10 de agosto de 2018

"Aqui uma fuga sai aos 20 quilómetros e é apanhada pouco depois. Isso nunca acontece na Bélgica!"

Mattijs Dachy, o mecânico da  WB Aqua Protect Veranclassic, garante
que os ciclistas estão a gostar da experiência de estar na Volta a Portugal
A presença da WB Aqua Protect Veranclassic na Volta a Portugal foi uma pequena surpresa. Com algumas corridas importantes a realizarem-se nesta altura da temporada na Bélgica, vir para o calor português acabou por ser visto como uma oportunidade para dar uma experiência diferente a alguns ciclistas que se procuram afirmar na equipa Profissional Continental, uma das quatro do segundo escalão presentes na prova. Com temperaturas bem diferentes às que estes atletas estão habituados e com uma corrida mais longa do que o normal para a formação belga, há outro pormenor que tem sido complicado de lidar: o estilo de se enfrentar as etapas por cá.

Mattijs Dachy destacou precisamente esse factor como o que mais os apanhou desprevenidos. "Na Bélgica os ciclistas vão no duro, há uma fuga, arrefece um pouco [no pelotão] e depois o final fica mais caótico. Aqui temos cinco situações diferentes numa etapa e para nós é um pouco difícil", explicou o mecânico principal da WB Aqua Protect Veranclassic. O director desportivo ri-se perante a descrição. "Não é fácil controlar e saber o que fazer", admitiu Frédéric Amorison. Dachy acrescentou: "Aqui uma fuga sai aos 20 quilómetros e é apanhada pouco depois. Isso nunca acontece na Bélgica!" Está a ser uma aprendizagem até para os responsáveis da equipa.

O francês Christophe Masson, o mais experiente da equipa, com 32 anos, é quem está melhor colocado na geral, na 34ª posição a 20:25. Os restantes quatro já estão a mais de uma hora de Raúl Alarcón (W52-FC Porto). São eles os belgas Thomas Deruette (23 anos), Julien Stassen (29), Ludovic Robeet (24) e Franklin Six (21). Dois ciclistas já abandonaram: Eliot Lietaer (belga, 27) e Antoine Warnier (belga, 25).

A equipa belga completa no início da corrida.
Dois ciclistas já abandonaram
Ambos os responsáveis não escondem que a equipa não veio à Volta a Portugal para discutir a geral. Quanto muito uma etapa, ainda que vejam complicado alcançar um triunfo. O principal objectivo passa mesmo por oferecer uma experiência diferente principalmente aos jovens ciclistas. "Não fizemos muito destas corridas anteriormente [de quase duas semanas] e tem sido uma boa lição para eles", adiantou Dachy, que garantiu que os corredores estão a gostar da Volta, apesar de já terem sofrido bastante com o calor.

"No início foi difícil adaptarem-se, mas estão cada vez melhor e mais habituados. E agora também está menos calor e torna-se mais fácil", afirmou, visivelmente animado pelas temperaturas de 40 graus já não aparecerem mais nas previsões. "Esperávamos algum calor, mas não aquilo", desabafou, contando que além do cuidado com a hidratação, o "truque" foi recorrer aos sacos de gelo para manter os atletas o mais fresco possível.

Até final, as camisolas vistosas da AquaProtect Veranclassic talvez se encontrem na frente da corrida, em alguma fuga. No entanto, o importante para esta equipa será tirar ilações para o futuro, que querem que seja cada vez melhor para uma estrutura em crescimento. Regressar a Portugal não está fora de questão, apesar das dificuldades encontradas. "É uma fase do ano complicada, porque temos muitas corridas importantes na Bélgica. Mas é bom vir a Portugal, para os ciclistas ganharem experiência, porque a equipa quer continuar a subir", realçou. Além da Volta a Portugal, a Volta ao Algarve, em Fevereiro, também entra nos desejos da formação belga.

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