(Fotografia: Federação Portuguesa de Ciclismo) |
Foi um dos principais nomes da sua geração, mas não foram só as vitórias que tornaram Paulo Ferreira numa das referências do pelotão nacional. Homem de ataque, animador das corridas, não era de baixar os braços na luta por uma vitória. A sua forma de ser como ciclista e como homem valeram-lhe um enorme respeito por parte dos restantes ciclistas e do público que sempre o acarinhou. Deixou o ciclismo em 2005, depois de 16 temporadas com muitos sucessos. Nos últimos anos a luta foi outra, contra um cancro. Paulo Ferreira morreu esta quinta-feira, aos 47 anos.
Conquistou mais de 50 vitórias, com destaque para o Grande Prémio Jornal de Notícias, Porto-Lisboa e o Grande Prémio Correio da Manhã, tendo representado várias equipas: Tensai-Mundial Confiança, Boavista, Sicasal-Acral, Maia-Jumbo-Cin, Benfica, Barbot-Torrié-Gondomar, Cantanhede-Marquês de Marialva, Antarte-Rota dos Móveis e Imoholding-Loulé. Paulo Ferreira pertenceu a uma geração que contou com nomes como Orlando Rodrigues (que acabou por se destacar no estrangeiro), Joaquim Gomes (actual director da Volta a Portugal) e Delmino Pereira (agora presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo).
Natural de Gondomar, Paulo Ferreira deu as primeiras pedaladas no Centro de Ciclismo local e ficou sempre muito ligado à sua cidade. No ano passado acompanhou de perto todas as incidências dos Campeonatos Nacionais que lá se realizaram. Em 2005 recebeu a Medalha de Mérito Desportivo da Câmara Municipal de Gondomar e em Abril de 2017 foi homenageado pelo município com a atribuição do seu nome a uma rotunda em São Cosme, onde foi colocada uma estátua de bronze de uma bicicleta inspirada na que Paulo Ferreira usava.
Em mais uma mostra da personalidade do antigo ciclista, quando em 2011 editou a sua biografia intitulada "Paulo Ferreira - Dever cumprido", da autoria de José Magalhães Castela, decidiu reverter os direitos de autor do livro a favor de Daniel Neves, antigo colega de equipa, vítima de um acidente que o tinha deixado com um elevado grau de incapacidade física. Quando apresentou o livro, Paulo Ferreira salientou como Neves tinha sido o seu "braço direito e ciclista que, muitas vezes escondido, não se cansou" de o "ajudar enquanto profissional". Dois anos depois lançou a segunda edição e anunciou que iria novamente ajudar o amigo.
O funeral realiza-se este sábado, as 10 horas no cemitério local, em São Cosme, Gondomar.
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