(Fotografia: Facebook La Vuelta) |
O ataque de Contador serviu mais para o espanhol provar que ainda tem uma palavra a dizer nesta Vuelta. Não ganhou a etapa, mas vai lutar por uma etapa e já admitiu que o pódio é um objectivo por agora. Mais do que isso, fez os adversários terem um respeito diferente por ele. Contador pode não estar na luta pela Vuelta, mas com ataques destes, aproveitando as famosas rampas que se tornaram uma tradição nesta corrida, o espanhol pode decidir a Volta a Espanha ao deixar algum candidato de fora. Fê-lo no ano passado e quando está bem, não há Fabio Aru, Romain Bardet, Chaves, Vincenzo Nibali, ou seja quem for, que esteja imune a simplesmente não aguentar o ritmo do El Pistolero. Um último disparo ainda estará para vir e olha-se agora para Contador com desconfiança, depois de um início de Vuelta triste, que parecia mesmo de um ciclista acabado. Não, ainda falta um disparo.
No final Contador queixou-se da ausência de ajuda. Froome respondeu que se sentiu confortável e que não considerou haver necessidade em forçar o andamento nesta fase da corrida. A vantagem a certa altura parecia que poderia tornar-se preocupante para os que têm pretensões, mas acabaram todos por recuperar, pois Contador não durou para sempre, ainda mais a ter de "puxar" Froome.
A sexta etapa, Vila-Real-Sagunt (204,4 quilómetros), mostrou então um Contador ainda com uma derradeira ambição e comprovou um Froome forte e que está mais do que decidido a vencer de uma vez por todas a Vuelta. Com Chaves a ceder no ataque do espanhol, apesar de ter recuperado, agora todos os rivais do britânico mostraram fraquezas. Só um ciclista mantém-se sólido durante todos estes dias e que não foram nada fáceis: Chris Froome. Uma vitória anunciada? É uma corrida de três semanas e ainda mais uma sempre imprevisível Volta a Espanha. Porém, está a ser o show do todo-poderoso Froome.
David de la Cruz (Quick-Step Floors) perdeu mais alguns segundos, revelando grandes dificuldades quando à subidas com zonas com pendentes a rondar os 20%. Tejay van Garderen (BMC) lá se vai candidatando para mais um prémio de azarado da competição. Numa só etapa caiu duas vezes e furou entre as quedas. Sempre que aparece em boa forma, acontece algo.
O polaco Tomasz Marczynski inscreveu o seu nome na história da Vuelta. Aos 33 anos alcançou a maior vitória da carreira. Já foi três vezes campeão nacional de estrada e conta ainda com triunfos em corridas que participou na sua passagem pelos escalões inferiores. Para a Lotto Soudal é o respirar de alívio. Já tem a sua etapa, o que poderá libertar a equipa de uma pressão crescente, derivada de uma época um pouco abaixo do esperado: são apenas 16 vitórias em 2017, "apenas" na perspectiva de uma formação habituada a ter mais de 20 triunfos nesta fase da temporada.
A Vuelta não pára e para a sétima etapa será mais um pouco de sobe e desce, mas com os favoritos a pensar no fim-de-semana em que a alta montanha estará de volta.
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