(Fotografia: Wikimedia Commons/Flickr/www_ukberri_net) |
Depois do atropelamento, Javier esteve 65 dias em coma. A violência do embate foi tal, que não foi possível reconhecer de imediato quem era Javier e quem era Ricardo. Tinham 26 anos. A recuperação de Javier foi lenta, tendo precisado de reaprender a comer, andar e escrever, por exemplo. Os Otxoa eram ciclistas da Kelme. Javier venceu em 2000 a mais difícil etapa de montanha no Tour em Hautacam, nos Pirenéus. Esteve numa fuga em solitário e conseguiu aguentar um ataque de Lance Armstrong na derradeira subida. O americano ficou a 45 segundos do espanhol, que apareceu entre o nevoeiro e chuva para uma daquelas vitórias que marca a carreira de qualquer ciclista.
Como atleta paralímpico, Otxoa conquistou duas medalhas de ouro e outras tantas de prata nos Jogos de 2004 e 2008 (Atenas e Pequim). Era de Alhaurín de la Torre, na província de Málaga. Antes da segunda etapa será cumprido um minuto de silêncio e na segunda-feira, o ciclista será novamente recordado, pois a etapa termina precisamente na sua terra.
A morte de Otxoa, que sofria de uma doença prolongada, acaba por ter um significado ainda maior, pois não só em Espanha se mantém a luta apelidada de #PorUnaLeyJusta - pretende que os responsáveis por acidentes que afectem ciclistas recebam uma pena adequada à gravidade da situação -, mas também porque neste arranque de Vuelta está presente o irmão de Michele Scarponi, morto há um ano por um condutor que estaria distraído a ver vídeos no telemóvel. Marco Scarponi está a preparar o lançamento de um projecto de consciencialização em Itália em prol da segurança tanto de ciclistas como de condutores.
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