20 de abril de 2018

Marco Haller atropelado e com muitas semanas de recuperação pela frente

(Fotografia: © Katusha-Alpecin)
Não estava a ser uma época fácil para Marco Haller. O austríaco estava a regressar aos treinos depois de uma segunda infecção viral e esperava agora recuperar rapidamente a forma, também a pensar já na Volta a França. À sua espera estava o papel de ser um dos homens do comboio do sprinter Marcel Kittel. No entanto, a sua época ficou agora em risco. Haller foi atropelado enquanto treinava em Villach, no seu país e ficou com o joelho desfeito, nas palavras do próprio, mas exames posteriores detectaram ainda uma fractura no fémur. Dada a gravidade das lesões, a Katusha-Alpecin nem quer adiantar um possível timing para a recuperação do ciclista de 27 anos.

"Estou muito desiludido. Não só por perder a Volta a França, mas também por causa, mais uma vez, da atitude de alguns condutores. Carros e ciclistas partilham a estrada, mas parece que é cada vez mais e mais difícil. Alguma mentalidade tem de mudar", apelou Haller, no comunicado da equipa. O ciclista treinava juntamente com o compatriota Bernhard Eisel, da Dimension Data, quando foi atingido. "Eu estava a pedalar com o Bernie Eisel e estava na sua roda, numa ligeira descida, quando de repente um carro, ignorando o sinal de stop, apareceu-nos da direita. O Bernie conseguiu por pouco escapar, mas eu não e bati na porta do lado do condutor a toda a velocidade", explicou Haller que ainda desabafou: "A minha bicicleta ficou completamente destruída, tal como o meu joelho."

Quando receber alta hospital, Haller irá para Munique para começar a sua recuperação. O austríaco é uma baixa de peso numa Katusha-Alpecin que irá apostar forte em Marcel Kittel na Volta a França para conquistar etapas, além de levar Ilnur Zakarin para a geral. A equipa dirigida por José Azevedo conta apenas com três vitórias em 2018. No seu plantel estão dois portugueses: Tiago Machado e José Gonçalves.

Sucedem-se os casos de atropelamentos a ciclistas. Ainda antes do início da Volta aos Alpes, George Bennett, da Lotto-Jumbo, admitiu que tinha sorte em estar vivo. Um condutor virou à esquerda, atravessando-se à frente do neozelandês, que não evitou o choque, batendo na lateral do veículo e depois passando por cima deste. Apesar do aparato, o ciclista participou na Volta aos Alpes e demonstrou que não ficou com grandes mazelas físicas do acidente, terminando no quinto lugar.

Bennett recordou como há um ano Michele Scarponi morreu depois de ter sido atropelado por uma carrinha. Já este ano, no final de Janeiro, Laurens De Plus e Petr Vakoc foram atingidos com violência durante um treino na África do Sul. O belga poderá estar perto de regressar à competição, mas o checo ainda está em recuperação, que poderá ser longa. O companheiro da Quick-Step Floors, Bob Jungels, escapou, mas o que viveu ao ver o estado dos dois colegas levou-o a publicar um vídeo a apelar a mais civismo a todos os que andam na estrada, seja em que veículo for.

Há poucas semanas, foi o espanhol Diego Rubio, antigo ciclista da Efapel e actualmente na Burgos-BH, que embateu de frente com um carro que se colocou na sua faixa.



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