7 de maio de 2019

Ineos não mexe no bloco do Tour e vai ao Giro com a equipa mais jovem da sua história

(Imagem: Team Ineos)
Com seis dos oito ciclistas a terem 25 ou menos anos, a Ineos vai mesmo mostrar os seus jovens na Volta a Itália. Com a inesperada ausência de Egan Bernal, ficou a dúvida  quem substituiria o colombiana. A vaga foi preenchida por Eddie Dunbar, irlandês que chegou em Setembro após o fim da Aqua Blue Sport. Mas não irá como líder. Também Iván Ramiro Sosa entrou no oito do Giro, depois de Gianni Moscon não ter convencido em corridas recentes, tendo a Volta à Califórnia como destino neste mesmo de Maio.

"Nas últimas duas épocas temos estado a trazer um grupo de jovens ciclistas seleccionados cuidadosamente e que acreditamos que serão o futuro da nossa equipa. Com este desenvolvimento em mente, escolhemos preencher [com jovens] a nossa mais nova formação de sempre para uma grande volta e é adequado que seja a nossa primeira Team Ineos", explicou o director Dave Brailsford. A média de idades é de 25,25 anos.

Com Wout Poels e David de la Cruz a serem opções de maior experiência e no caso do holandês já está a pedir há algum tempo uma oportunidade de liderar a equipa em prova de três semanas, os responsáveis acabaram por premiar as boas exibições de Tao Geoghegan Hart (24 anos) e Pavel Sivakov (21), com os dois a assumirem o papel de destaque na ausência de Bernal. O colombiano sofreu uma queda num treino, fracturando a clavícula. Dunbar (22) será um homem de apoio, assim como Iván Ramiro Sosa (21). Estes dois ciclistas, mais Jhonatan Narváez (22) vão fazer a sua estreia em grandes voltas.

Hart e Sivakov estiveram na Vuelta no ano passado, pelo Brailsford salientou a necessidade de chamar homens experientes, para assim encontrar algum equilíbrio e certamente para ter vozes de comando entre jovens que, de repente, se vêem com muita responsabilidade. Christian Knees tem 38 anos e 19 grandes voltas, enquanto Salvatore Puccio, 29 anos, tem 10. Sebastián Henao vai na sua sexta temporada na formação britânica, mas alguma falta de regularidade tem afastado o colombiano de maior protagonismo. Ainda assim, tem quatro Giros feitos, aos 25 anos.

Poels é um dos gregários de luxo da estrutura no Tour, tal como Michal Kwiatkowski. Ambos poderiam ter sido eleitos, mas a Ineos não quer mexer num núcleo duro que dá tantas garantias para enfrentar o Tour. David de la Cruz poderá ficar "guardado" para a Vuelta, ainda que em 2018 tenha desiludido, não conseguindo lidar com a pressão de ter de mostrar resultados. Chris Froome e Geraint Thomas eram cartas fora do baralho para o Giro, pelo que a Ineos vai mesmo tentar que os ciclistas que quer ver como as referências da modalidade num futuro muito próximo se mostrem à altura do desafio.

Com Bernal a Ineos iria apostar na luta pela maglia rosa, pois mesmo que só tenha feito uma grande volta, os resultados e exibições demonstram que é um ciclista preparado para começar a discutir este tipo de feitos. Sem o colombiano, a esperança é bem menor. Hart e Sivakov estiveram a grande nível na Volta aos Alpes. O primeiro venceu duas etapas, o segundo ganhou uma e a geral. Porém, será uma realidade bem diferente num Giro de três semanas e com muitos corredores mais experientes e num momento de forma muito forte.

A Sky despediu-se com a juventude a ganhar nos Alpes e a Ineos estreou-se com outro jovem talento a vencer em Yorkshire (Chris Lawless). A pressão sobre Hart e Sivakov será enorme, pois estão numa equipa exemplar no que a três semanas diz respeito, mas, por outro lado, o objectivo passará muito para que os dois, tal como Dunbar, Narváez e Sosa, ganhem experiência.

Vencer a geral parece improvável. Ganhar etapas, absolutamente possível, assim como uma classificação da juventude, por exemplo. A vontade de mostrarem que podem responder a esta chamada carregada de responsabilidade com competitividade, poderá fazer destes jovens uns animadores interessantes num Giro que ficou mais pobre sem Bernal, mas a Ineos tratou de dar outro ponto de interesse.

A Volta a Itália arranca no próximo sábado em Bolonha, com um contra-relógio individual.

Aqui ficam algumas das equipas já confirmadas para a 102ª edição do Giro, salvo alguma alteração de última hora.

Ineos: Christian Knees, Eddie Dunbar,  Jonathan Narvaéz, Tao Geoghegan Hart, Pavel Sivakov, Sebastián Henao, Iván Ramiro Sosa, Salvatore Puccio;

Astana: Miguel Ángel López, Andrey Zeits, Dario Cataldo, Davide Villella, Ion Izagirre, Jan Hirt, Manuele Boaro, Pello Bilbao;

Bahrain-Merida: Vincenzo Nibali, Andrea Garosia, Antonio Nibali, Damiano Caruso, Domenico Pozzovivo, Grega Bole, Kristijan Koren, Valerio Agnoli;

Mitchelton-Scott: Simon Yates, Brent Bookwalter, Christopher Juul-Jensen, Jack Bauer, Johan Esteban Chaves, Lucas Hamilton, Luke Durbridge, Mikel Nieve;

Movistar: Mikel Landa, Andrey Amador, Antonio Pedrero, Héctor Carretero, Jasha Sütterlin, José Joaquín Rojas, Lluís Mas, Richard Carapaz;

Jumbo-Visma: Primoz Roglic, Antwan Tolhoek, Jos van Emden, Koen Bouwman, Laurens de Plus, Paul Martens, Sepp Kuss, Tom Leezer;

Sunweb: Tom Dumoulin, Chad Haga, Chris Hamilton, Jai Hindley, Jan Bakelants, Louis Vervaeke, Robert Power, Sam Oomen.

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