10 de maio de 2019

Etapas a não perder na 102ª edição da Volta a Itália

(Fotografia: Giro d'Italia)
Tudo começa este sábado com um contra-relógio individual, antes do primeiro dia de descanso há mais um e para terminar o Giro, um terceiro. Pelo meio muita montanha e, contrariando uma tendência actual, as etapas são na maioria longas e não apenas as dos sprinters. Estas não serão muitas para os chamados "puros sprinters", mas há mais umas para aqueles que consigam passar algumas dificuldades. A 102ª edição da Volta a Itália está pronta a arrancar, com um pelotão com grandes nomes, tanto na luta pela geral, como entre os sprinters, pois muitos deles também irão ao Tour.

Elia Viviani (Deceuninck-QuickStep), Fernando Gaviria (UAE Team Emirates) e Arnaud Démare (Groupama-FDJ), para nomear três, têm as etapas três, cinco, dez, onze e dezoito marcadas, ainda que a ver vamos quem chega à última. Provavelmente só quem tenha ideias de conquistar a classificação dos pontos. As tiradas dois e quatro têm muito sobe e desce, mas não é de descartar que algum dos sprinters consiga discutir a vitória.

Mas será na montanha que se concentrarão a maioria das atenções, à espera de conhecer quem sucede a Chris Froome no historial de vencedores. Tom Dumoulin (Sunweb) e Vincenzo Nibali (Bahrain-Merida) são os únicos antigos maglia rosa que estão em prova e são dois dos favoritos (pode ler mais sobre os candidatos no texto deste link).

Aqui ficam cinco etapas (mais uma que poderá ser bem animada - 12ª) que têm características de decisivas - ainda que já se aprendeu que pode ser na mais das inocentes das tiradas que às vezes assiste-se às maiores surpresas -, isto claro não esquecendo que o Giro termina com um contra-relógio de 17 quilómetros em Verona, com uma subida de quarta categoria a meio, pelo que não será de afastar que tudo se jogue naquele 2 de Junho.

Antes, o Giro em números: 3578,8 quilómetros (média de 170,4 por dia). Três contra-relógios individuais. Seis etapas de dificuldade baixa, sete de média dificuldade e cinco de alta. Sete etapas terão chegada em alto.

1ª etapa: Bolonha - Bolonha (contra-relógio), 8 quilómetros



Não se tenha tendência a dizer que são apenas oito quilómetros. Os últimos 2100 metros chegam a ter rampas de 16%, com grande parte a rondar os 8 e 9%. Há ainda uma curva em cotovelo, que não facilitará nada os ciclistas que não podem perder tempo na chegada Santuário de São Luca. São oito quilómetros que podem deixar alguém a fazer contas logo no primeiro dia, se o contra-relógio não correr bem e ainda há a possibilidade de chuva a ter em conta, com vários dos líderes a optarem por sair mais cedo e não serem os últimos de forma a recolher informação dos colegas que saiam primeiro, como normalmente acontece. A chuva poderá afectar mais quem sair mais tarde para o contra-relógio 

13ª e 14ª, mas até pode começar a animar na 12ª

Duas etapas bem duras, mas a "festa" até pode começar na 12ª (Cuneo - Pinerolo, 158 quilómetros, dia 23 de Maio), com a subida ao Montoso, de primeira categoria, seguida de uma descida e plano até à meta a poder dar ideias a quem se dá bem a subir e ainda melhor a descer (e lá se pensa em Nibali, que terá muitas oportunidades para mostrar esta sua qualidade). As duas seguintes terão mais montanha.



A 13ª etapa (Pinerolo-Ceresole Reale, 188 quilómetros) terá a subida ao Colle del Lys de Val Susa e a Pian del Lupo, com a ascensão final no Lago Serrù a ter uns seis quilómetros finais a uma média de 8,9% de pendente, mas há que contar que a subida começa a cerca de 20 quilómetros da meta e até antes já não estarão exactamente em terreno plano.



Na 14ª teremos uma etapa curta, para quebrar com as longas distâncias da maioria. Serão "apenas" 131 quilómetros entre Saint-Vincent e Courmayeur, com três subidas: Verrayes, Verrogne, Truc d’Arbe (Combes) e Colle San Carlo, que terá 10,5 quilómetros a 9,8% de inclinação média. Não terminará aí a etapa, com uma longa descida antes de mais uma rampa até ao final.



16ª etapa: Lovere - Ponte di Legno, 226 quilómetros e a Cima Coppi



Se tem a Cima Coppi então é uma etapa sempre muito aguardada. E aparece logo a seguir ao segundo dia de descanso (28 de Maio). O ponto mais alto do Giro será no Passo Gavia a 2618 metros de altitude, mas ainda com o Mortirolo pela frente, mas que também não coincidirá com a meta. Um grande teste às forças que ainda restarão aos candidatos em duas subidas míticas.

20ª etapa: Feltre - Croce D'Aune-Monte Avena, 194 quilómetros



Quanto à montanha, tudo ficará fechado num daqueles dias (1 de Junho) que pode ser inesquecível nas Dolomitas (têm sido de grande espectáculo). Nos 194 quilómetros entre Feltre e Croce D'Aune/Monte Avena haverá cinco subidas que significarão cerca de cinco mil metros de acumulado: Cima Campo, Passo Manghen, Passo Rolle e Croce d’Aune antes de um final de primeira categoria de sete quilómetros a chegar aos 10% e uma média de 7,4%.

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