3 de agosto de 2018

"Não falei com o Rui Costa. Devia ter-lhe perguntado [como era a Volta]?"

Federico Zurlo é um nome que não passa completamente despercebido. Afinal foi colega de Rui Costa durante duas temporadas, mas a experiência no World Tour acabou por se resumir a esse tempo. Pelo menos para já. Aos 24 anos pode ter sido uma desilusão não ter conseguido permanecer na UAE Team Emirates, mas a amizade com Marcel Tinazzi levou-o a prosseguir a carreira no escalão Continental, numa equipa romena. Há um ano estava a preparar a presença na Vuelta, agora está a tentar sobreviver ao calor da Volta a Portugal e as etapas mais difíceis ainda vêm aí.

A equipa tem licença da Roménia, mas a influência italiana fica clara, desde os patrocínios até ao plantel, que se divide entre transalpinos e romenos. "Acho que o projecto é bom e no próximo ano pode ser ainda melhor. Aqui somos família", referiu ao Volta ao Ciclismo. Tinazzi foi corredor nos anos 70 e 80 e tem agora a MSTina, uma empresa de vestuário desportivo. Foi ele quem convenceu Zurlo a aceitar este desafio, mas que não está a correr como o ciclista desejava: "Este ano não estou a ter muita sorte. Num treino tive um acidente com um carro e parei um mês. Há dois meses, num sprint, um ciclista tocou-me na roda e fui contra a barreira. Parti a mão. Mais uma mês parado. Agora sinto-me bem. Estou motivado e a equipa está bem."

E está mesmo. Ricardo Stacchiotti já deu uma vitória de etapa à MSTina-Focus, o que fez deste périplo por Portugal um sucesso, já que também havia ganho uma tirada no Grande Prémio de Portugal Nacional 2. "Somos todos ciclistas novos e motivados para alcançar bons resultados", afirmou, acrescentando que espera que daqui a sensivelmente uma semana se possa estar novamente a fazer outra entrevista para falar de uma Volta de sucesso para esta formação.

Zurlo é um ciclista completo. Defende-se nas montanhas, mas também sabe ser um bom rolador e não se intimida nada com os sprints, muito pelo contrário. Antes da UAE Team Emirates esteve dois anos na UnitedHealthcare. Ou seja, apesar da idade, já tem bastante experiência. Mas se é suficiente para suportar o desafio da Volta a Portugal, é algo que está para ver. "Não falei com o Rui Costa. Devia ter-lhe perguntado [como era a Volta]?" Se calhar não teria feito mal! Quanto ao português considera-o um amigo, não esquecendo também o irmão, Mário Costa, que foi seu colega em 2016, então quando a equipa era a Lampre-Merida. "O Rui Costa é um campeão", disse.

Esta sexta-feira, Zurlo perdeu quase seis minutos, numa etapa marcada pelo calor. Porém, com a MSTina-Focus a já ter uma etapa ganha, ficou a confirmação do que o italiano tinha garantido: que esta equipa não está na Volta para passar o tempo.

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