13 de agosto de 2017

A Volta disputada segundo a segundo

(Fotografia: Podium/Volta a Portugal)
Bonifica-se na meta volante, bonifica-se mais um pouco na chegada e segundo a segundo se vai confirmando uma candidatura. Tem sido este o jogo de Gustavo Veloso, Vicente García de Mateos e Rinaldo Nocentini. Raúl Alarcón já assume por completo que a W52-FC Porto aposta mesmo quase tudo em Veloso, pois mesmo de camisola amarela vestida, lança o seu líder para que este bonifique. Com diferenças tão curtas, a Volta pode ser ganha ou perdida por um segundo e, por isso, o trio que neste momento apresenta-se como o candidato - sem nunca tirar Alarcón da equação - faz tudo para os ir conquistando. Na Torre podem jogar-se minutos, ou então, se este teimoso (mas emocionante) equilíbrio se mantiver, será mesmo tudo disputado ao segundo em Viseu.

A etapa da Torre acaba por ser uma grande incógnita. Sem chegada em alto e com cerca de 69 quilómetros a separar o prémio da montanha da meta, com três terceiras categorias pelo meio, ou as diferenças são mesmo significativas durante a subida da etapa rainha, ou então, alguém que passe menos bem, tem possibilidade de recuperar, se não perder por completo as forças nas pequenas subidas que terá pela frente.

Raúl Alarcón e Gustavo Veloso têm o discurso bem afinado: querem definir melhor a classificação na Torre. Nocentini já vai analisando as suas capacidades de contra-relogista, enquanto Mateos prepara-se para uma luta contra o que diz ser uma "equipazo".

Nesta altura, Mateos tem motivação de sobra. Venceu finalmente uma etapa, em Oliveira de Azeméis, e ganhou 16 segundos a Alarcón (está a 14): 10 da bonificação da vitória, dois na meta volante e quatro no corte que houve na meta. O espanhol não parece estar preocupado com esse facto, pois lançou Veloso para que este fosse buscar três segundos na meta volante. Nocentini ficou com um nesse momento, mas na meta só o ciclista do Louletano-Hospital de Loulé foi buscar segundos. Esta é uma luta que tem estado acesa nas últimas etapas. Os três têm sprintando constantemente para ganhar segundos.

Agora é esperar para ver que segundos se ganham ou se perdem na Torre para depois fazer contas para o contra-relógio. Veloso tem estado em crescendo de forma, Alarcón começou forte, mas agora está mais discreto, se calhar na perspectiva de ajudar o líder da equipa. Claro que se chegar ao contra-relógio com vantagem... Será cada um por si. Mateos gosta mais de subidas curtas como a da etapa deste domingo. Passando na Torre, a chegada pode ser novamente ao seu jeito. Nocentini vai espreitando, mas a descrição tem sido a sua táctica. Parece estar à espera do momento certo para finalmente mostrar as garras e causar uma pequena surpresa.

Os restantes ciclistas estão a mais de minuto e meio, começando por João Benta (Rádio Popular-Boavista). Será muito difícil reentrar na luta, mas se há etapa com capacidade para mudar a geral, é a da Torre.



Veja aqui as classificações.


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