Parecia ser uma mera formalidade ver Adam Hansen na próxima Volta a Espanha e provavelmente no Giro, Tour, Vuelta de 2018 e talvez mais uns dois anos neste ritmo. É certo que Hansen já não é um jovem, mas aos 36 anos continua a revelar ser um ciclista dotado de uma resistência pouco comum, que nem um esterno partido ou um problema provocado por estar sentado muito tempo no selim pareciam impedi-lo de continuar a fazer grande volta atrás de grande volta. Porém, o fim da senda chegou quando menos se esperava, deixando até o ciclista australiano triste, ele que é um homem sempre de sorriso no rosto. Ao fim de 18 grandes voltas consecutivas, Hansen vai ver a Vuelta no sofá. A Lotto Soudal não o incluiu na lista de pré-convocados para a corrida que começa a 19 de Agosto.
"Não estou satisfeito com esta decisão e está a ser difícil de assimilar. Não era assim que eu queria que terminasse, mas é a escolha da equipa. Eu não controlo e tenho de respeitar o que dizem", afirmou Hansen ao Ride Media. É como se tivessem puxado o tapete debaixo dos pés, pois o australiano demonstra estar infeliz com a perspectiva de não estar na Vuelta. Ao falhar a lista de pré-convocados significa que nem como reserva ficará. Agora olha para o calendário para procurar outras corridas antes da época terminar, mas nada parece motivá-lo.
O director desportivo Marc Sergeant justifica a decisão com o facto de Hansen ter sofrido desgaste na zona do corpo em contacto com o selim, o que faz com que ainda não esteja a preparar devidamente a Vuelta. Além disso, os médicos temem que possa sofrer do mesmo problema em Espanha. Porém, há ainda que recordar que a Lotto Soudal passou ao lado do Tour em termos de vitórias. Nem André Greipel picou o ponto como era normal e a equipa belga não quer passar outra grande volta sem um triunfo, já que no Giro também só venceu uma etapa.
Na incrível marca de 18 corridas de três semanas consecutivas, Hansen venceu uma etapa no Giro de 2013 e na Vuelta de 2014. A melhor classificação foi também nessa mesma Vuelta: 53º. Era visto tanto no pelotão como pelos adeptos como o exemplo de um homem de trabalho, também apostando em algumas fugas, além de ser muito popular pela sua simpatia e disponibilidade. Uma das suas imagens de marca é subir o Alpe d'Huez em pleno Tour com uma cerveja na mão, dada pelos adeptos.
O australiano destaca-se ainda por fazer os seus próprios sapatos de ciclismo, desde o desenho até tudo o que deve ser aplicado na sua criação. O negócio, é uma vertente da modalidade que não afasta seguir quando terminar a carreira, ainda que não esteja a pensar fazê-lo tão cedo.
Aos 36 anos sofre uma clara desilusão. Para agravar a situação está em final de contrato e ainda se espera para saber se renova ou se irá mudar de ares. Aconteça o que acontecer, a incrível senda das grandes voltas chegou ao fim. 18 consecutivas das 25 que fez no total.
Certamente que se sentirá falta de escrever e ler nos textos de análise final das grandes voltas que Adam Hansen terminou mais uma. Mas um lugar na história já ninguém lhe tira.
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