(Fotografia: © Bora-Hansgrohe/Bettini Photo) |
A vitória da Quick-Step Floors na Volta a Flandres confirmou o domínio da equipa belga nas clássicas em 2018. É a única equipa que se dá ao luxo de ter quatro ciclistas com potencial para ganhar um monumento e ainda mais três que realizam um trabalho perfeito no controlo da corrida. Peter Sagan foi dos poucos que ainda tentou contrariar uma superioridade colectiva que é praticamente impossível bater por apenas uma individualidade, mesmo sendo Sagan. O eslovaco deixa, por isso, o aviso que se os seus adversários não acordarem, então a Quick-Step Floors continuará a vencer. Com o Paris-Roubaix já no pensamento de todos, Sagan está claramente a avisar que ou há maior colaboração, ou a equipa de Patrick Lefevere ficará com monumento francês: "Não é só a mim que eles têm de bater."
Peter Sagan já está mais do que habituado em ter os adversários preocupados em seguir na sua roda e pouco disponíveis para eles próprios lançarem a corrida. O tricampeão do mundo elogia a Quick-Step Floors, mas aponta o dedo às outras equipas, que considera nada terem feito para evitar que os homens da formação belga voltassem a ganhar. "A Quick-Step fez uma corrida linda. Porém, penso que as outras equipas não respeitaram a situação e não colaboraram. Não é só a mim que eles têm de bater. Somos 200 [no pelotão]. Por isso, acredito que eles erraram. Assim a Quick-Step vai ganhar as corridas todas", afirmou o eslovaco. E foi mais longe: "Se os outros ciclistas não acordarem, vai ser assim."
Este ano, Sagan tem Daniel Oss a seu lado, o que tem feito diferença na forma como o italiano trabalha para encurtar espaços e manter Sagan mais resguardado e poupado de esforços. No entanto, Oss fica com a responsabilidade de fazer tudo sozinho, pois mais nenhuma equipa tem dado grande ajuda. Para o eslovaco, a Quick-Step Floors tem o poderio para rapidamente isolar os líderes, ou deixá-los com poucos companheiros. "Vejam a E3 Harelbeke [ganha tal como a Volta a Flandres por Niki Terpstra] e aqui [na Flandres]. A Quick-Step controlou tudo. Eles têm grandes ciclistas e colocam-nos, os líderes, em sarilhos porque abrem muito cedo a corrida e não há ajuda que chegue para controlar a prova", referiu Sagan, que ainda criticou a estratégia da Sky.
"Não sei o que a Sky queria fazer. Se levas o Michal Kwiatkowski com líder para a corrida... Penso que é um pequeno erro atacar depois do Koppenberg [com o Dylan Van Baarle] e abrir a corrida assim tão cedo contra a Quick-Step", explicou. Ao contrário do que já foi feito por um rival, Sagan não deixa uma palavra a criticar os seus companheiros da Bora-Hansgrohe, apesar de alguns estarem a render muito menos do que deveriam, o que obriga Oss a entrar demasiado cedo ao trabalho. Porém, é óbvio que já percebeu que se não conseguir criar alguma aliança, terá de fazer algo de espectacular para ganhar o Paris-Roubaix, no domingo.
Sagan conta com uma vitória nas clássicas do pavé, na Gent-Wevelgem, O mesmo não acontece com alguns dos seus rivais, com Greg van Avermaet à cabeça. A maioria não estará na quarta-feira na Scheldeprijs, para apostar tudo no final desta fase da temporada, no Inferno do Norte de Roubaix. Mais uma vez, a Quick-Step partirá como super favorita e terá Philippe Gilbert com a enorme ambição de juntar à sua lista um dos dois monumentos que lhe falta (o outro é a Milano-Sanremo).
A senda vitoriosa da equipa belga continua também fora das clássicas. Desta feita foi Julian Alaphilippe a vencer, na primeira etapa da Volta ao País Basco. Na última subida do dia, o francês fugiu juntamente com Primoz Roglic (Lotto-Jumbo) e Nairo Quintana (Movistar). O colombiano não aguentou o ritmo e no sprint final, Alaphilippe foi superior ao esloveno. 21 vitórias em 2018 para a Quick-Step Floors.
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