22 de abril de 2018

O ciclismo mudou-lhe a vida há quatro anos e agora ganha granfondos

(Fotografia: Granfondo Lisboa)
Há quatro anos, Nuno Manso foi dar um passeio de bicicleta com os amigos, mas não esperava que acabasse por ser um momento que lhe provocaria uma mudança no estilo de vida. O ciclismo passou a ser uma paixão que o fez libertar-se de vícios como o tabaco. Este domingo venceu o Granfondo Lisboa, mas admite que nunca pensou que ao começar a praticar, viesse a transformar-se num atleta, que aos 40 anos treina quase diariamente, com objectivos bem definidos, que contam sempre em obter vitórias ou em ajudar os colegas da equipa a conquistá-las.

"Ainda não tinha ganho um evento desta dimensão. Já tinha uns segundos lugares", realçou Nuno Manso, que conta com um triunfo num granfondo em Portalegre. "Eu fumava e era uma pessoa que não fazia praticamente exercício. Quando um dia fui andar de bicicleta com uns amigos e percebi que o pulmão já não era o que era, resolvi deixar de fumar e comecei a dedicar-me a isto", contou ao Volta ao Ciclismo. O ciclista compete na classe Masters  40, mas na Praça do Império, foi o primeiro a cortar a meta e com uma vantagem de muito respeito: 2:08 minutos sobre o segundo classificado João Moreira (Love Tiles) e 2:16 sobre o colega de equipa, Viveiros Vitor Lourenço/Sintra Clube de Ciclismo, Carlos Gomes.

"Eu tinha combinado com os meus pais uma hora e resolvi vir mais cedo", brincou o ciclista de Alcochete, que ia a tão bom ritmo que chegou a estar mais rápido que a melhor das previsões da organização. "Ataquei a meio da subida da Foz do Lizandro [Ericeira], ninguém quis vir pensado que era demasiado cedo. Saiu bem", disse. Seguiram-se cerca de 70 quilómetros a pedalar em solitário. "Eu treino sozinho. Fazer mais estes quilómetros sozinho e sabendo que lá atrás as coisas estavam mais ou menos controladas, foi uma questão de gerir o esforço", explicou.


(Fotografia: Granfondo Lisboa)
Nuno Manso completou os 144 quilómetros em 4:16:47 horas, uma média de 33,72 km/hora. "Tinha feito o reconhecimento a meio da semana com a equipa e foi uma ajuda. Naquela subida sabia que podia fazer alguma diferença e assim foi", referiu. À sua espera na meta estava a família - a mulher e os dois filhos - que Nuno Manso diz "sofrer" com esta sua dedicação ao ciclismo, mas que vai tentando acompanhá-lo: "Passo muitas horas sem eles. Tenho de treinar. Temos de compensar de outra forma. O ter chegado em primeiro e vê-los aqui tem muito mais valor do que a medalha ou o pódio." Trabalha numa empresa de crédito automóvel e vai conseguindo conciliar os treinos, ou de manhã ou à tarde.

Depois dos festejos, será altura de começar a pensar nos próximos desafios: "Temos uma época longa e muitas corridas pela frente que queremos ganhar. Isto é levado mesmo a sério."

Nas senhoras, a vitória foi para Inês Amaro. Tem 36 anos e foi há um que começou a competir nos granfondos. Completou a distância em 4:50:41 horas, com Raquel Rocha a chegar mais de sete minutos depois e Rad Monika a fechar o pódio, já ultrapassando a marca das cinco horas. Participaram 1200 ciclistas de 19 nacionalidades na primeira edição do Granfondo Lisboa, que no próximo ano quer um pelotão de três mil e tornar esta competição numa referência internacional.

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