30 de agosto de 2017

O dia em que os rivais viram Chris Froome ficar muito (demasiado?) longe

(Fotografia: Unipublic/Photogomez Sport)
Não se esperava tantas diferenças! Chris Froome bem tem se preocupado em ganhar segundos sempre que pode e ainda esta quarta-feira procurou pelo menos os seis de bonificação do segundo lugar, além dos que estava a conquistar na estrada sobre a maioria dos rivais. Porém, pela primeira vez nesta Vuelta, o britânico de Sky ganhou mais de um minuto a quase todos. Só Vincenzo Nibali aguentou, contudo, já tem 1:19 minutos de desvantagem. Johan Esteban Chaves claudicou e ficou a 2:33 minutos (tinha 36 segundos antes da 11ª etapa), Fabio Aru tem quase três de desvantagem e Nicholas Roche, que ainda ontem ficou tão contente por ter ganho 29 segundos e ficado a 36 de Froome, está agora a 4:45, caindo de terceiro para 11º.

Froome só não aguentou o ataque de um Miguel Ángel López que está a regressar ao seu melhor, depois de meses afastado da competição devido a uma fractura numa perna durante um treino. Porém, Froome também não precisava de responder ao colombiano. Seria mais uma vitória de etapa, mas neste momento o britânico já começa a sentir que se nada de muito inesperado acontecer, pode muito bem estar a caminho de finalmente conquistar a Volta a Espanha, depois de três segundos lugares.

Não pode haver festa antecipada quando ainda há metade da corrida por realizar. Ainda assim, todas as indicações que Froome e a Sky têm deixado são de força e de quem tem tudo muito controlado. Ou seja, a forma de correr no Tour desta equipa e que marcou os últimos anos no ciclismo, está a ser replicada na perfeição na Vuelta. Se os ciclistas que tanto tempo andaram a perder até agora ainda tiverem a ambição de tentar chegar-se à frente, então vamos ter etapas muito animadas. Contudo, se preferirem tentar resguardar um top dez ou quanto muito chegar ao pódio, então os ataques serão mais contidos e só terão um teor mais sério se por acaso Froome mostrar fraquezas. Há ainda uma terceira hipótese: um ataque de longe de Contador e que apanhe de surpresa o britânico! Mas a lição de 2016 foi aprendida, certamente!

O que poderá fazer Nibali para ainda tentar impor alguma luta? A Bahrain-Merida até trabalhou na subida ao Observatório Astronómico de Calar Alto, mas com a Sky sempre no controlo. Mais do que a subir, o ataque de terça-feira numa descida pode muito bem ser uma táctica a repetir. O italiano é dos melhores neste aspecto e com o britânico tão confortável a subir, talvez seja necessário obrigar Froome a assumir um risco que Nibali não se importa nada de ter. Froome também não tem receio, mas não é tão rápido e destemido, principalmente se a chuva continuar por Espanha.

Apenas mais uma palavra para Miguel Ángel López. Há um ano, este jovem talento colombiano (mais um) - conhecido como Superman López (Super-Homem) - venceu a Volta a Suíça. Uma queda afastou-o precocemente da Vuelta, quando muito se esperava ver o ciclista da Astana mostrar-se numa corrida de três semanas. A tal queda no treino no final do ano passado, estragou-lhe 2017, ele que até era apontado ao Tour, quando Aru era suposto ir ao Giro. Também uma queda acabaria por mudar os planos do italiano

López só regressou à competição em Junho - não foi ao Tour - e esta vitória na Vuelta é a indicação que aos 23 anos está a caminho da afirmação que a sua equipa tanto aguarda, pois aposta muito forte neste ciclista.


Depois de um dia em que o pelotão se aproximou pela primeira vez dos dois mil metros de altitude, os próximos dois até podem ser mais tranquilos (na Vuelta é sempre perigoso utilizar esta expressão), pois muitos estarão a pensar num difícil fim-de-semana que se aproxima. Com a vantagem de Froome, serão duas etapas importantes para tentar recuperar algum tempo, estando todos proibidos de perder. Há que recordar que na última semana há um contra-relógio de 40 quilómetros que poderá beneficiar o líder, que quererá ter quase tudo definido antes de chegar à penúltima temporada, que marcará o regresso do mítico Angliru à Vuelta. Porém, esta quinta-feira (12ª etapa), é melhor estar com atenção, pois há uma primeira e uma segunda categoria e ainda um final a grande velocidade que podem dar ideias a alguém (Nibali?).

Veja aqui as classificações.


Summary - Stage 11 - La Vuelta 2017 por la_vuelta


»»A vitória espanhola que nunca mais chega««

»»Nelson Oliveira fez-nos sonhar na Vuelta (e ainda sonhamos um bocadinho)««

Sem comentários:

Enviar um comentário