25 de agosto de 2017

Acidente com moto acaba com etapa de Rafael Reis

Rafael Reis tornou-se a mais recente vítima de um acidente com uma moto durante uma corrida. A Volta a Espanha já tem um historial de casos destes e até com portugueses. Sérgio Paulinho ainda hoje se recorda da violenta queda em 2015. O choque com Rafael Reis não foi tão grave, mas deitou ao chão o ciclista da Caja Rural, que faz a sua estreia em grandes voltas, e acabou ali com as suas hipóteses de ainda tentar reentrar na discussão da etapa.

Faltavam cerca de 15 quilómetros e Rafael Reis tentava não deixar escapar em demasia os ciclistas, companheiros de fuga, que começavam a afastar-se na última subida do dia. O ciclista de 25 anos dirigia-se para o lado direito da estrada, no qual estava uma zona que não era em empedrado. Porém, uma moto também escolheu esse lado para ultrapassar o ciclista. Deu-se o choque e Rafael Reis foi ao chão e por muito pouco não provocou a queda do homem da Manzana Postobón que seguia atrás de si.

Visivelmente chateado com a situação, Reis regressou à corrida e terminou em 14º, a 2:40 do vencedor Matej Mohoric (UAE Team Emirates). Em 2015, Sérgio Paulinho também foi deitado ao chão por uma moto. Levou 17 pontos e acabou por abandonar. Essa edição da Vuelta foi para esquecer para a Tinkov, pois o mesmo aconteceu com Peter Sagan.

Os acidentes com motos têm sido recorrentes nos últimos anos, tendo provocado já casos graves e um acidente foi mesmo mortal (Antoine Demoitié). Muito pressionada para agir, a UCI apertou as regras e principalmente as sanções para motards - e também condutores dos automóveis que estão na caravana das corridas - que as desrespeitem. No entanto, o que aconteceu com Rafael Reis é um alerta que ainda há trabalho a fazer para evitar estes acidentes.

Foi um dia acidentado para os portugueses, pois Rui Costa também caiu, ainda na fase de neutralização. O ciclista da UAE Team Emirates diz que as feridas são profundas, mas que aguenta. José Gonçalves já não está em prova. O corredor da Katusha-Alpecin abandonou na sexta-feira após uma queda.

Etapa acidentada

Rafael Reis não foi o único a ficar envolvido num acidente. Foram vários os que caíram quando encontraram uma bicicleta de BTT na estrada. O campeão americano, Larry Warbasse, diz recordar-se de ver a bicicleta que provocou uma queda colectiva na estrada, tendo o ciclista da Aqua Blue Sport sido um dos casos mais graves. Fracturou a mão direita e ficou bastante mal tratado num braço e perna.

Merhawi Kudus foi outro dos ciclistas afectados. Abandonou e foi transportado para o hospital. Para a Dimension Data está a ser uma Vuelta muito complicada, pois em sete etapas já perdeu quatro ciclistas.

Pesadelo da Movistar continua

(Fotografia: Instagram Carlos Betancur)
O dia começou com a notícia que Carlos Betancur não iria estar à partida em Llíria. O colombiano seguia com Chris Froome, Alberto Contador e Tejay van Garderen, mas o americano caiu e levou consigo Betancur. Garderen retomou a corrida (ainda que tenha voltado a cair), tal como o ciclista da Movistar. Betancur cortou a meta ensanguentado, imagens que têm sido partilhadas nas redes sociais.

No hospital foi confirmado que o ciclista tinha uma fractura no tornozelo e que terá de ser submetido a uma cirugia no rosto. Betancur tinha na Vuelta uma oportunidade para se afirmar na Movistar. A equipa espanhola apostou no ciclista quando este tinha perdido grande parte do crédito por um comportamento pouco profissional quando esteve na AG2R. Este ano parecia que finalmente estava a corresponder melhor ao que é esperado dele. Sem Nairo Quintana e Alejandro Valverde, a porta estava escancarada para Betancur na Volta a Espanha.

Está a ser um pesadelo para a Movistar. Quintana falhou no Giro e no Tour, Valverde caiu na Volta a França e ainda está a recuperar, não podendo cumprir o papel de líder que lhe estava destinado na Vuelta. A equipa espanhola, a única do país no World Tour, resolveu dar a oportunidade a jovens ciclistas de se mostrar, sem ter grandes pretensões à geral. Até foi um veterano que começou melhor. Daniel Moreno (35) parecia dar algumas garantias no início da corrida, mas caiu e caiu também na classificação. Betancur passou a ser o melhor classificado... e agora também caiu. Pior, abandonou e tem pela frente uma paragem para recuperar fisicamente.

Agora é Nelson Oliveira o melhor da Movistar. É 22º, a 3:02 minutos de Chris Froome (Sky). Será interessante ver com o português responde a esta posição. Oliveira já venceu uma etapa na Vuelta, em 2015 e tem aqui a oportunidade para o voltar a fazer, mas também quererá testar-se numa corrida de três semanas sem ser no papel de gregário. Para já, está a ser uma boa corrida do ciclista português.

O regresso da alta-montanha


Depois de três etapas chamadas de "rompe pernas", está de regresso a alta montanha e mais uns testes para os candidatos. As fugas têm estado a ter sucesso, mas com o dia de descanso na segunda-feira, o fim-de-semana poderá servir para tentar perceber se Chris Froome está tão forte como tem parecido. O destaque deste sábado vai para a última subida. O Alto Xorret de Catí é daquelas rampas típicas de uma Vuelta. Curta, não deverá estabelecer grandes diferenças, mas poderá expor fraquezas. Serão cinco quilómetros, com uma pendente média de 9%, com o máximo de 18%. A maior parte até é acima dos 10%, mas o início (2%) e o final (7,8%) acabam por baixar a média.

No entanto, a etapa não acaba quando os ciclistas atingirem o topo. Há ainda uma descida e um último quilómetro que não é plano. Vincenzo Nibali tem falhado nas subidas, mas a descida está a pedir uma demonstração das qualidades de descedor do italiano da Bahrain-Merida. Pelo menos Froome está à espera de dois dias bem animados.


Summary - Stage 7 - La Vuelta 2017 por la_vuelta


Veja aqui as classificações após sete etapas.

»»Contador apareceu e lançou o pânico no pelotão««

»»Tácticas, golpes perfeitos e algum bluff««

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