1 de maio de 2019

Joni Brandão a caminho do seu melhor

Foram dois anos sem vitórias, com um problema de saúde pelo meio, mas que deixou um dos melhores ciclistas portugueses da actualidade longe do que estava tão habituado fazer: discutir triunfos. O regresso de Joni Brandão à Efapel está a começar a dar frutos. É um ciclista que não só está a ser competitivo, mas a vencer. Depois de conquistar a terceira etapa no Grande Prémio Internacional Beiras e Serra da Estrela, Joni deu uma lição de bom ciclismo na Clássica Aldeias do Xisto, cortando a meta isolado, numa subida espectacular e que merece aparecer no percurso de outras provas [porque não uma Volta a Portugal?].

"Há dois anos que estava sem vitórias. Em duas corridas consegui duas. Não me passava isso pela cabeça. Estou bastante feliz", admitiu ao Volta ao Ciclismo. Apesar de ter vencido isolado na chegada a Gondramaz, em Miranda do Corvo, com 32 segundos sobre Luís Mendonça e 58 sobre o companheiro de equipa Henrique Casimiro, Joni não se cansou de salientar o trabalho que os colegas da Efapel realizaram durante os 154 quilómetros, que começaram a contar em Pedrógão Pequeno.

A Efapel também venceu por equipas, mas ainda mais importante do que vencer na corrida de um dos seus patrocinadores, foi o que foi ganho a nível de motivação e confiança com os olhos postos na Volta a Portugal. O director desportivo, Américo Silva, não esconde que é esse o grande objectivo de 2019 e mostrou-se satisfeito por ver a sua equipa cada vez mais... equipa! "Há que ter confiança da parte do Joni para com a equipa e a equipa confiar que tem um líder que ganha quando trabalha para isso", salientou ao Volta ao Ciclismo.

Américo Silva também referiu a importância de Joni estar a vencer novamente, depois de dois anos mais complicados, fase de sucesso que coincide com o regresso à Efapel, equipa pela qual alcançou os seus melhores resultados. "Ele tem vindo a evoluir e principalmente começa a sentir que tem uma equipa em seu redor que lhe pode ajudar neste tipo de vitórias. Essa confiança é muito importante", reiterou.

Foi a terceira edição da Clássica Aldeias do Xisto, que em 2018 a Efapel já tinha vencido, mas por intermédio de Daniel Mestre, que entretanto mudou-se para a W52-FC Porto. O percurso foi muito selectivo, com um acumulado de subida de 2750 metros, incluindo quatro prémios de montanha: Sertã (quarta categoria, ao quilómetro 16,1), Portela do Gavião (terceira, ao quilómetro 63,6), Pampilhosa da Serra (segunda, ao quilómetro 80) e Gondramaz. Esta última subida agradou a Joni Brandão, com 5,5 quilómetros e uma pendente média de 8,5%. Um verdadeiro espectáculo!

Rampas bem difíceis a superar dos 12/13%, com curvas em cotovelos. Apesar do reconhecimento feito na véspera, Joni Brandão admitiu que atacou esta subida muito pelas suas sensações do momento. Arrancou a pouco menos de quatro quilómetros da meta e nunca mais ninguém o apanhou. "É uma bonita subida, muito dura, poucos descansos. Precisamos mais deste tipo de subidas em Portugal. Temos muitas subidas duras, mas as chegadas são fáceis", disse, elogiando a Federação Portuguesa de Ciclismo pela escolha da subida de Gondramaz.

Joni Brandão tem feito uma época em crescendo, não estando muito em competição. Quer agora continuar o bom caminho que está a realizar, rumo a uma subida de forma que tanto ele, como a Efapel, esperam que signifique estar na disputa da Volta a Portugal e finalmente vencê-la.

Nas restantes classificações da corrida, Luís Fernandes (Aviludo-Louletano) foi o melhor trepador, repetindo o feito de 2018. Jorge Magalhães (W52-FC Porto) foi o melhor sub-23.

Classificação completa neste link, via Federação Portuguesa de Ciclismo (documento PDF).

Luís Mendonça vence Taça de Portugal

(Fotografia: © João Fonseca Photographer)
Em disputa na Clássica Aldeias do Xisto estava a Taça de Portugal. Depois da Prova de Abertura Região de Aveiro e Clássica da Arrábida, Raúl Alarcón (W52-FC Porto) e Luís Mendonça (Rádio Popular-Boavista) eram os ciclistas presentes em melhor posição para discutir o troféu.

Mendonça foi quem sempre esteve mais activo, apesar da W52-FC Porto ter tentado colocar homens nas fugas. O ciclista da Rádio Popular-Boavista estava ansioso por dar finalmente uma triunfo à sua nova equipa. Contudo, não escondeu alguma desilusão por ter somado mais um segundo lugar na corrida, ainda que lhe tenha garantido um troféu. A Taça de Portugal é dele e abre a contagem de conquistas para a equipa em 2019.

Em sub-23 o vencedor da Taça foi Fábio Costa (UD Oliveirense-InOutBuild), com a W52-FC Porto a conquistar por equipas e a Sicasal-Constantinos em sub-23, um troféu que a formação jovem já tinha garantido na segunda corrida, na Arrábida.

Ranking completo neste link, via Federação Portuguesa de Ciclismo (documento PDF).

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