Raúl Alarcón fez um V de Vinhas, dedicando a vitória
na Senhora da Graça ao amigo Rui Vinhas
(Fotografia: PODIUM/Paulo Maria)
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Pelo segundo ano consecutivo Alarcón não deu hipóteses na Senhora da Graça. Pelo segundo ano consecutivo Alarcón não deu hipóteses na Volta a Portugal. O percurso da competição este ano apresentava-se mais interessante. O calor fez mossa, naturalmente, mas o cancelamento da subida à Torre deixará sempre algum espaço para a dúvida se algo poderia ter sido um pouco diferente. Talvez não... Por aquilo que o espanhol mostrou durante toda a corrida, por todo o controlo que a W52-FC Porto fez, a Volta a Portugal comprovou a teoria inicial que se estaria perante uma prova para ver se alguém se conseguiria aproximar da equipa que é dona e senhora da corrida há seis anos, se se confirmar a vitória de 2018 no contra-relógio de Fafe, neste domingo. Como a classificação está neste momento, ainda há muito a fazer nas restantes equipas de elite portuguesas para conseguirem disputar a corrida que todos mais querem em Portugal.
O director, Nuno Ribeiro, não resistiu em falar de como se tem apontado como a sua equipa está mais fraca. A resposta foi dada na estrada e Alarcón deixou ainda o aviso que a classificação colectiva estará nos planos, pois apenas dois segundos separam a W52-FC Porto do Sporting-Tavira. A equipa algarvia arrisca-se a ficar sem nada, já que Brandão perdeu a camisola da montanha para Alarcón na Senhora da Graça e não tem qualquer vitória de etapa. Marque será a última esperança no contra-relógio para pelo menos este triunfo e assim juntar a um sempre honroso segundo lugar, se Joni Brandão o conseguir segurar.
Até houve uma tentativa do Sporting-Tavira de se mostrar na frente. Impôs ritmo, mas não quebrou ninguém de importante e as duas subidas de primeira categoria no Alto da Barra e no Barreiro não serviram para arriscar nenhum ataque de longe. Na Senhora da Graça, Alejandro Marque atacou, Frederico Figueiredo contra-atacou, mas ficou-se sem perceber qual a intenção, pois a W52-FC Porto não tremeu e acabou por deixar ambos para trás. Brandão ficou isolado no grupo.
Uma palavra para João Rodrigues. Este jovem ciclista está a realizar um trabalho tremendo, naquela que é a sua segunda Volta a Portugal, com apenas 23 anos. A primeira foi em 2015 com o Tavira. Se é capaz de apoiar Alarcón assim agora, este ciclista tem claramente um futuro muito prometedor. O algarvio está no top dez, em oitavo, a 5:40 do companheiro e é o segundo melhor da equipa.
Esta Volta a Portugal soube a pouco porque se gostaria de ter assistido a maior competitividade e maior indefinição, mas esta W52-FC Porto merece um enorme aplauso de pé porque saem ciclistas de qualidade, mas mais vão surgindo e é isso que tem feito a diferença, numa estrutura que felizmente tem contado com uns patrocinadores que permitem a Nuno Ribeiro poder juntar alguns dos melhores corredores do pelotão nacional. Mais do que isso, sabe tirar o melhor rendimento de todos.
O outro Rodrigues
Quem não terá gostado assim tanto do trabalho de João, foi o outro Rodrigues, o David. Faltavam apenas 250 metros para cortar a meta na Senhora da Graça quando o sonho de vencer terminou. Alarcón tinha aproveitado o grande trabalho da equipa, com João Rodrigues a ser o último a entrar ao serviço, para a cerca de 500 metros arrancar e ganhar a etapa. Depois de cerca de 70 quilómetros em fuga solitária, ver a vitória escapar assim é até algo triste. Mas o ciclismo é assim mesmo e David até reagiu da melhor forma: "Para o ano estamos cá outra vez!"
Para a Rádio Popular-Boavista, que ganhou uma etapa por intermédio de Domingos Gonçalves, em Boticas, fica a certeza que tem mais um ciclista para talvez discutir algo mais nas próximas edições, já que tem 27 anos e a sua evolução é notória.
Se a camisola amarela está presa por um contra-relógio sem incidentes por parte de Alarcón, a azul da montanha é dele - como já foi referido -, tal como a verde dos pontos é de Vicente García de Mateos (Aviludo-Louletano-Uli), que vence a classificação pelo segundo ano consecutivo. Falta segurar o lugar no pódio que está preso por 15 segundos, com Edgar Pinto (Vito-Feirense-BlackJack) a recuperar este sábado dois. Mateos ainda não atira a toalha ao chão pelo menos para o segundo lugar, mas terá de recuperar 47 segundos para Joni Brandão.
Tal como Alarcón, também Xuban Errazkin terá de cumprir sem sustos grandes o contra-relógio para assegurar a camisola branca da juventude. O ciclista da Vito-Feirense-BlackJack tem 3:35 minutos de vantagem sobre Oscar Rodriguez, da Euskadi Murias.
Para o contra-relógio de Fafe, que pela primeira vez irá receber o final da Volta a Portugal, o romeno Emil Dima (MSTina-Focus) será o primeiro a partir, às 15:02. O top dez vai para a estrada a partir das 16:42, com Domingos Gonçalves, com dois minutos a separá-los. Ou seja, Raúl Alarcón irá para a estrada às 17:00.
Pode ver aqui as classificações completas.
»»"Aqui uma fuga sai aos 20 quilómetros e é apanhada pouco depois. Isso nunca acontece na Bélgica!"««
»»Decisões guardadas para a Senhora da Graça««
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