22 de abril de 2019

Edgar Pinto agarra oportunidade e dá à W52-FC Porto um resultado muito importante

(Fotografia: © João Fonseca Photographer)
Se há uma coisa que não mudou na W52-FC Porto com a subida de escalão, foi a mentalidade de praticamente todos terem uma oportunidade para tentar alcançar um resultado próprio e não ficar uma época preso ao trabalho de gregário. Apesar da equipa se ter reforçado, aumentado de 12 para 16 o plantel - algo inevitável para enfrentar a responsabilidade de ser Profissional Continental - o calendário também ganhou mais provas. Para contratar um líder como Edgar Pinto, teria de haver garantias que chegaria o seu momento de ser figura principal numa equipa que tem Raul Alarcón como número um para a Volta a Portugal.

Sem surpresa, Edgar Pinto foi aposta numa corrida além fronteiras e num momento de grande importância na história da formação do Sobrado: primeira corrida World Tour (Volta à Turquia). A experiência do ciclista foi mais do que justificação para que assim acontecesse. João Rodrigues assumiu protagonismo nacional no arranque de temporada, tanto na Volta ao Algarve (excelente nono lugar), como na Volta ao Alentejo, que venceu. Também tinha pretensões na Clássica da Arrábida, mas algum azar fez com que fosse Raúl Alarcón a tentar discutir a vitória, que escapou.

Rodrigues era suposto ter viajado até à Turquia, mas por motivos de doença ficou de fora. Ainda assim, era a vez de Edgar Pinto. Em Maio de 2018 conquistou a Volta à Comunidade de Madrid, então ao serviço na Vito-Feirense-BlackJack Edgar Pinto sentiu que finalmente os azares estavam a deixá-lo. A sua carreira está marcada por várias quedas, normalmente quando está na melhor forma. Esta vitória internacional deu-lhe uma dose extra de confiança para a Volta a Portugal, ficando à porta do pódio.

O salto para a W52-FC Porto e para o segundo escalão do ciclismo mundial foi um prémio para um corredor de qualidade, mas que parecia ter sempre algo a evitar de atingir um nível mais alto. Na Volta à Turquia ficou claro desde cedo a forma de Edgar Pinto. Raúl Alarcón poderia ser a figura mais mediática e também ele tentou mostrar-se, mas era o momento de Edgar.

Na segunda etapa, bem colocado, fez oitavo no sprint, uma especialidade em que Samuel Caldeira muito trabalhou frente a alguns dos grandes nomes, como Sam Bennett (Bora-Hansgrohe) e Caleb Ewan (Lotto Soudal), que dividiram as vitórias ao sprint com Fabio Jakobsen (Deceuninck-QuickStep). Mas nesta Volta à Turquia, a geral resolve-se basicamente na etapa rainha, a única de alta montanha. No ano passado houve uma excepção, no triunfo de Edu Prades (Euskadi-Murias) na última tirada. Edgar Pinto esteve muito bem no sábado. Alarcón esteve bem posicionado inicialmente, contudo, foi dia de Edgar alcançar um resultado histórico, pois o quinto lugar na etapa significou um quinto lugar na geral, a 59 segundos do vencedor Felix Grossschartner (Bora-Hansgrohe).

Edgar Pinto foi o melhor entre as equipas Profissionais Continentais, o que dá um maior relevo a este resultado. A presença numa corrida deste nível era um objectivo e chegou poucos meses depois da subida de escalão. O impacto foi positivo e bem-vindo, pois exibições e resultados como os da Volta à Turquia podem abrir portas a outras corridas de maior importância. De referir que Ricardo Mestre (27º), Rafael Reis (31º), Tiago Ferreira (68º) e Gustavo Veloso (93º) também fizeram parte da estreia da W52-FC Porto no World Tour. Samuel Caldeira foi 48º e Alarcón 17º.

As oportunidades de Edgar Pinto não se ficarão por aqui e é provável que apareça a bom nível em algumas corridas por Espanha, sem esquecer que a equipa tem viagens marcadas para o Luxemburgo e até China. Na Volta a Portugal tem tudo para ser um forte aliado de Alarcón e sempre espreitar uma oportunidade, numa equipa que consegue ter mais do que uma opção de qualidade para ganhar, mais uma vez a corrida.

Até lá, o director desportivo, Nuno Ribeiro, fará a habitual rotação de oportunidades, tanto lá fora, como em Portugal. Daniel Mestre, outro reforço com perfil de líder, venceu uma etapa no Grande Prémio Internacional Beiras e Serra da Estrela e aproxima-se a Clássica Aldeias do Xisto (1 de Maio) que venceu em 2018 com a Efapel. Mas chegará a vez de António Carvalho, Ricardo Mestre, Rui Vinhas... Este é um plantel de luxo no ciclismo nacional, dando à equipa potencial para disputar qualquer corrida.

Depois do bom resultado na Turquia - a equipa foi ainda quinta na classificação colectiva, entre as 17 formações - a W52-FC Porto segue para Espanha. A Volta a Castela e Leão decorre de quinta-feira a sábado e terá uma fortíssima presença portuguesa. Praticamente todo o pelotão nacional de elite. Além da W52-FC Porto está o Sporting-Tavira, Efapel, Aviludo-Louletano, Vito-Feirense-PNB e Miranda-Mortágua.

Pode confirmar neste link os resultados completos da Volta à Turquia, via ProCyclingStats.

»»W52-FC Porto com calendário que a levará até à China, com passagem pelo Luxemburgo e Turquia««

»»João Rodrigues, o próximo líder da W52-FC Porto?««

Sem comentários:

Enviar um comentário