Não restam grandes dúvidas que estamos perante o melhor pelotão nacional em anos mais recentes. Porém, a concorrência poderá ser maior, mas a W52-FC Porto continua a apresentar-se como a equipa mais forte, principalmente mais equilibrada na qualidade dos ciclistas que tem. São vários os que podem lutar por vitórias e que durante o ano já conquistaram algumas bem importantes. Os sete que estarão na Volta a Portugal no apoio a Gustavo Veloso são de alta qualidade, sendo provavelmente a única formação com capacidade para formar na frente do pelotão uma liderança dominante ao estilo de uma Sky, ainda que, naturalmente, respeitando os diferentes patamares em que as duas equipas se encontram. No entanto, fica a questão se a aposta será totalmente concentrada em Veloso, ou se haverá mesmo uma arma (pouco) secreta que possa baralhar os adversários.
Rui Vinhas ganhou a Volta em 2016, será o dorsal número 1, mas também será um homem de trabalho, ainda que à espera de nova oportunidade e com uma confiança bem diferente para a agarrar. É o primeiro a dizer que o líder será Gustavo Veloso, ainda que realçando precisamente a qualidade dos ciclistas que podem muito bem fazer o que ele fez há um ano. Ter tantos potenciais candidatos obriga a uma gestão de recursos humanos de enorme nível e será essa a função do director desportivo, Nuno Ribeiro. Em 2016 teve de o fazer quando se começou a perceber que Rui Vinhas tinha tudo para "tirar" a vitória que muito se anunciava para Veloso. O importante para os elementos da equipa é que o triunfo fique na equipa, contudo, será necessário uma gestão motivadora de todos os ciclistas, de forma a evitar divisões.
Quando se olha para os ciclistas chamados pela W52-FC Porto para a Volta - se não houver nenhuma alteração de última hora -, vemos que além de Veloso surge um Amaro Antunes que seria injusto não vê-lo como candidato, um Raul Alarcón cheio de moral e potencial para liderar a equipa, um Ricardo Mestre sempre pronto a chegar-se à frente se for chamado a tal e, claro, um Rui Vinhas desejoso de repetir o feito de há um ano. E ainda há um António Carvalho que aos 27 anos procura o seu espaço e oportunidade de ouro na equipa.
Com Veloso como líder, só se pode dizer que o espanhol tem um grupo de gregários de luxo. De recordar que estamos a falar de uma equipa que ambiciona subir de escalão, para o Profissional Continental, e que este ano tem andado muito por Espanha e com resultados sensacionais. Mas para já, a concentração é dada toda à Volta a Portugal, na qual esta estrutura tem dominado desde 2013. Gustavo Veloso tem 37 anos e procura a terceira vitória na Volta. O estatuto e o currículo contam muito e ninguém questiona o quanto o espanhol merece ser o líder. Porém, tanto Amaro Antunes como Raul Alárcon somaram vitórias este ano, elevando o nome da W52-FC Porto para outro nível. Ou seja, a equipa foi referida noutros locais, ganhando algum reconhecimento lá fora.
Sendo uma equipa nacional, procurar sucesso em corridas espanholas ou na Volta ao Algarve (que está classificada acima da Volta a Portugal) não elimina a necessidade de continuar o domínio por cá. Veloso é líder, mas não um vencedor anunciado como outrora. Amaro Antunes tem potencial para aproveitar uma daquelas subidas explosivas que esta corrida irá ter para mexer e bem com a Volta. Alárcon tem capacidade para fazer exibições idênticas. Se Veloso estiver à altura do momento, talvez só algo parecido com o que aconteceu com Rui Vinhas possa resultar numa vitória de outro ciclista que não o espanhol. Porém, Nuno Ribeiro não quererá ver todos esgotarem-se por Veloso, ficando sem opções se o espanhol tiver algum dia mau. Pode acontecer e o bom da W52-FC Porto é que tem opções e de qualidade.
O ciclismo tem muitas histórias em que as chamadas lideranças partilhadas acabam mal. Lançam a confusão a nível interno, a equipa acaba divida e com mais do que uma opção acaba-se por ficar sem nenhuma. Um bom director desportivo não é apenas aquele que faz a melhor táctica ou que escolhe os melhores ciclistas, é também aquele que tem a capacidade de gerir egos de ciclistas que querem vencer e que sabem que podem vencer, mesmo que não sejam a escolha número um para tal.
Com uma equipa tão forte, o pior inimigo da W52-FC Porto pode ser a desestabilização interna. A que vem de fora, a experiência dos ciclistas é muita para saberem lidar com ela. A formação do Sobrado será uma espécie de alvo a abater, mas todos os seus elementos têm a noção que este ano a concorrência será mais forte, tanto na luta individual pela geral, como na ajuda das equipas aos seus líderes. Para começar, ganhamos nós, adeptos de ciclismo!
A Volta a Portugal arranque na sexta-feira em Lisboa, com o prólogo de 5,4 quilómetros. Mas esta quinta-feira, a Praça do Império irá receber a apresentação das 18 equipas presentes. Aqui fica o horário previsto para quem quiser assistir ao vivo, sendo que haverá transmissão televisiva na RTP:
14:50 - UnieuroTrevigiani-Hemus 1896
14:54 - JLT CONDOR
14:56 - LA Alumínios-Metalusa-BlackJack
15:20 - H&R Block Pro Cycling Team
15:23 - GM Europa Ovini
15:28 - Louletano-Hospital de Loulé
15:43 - Kuwait-Cartucho.Es
15:45 - Team Dauner D&DQ Akkon
15:50 - Rádio Popular-Boavista
16:16 - Armée de Terre
16:18 - Team Vorarlberg
16:23 - Sporting-Tavira
16:34 - Euskadi Basque Country-Murias
16:36 - Bike AID
16:38 – EFAPEL
17:16 - Metec-TKH Continental
17:18 - Israel Cycling Academy
17:26 - W52-FC Porto
»»A Volta a Portugal em números««
»»Porque devemos entrar em modo Volta a Portugal««
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