1 de agosto de 2018

"O nível da Volta a Portugal continua muito alto"

É um rosto conhecido, ainda que se mantenha longe dos holofotes. Já lá vão alguns anos, mas David Bernabéu mantém uma ligação a Portugal depois de por cá ter conquistado duas das grandes vitórias da sua carreira. Em 2004 venceu o Troféu Joaquim Agostinho e a Volta a Portugal. Agora prepara-se para vestir os vencedores da corrida que não hesita em considerar que é mesmo a Grandíssima. O espanhol é o representante da marca GSport, que nesta edição irá equipar aqueles que vestirem as camisolas de líderes das diferentes classificações.

A marca surgiu no país na Volta ao Alentejo e a aposta no mercado português tem agora a corrida de maior projecção no país. "É uma forma muito boa entrar no mercado, mas é necessário ir passo passo", referiu o antigo ciclista, que quer nos próximos dias que todos fiquem satisfeitos com os equipamentos.

O ciclismo profissional há muito que ficou para trás e agora limita-se a alguns passeios de bicicleta ao fim-de-semana. Vai seguindo o que se passa em Portugal, ainda que não com a atenção de outrora. Porém, salienta como "o nível da Volta continua muito alto". Bernabéu vestia as cores da Milaneza-Maia no ano em que a conquistou. Era uma equipa com ciclistas que marcaram uma era no ciclismo nacional, casos de Rui Sousa e Hugo Sabido. Vítor Gamito era a principal figura, havendo ainda um jovem chamado Bruno Pires, que viria a competir no World Tour.

Bernabéu considera que apesar de naquela altura até poderem existir mais equipas, o ciclismo português sempre foi demonstrando que tinha qualidade a vários níveis. "Vemos como nas grandes formações há ciclistas ou membros no staff que são portugueses. Para um país tão pequeno, há muita qualidade e muita tradição nesta modalidade", realçou.

Mas falemos da Volta, pois atrás de Bernabéu estavam as camisolas que vão estar em disputa. "As protagonistas vão ser as equipas portuguesas, como sempre, sejam com ciclistas portugueses ou espanhóis", afirmou ao Volta ao Ciclismo. No entanto, considera que a W52-FC Porto possa não estar tão forte como em edições anteriores, ainda que continue a ser a principal referência e candidata a mais uma vitória.

Apesar de considerar que ganhar um ciclista "da casa" é sempre mais interessante para as formações nacionais, recordou que como espanhol a correr cá, sentiu-se "meio português", algo que acredita que continua a acontecer. E esta forte presença espanhola nas equipas nacionais que faz com que no país vizinho, haja um grande interesse na Volta a Portugal. "É pena que as televisões não sigam mais. Há muitos espanhóis aqui e por isso há muito interesse. Os ciclistas conhecem muito bem a Volta. Quando corri aqui não era bem assim", contou.

Aos 43 anos ri-se quando questionado se voltaria a competir, como Vítor Gamito fez há quatro anos, sensivelmente com a mesma idade que agora Bernabéu tem. "Gosto de andar de bicicleta para passear!" O tempo é outro, de preparar as camisolas e garantir que a marca que agora representa possa ganhar força em Portugal. "Não há melhor montra possível do que a Volta", garantiu.

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