselhado a ir para a Europa se de facto queria ir longe no ciclismo. Alberati confiava de tal forma no potencial do jovem Sosa que lhe prometeu que se ganhasse uma corrida, o colocaria numa equipa melhor. O ciclista aceitou o repto e venceu a prova de um dia Schio-Ossario del Pasubio. Promessa cumprida: em 2017 estava na Androni-Sidermec-Bottecchia, onde se cruzou com Bernal, então a afirmar-se como um dos novos talentos colombianos. A Sky não o deixou terminar contrato e garantiu-o para 2018.
O mesmo poderá muito bem acontecer com Sosa, que Gianni Savio tem seguro até 2019, ou seja, se alguém o quiser levar, terá de pagar. Sexto na Colombia Oro y Paz - ganha por Bernal -, o jovem também esteve a bom nível na Settimana Internazionale Coppi e Bartali (12º), mas é na Volta aos Alpes que está a chamar todas as atenções. Também ajuda estar perante alguns dos melhores do mundo.
Uma grande volta terá de esperar. Também Bernal não fez o Giro, mas a equipa não tinha sido convidada, pelo que não saberemos se Savio teria optado pelo mesmo tipo de protecção. O director irá levar o experiente colombiano Rodolfo Torres, 31 anos, apostando depois nos seus ciclistas italianos. Mas fica a questão: e se Sosa ganhar a Volta aos Alpes, ficará mesmo de fora? As três etapas que faltam são duras e não haverá qualquer pressão para Sosa segurar a liderança, mas espera-se que dê mais um pouco de espectáculo, pois está a ser bem agradável ver este jovem competir. Quanto ao Giro, pelas qualidades que está a demonstrar, não faltarão grandes voltas para participar no futuro promissor que demonstra ter.
Pode ver aqui as classificações da segunda etapa da Volta aos Alpes. O único português em prova é Amaro Antunes (CCC Sprandi Polkowice), que foi 22º, a 1:30 do vencedor Miguel Ángel López. Na geral é 23º, a 2:45 de Sosa.
»»Pello Bilbao entre a homenagem e a afirmação««
»»Egan Bernal, o talento que nem com o capacete nos olhos deixou de ganhar««
Iván Ramiro Sosa chegou à Androni-Sidermec-Bottecchia no ano passado. Savio é um enorme fã do ciclismo colombiano, estando sempre atento ao que se passa naquele país, considerando mesmo que o futuro do ciclismo passa pelos corredores da Colômbia. É quase estranho não haver dois ou três colombianos na sua estrutura.
A história de Sosa começa aos dez anos, quando o tio o levou para o mundo das bicicletas. Treinava juntamente com 12 jovens, mas não foi um amor à primeira vista, até porque tinha dificuldade em acompanhar o ritmo dos companheiros. "Na verdade sentia-me mal. Diziam para me dedicar aos estudos", contou ao El Colombiano. Se foi o tio que o iniciou, foi a mãe que não o deixou desistir e foi com o primo que começou a treinar mais sério. "Se se trabalha o suficiente, as metas podem ser alcançadas", salientou, recordando como lutou muito para as alcançar.
A recompensa acabaria por chegar, tanto para Sosa como para o primo, Jhojan Garcia: "Fomos os únicos desse grupo que chegámos a equipas profissionais." Garcia está na Manzana Postobón, ao lado do português Ricardo Vilela. Para Sosa bastou uma corrida na Colômbia para fazer as malas para a Europa. Em 2015, então com 17 anos, competiu na Vuelta del Porvenir, uma competição para juniores. Foi quinto, mas ganhou a etapa de montanha que ultrapassou os 2500 metros de altitude.
A assistir estava Paolo Alberati, antigo ciclista e agora empresário. O italiano não hesitou em meter Sosa num avião para assinar pela equipa amadora Maltinti Lampadari, por onde tinha passado em 2009 Winner Anacona, actualmente na Movistar. Iván Sosa admitiu que tinha convites para ficar no seu país, mas foi aconselhado a ir para a Europa se de facto queria ir longe no ciclismo. Alberati confiava de tal forma no potencial do jovem Sosa que lhe prometeu que se ganhasse uma corrida, o colocaria numa equipa melhor. O ciclista aceitou o repto e venceu a prova de um dia Schio-Ossario del Pasubio. Promessa cumprida: em 2017 estava na Androni-Sidermec-Bottecchia, onde se cruzou com Bernal, então a afirmar-se como um dos novos talentos colombianos. A Sky não o deixou terminar contrato e garantiu-o para 2018.
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Uma grande volta terá de esperar. Também Bernal não fez o Giro, mas a equipa não tinha sido convidada, pelo que não saberemos se Savio teria optado pelo mesmo tipo de protecção. O director irá levar o experiente colombiano Rodolfo Torres, 31 anos, apostando depois nos seus ciclistas italianos. Mas fica a questão: e se Sosa ganhar a Volta aos Alpes, ficará mesmo de fora? As três etapas que faltam são duras e não haverá qualquer pressão para Sosa segurar a liderança, mas espera-se que dê mais um pouco de espectáculo, pois está a ser bem agradável ver este jovem competir. Quanto ao Giro, pelas qualidades que está a demonstrar, não faltarão grandes voltas para participar no futuro promissor que demonstra ter.
Pode ver aqui as classificações da segunda etapa da Volta aos Alpes. O único português em prova é Amaro Antunes (CCC Sprandi Polkowice), que foi 22º, a 1:30 do vencedor Miguel Ángel López. Na geral é 23º, a 2:45 de Sosa.
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