O discurso inicial era quase como se já não fosse ciclista da equipa, mas mudou e reforçou o "nós" e vez do "eles". Trentin queria um último grande triunfo para o adeus. Ele que andou na sombra de Mark Cavendish e Kittel ou então de Tom Boonen, nesta caso mais nas clássicas. Quando surgiu a oportunidade agarrou-a, umas vezes com a vitória. Foi assim no Tour em 2013 e 2014, no Giro em 2016 e agora na Vuelta. Na Orica-Scott, Trentin poderá encontrar um estatuto mais importante, principalmente no que diz respeito às clássicas, mas também nos sprints, ainda que neste aspecto terá sempre um Caleb Ewan como a opção número um.
Trentin entra assim num grupo em que Fabio Aru passou a fazer parte no último Tour, no qual já estão Nairo Quintana, Alejandro Valverde e, recuando um pouco no tempo Eddy Merckx e Bernard Hinault. Entre os sprinters, Mark Cavendish também venceu nas três grandes voltas, tal como Marcel Kittel, André Greipel e Mario Cipollini. A título de curiosidade, Alberto Contador e Chris Froome não estão neste grupo, pois falta-lhes uma vitória na Volta a Itália.
Nesta Vuelta há mais um candidato a aumentar a contagem para 101. Thomas de Gendt tem um objectivo principal no que resta da sua carreira: vencer uma etapa na Vuelta. Já tem no Giro e no Tour e a confissão do que o belga procura foi feita pela própria equipa, Lotto Soudal, ao Cycling News.
De Gendt já admitiu algum cansaço depois de ter feito o Tour, mas isso não significa que tenha apontado tentar a desejada vitória em determinadas em etapas. Olhando para as suas conquistas - em 2012 venceu no Stelvio (Giro) e em 2016 no Mont Ventoux (a etapa foi encurtada devido ao vento e ficou famosa pela corrida a pé de Chris Froome) -, para fazer um triplete perfeito, então vencer o Angliru seria algo de fenomenal. Quando se fala de Thomas de Gendt, só se pode pensar "e porque não?"
Pode nunca se ter tornado no voltista que em 2012 se pensou, depois do terceiro lugar no Giro. Capaz do melhor e do pior, quando De Gendt faz o melhor, é um ciclista impossível de não se gostar de ver. Vamos ficar atentos ao belga nesta Vuelta.
Um dia calmo porque vêm aí as etapas "rompe pernas"
Esta terça-feira foi um dia atípico na Vuelta. Também os há, mas estamos tão habituados a ver acção nesta corrida, que quando surge uma etapa em que nada se passa além da fuga, perseguição e sprint final, até achamos estranho. Mas percebe-se. Depois do contra-relógio colectivo foram duas etapas infernais, primeiro por causa do vento e depois porque logo ao terceiro dia entrou-se na alta montanha. Descansou-se então um pouco na quarta e agora é subir e descer até domingo. Já nesta quarta-feira é um dos dias chamados de "rompe pernas" (imagem em cima).
Matteo Trentin deu a segunda vitória à Quick-Step Floors, depois de Yves Lampaert ter ganho na segunda etapa. Já "só" faltam três para igualar a marca alcançada no Giro e no Tour: cinco tiradas. Pela negativa esteve Daniel Moreno, que caiu já perto do final da tirada, perdendo 1:38 minutos. A Movistar tem agora como melhor classificado na geral o colombiano Carlos Betancur, a 1:35 de Chris Froome.
Summary - Stage 4 - La Vuelta 2017 por la_vuelta
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