A Manzana Postobón não vai regressar à estrada. O projecto colombiano, que estava a ser importante na divulgação de ciclistas daquele país, não resistiu ao problema que não larga uma Colômbia que tem tanto talento entre os ciclistas, mas não consegue afastar a imagem ligada às suspeitas de doping. Foram dois casos em menos de um mês na equipa Profissional Continental e não ajudou um antigo ciclista da equipa ter sido excluído do Giro por resultados anómalos, acabou. Fim da linha para a Manzana Postobón e a Colômbia volta a dar um passo atrás no desenvolvimento do seu ciclismo.
Os responsáveis nem esperaram para conhecer a sanção da UCI. O regulamento dita que dois casos em 12 meses resultam automaticamente numa suspensão da equipa entre 15 a 45 dias. A Manzana Postobón foi mais radical.
"Perante os eventos lamentáveis das últimas semanas, nos quais estiveram envolvidos atletas da equipa profissional, decidimos não continuar com a formação de ciclismo profissional", lê-se no comunicado assinado pelo presidente da Corporación Pedaleamos por Colombia (detentora da equipa), Alejandro Restrepo Echavarría.
É realçado como se tentou incutir tanto nos ciclistas profissionais, como nos corredores das camadas jovens e as suas famílias "a importância em marcar a diferença com o seu bom comportamento, o respeito pelo seu corpo, o cuidado pela sua saúde e, sobretudo, a responsabilidade perante a sociedade, de se ser um exemplo para uma sociedade que vibra com o desporto" e que vê os ciclistas como "exemplos a seguir".
Echavarría pede ainda que se continue a defender um desporto limpo e que não se perca a crença que tal é possível na Colômbia. Considera que o aumento de controlos anti-doping e a educação dos jovens corredores é o caminho a seguir. Porém, a realidade naquele país sul-americano volta a chocar com o romantismo que tem existido em redor dos ciclistas que em anos recentes se tornarem em referências mundiais, conquistando ou sendo fortes candidatos a grandes vitórias.
Sempre que a Colômbia tenta dar um passo em frente, os problemas com o doping causam um revés e o final da Manzana Postobón será mais um. Ia na sua terceira temporada como Profissional Continental. Um dos objectivos era precisamente servir de trampolim para os colombianos darem o salto para o World Tour. Sergio Higuita foi o mais recente exemplo, assinando pela EF Education First, depois de uns meses de preparação e adaptação europeia na Fundação Euskadi. Juan Sebastián Molano tornou-se num ciclista de orgulho para a equipa ao mudar-se para a UAE Team Emirates, mas, cinco meses depois tornou-se num exemplo de dúvida.
O sprinter foi excluído pela própria equipa da Volta a Itália devido a resultados anómalos detectados nuns testes internos. A sua ligação à Manzana Postobón foi imediatamente referida, numa publicidade nunca desejada. No entanto, o problema da formação colombiana foi mesmo o positivo de Wilmar Paredes por EPO em Abril e, já este mês, os resultados anómalos por boldenona, um esteróide anabolizante, por parte de José Amador.
Ainda há trabalho a fazer de raiz para tentar eliminar um mal que, depois da Colômbia estar a ser tão falada como uma fonte de talentos, voltou a minar a credibilidade daquele ciclismo. Há que não esquecer que há outro colombiano na mira, pois Jarlinson Pantano (Trek-Segafredo) está suspenso provisoriamente depois de ter acusado EPO.
Irão continuar a aparecer talentos, como Egan Bernal e Iván Ramiro Sosa, mas uma equipa como a Manzana Postobón poderia ter sido um porta aberta para mais ciclistas se mostrarem. Logo no seu primeiro ano no segundo escalão, esteve na Volta a Espanha. Que mais se poderia pedir. Espanha, França, mas também Portugal foram destinos ao longo dos últimos três anos da equipa. Por cá, Molano venceu duas etapas na Volta ao Alentejo, em 2017. Nesse ano de estreia como Profissional Continental da Manzana Postobón, o ciclista português Ricardo Vilela e o holandês Jetse Bol assumiram um papel importante em transmitir experiência a um grupo tão jovem. Os dois estão agora na Burgos-BH,, depois de duas temporadas na estrutura colombiana. Bol até saiu em Agosto de 2018.
Com o fim do projecto a nível do profissionalismo, fica mais uma vez bem claro a necessidade de "limpar a casa" antes de continuar a ambicionar alto, para acabar por cair. Numa altura em que a Volta à Colômbia estava a consolidar ainda mais a reputação no ciclismo daquele país, eis que o doping volta a ser o assunto do dia. Entretanto, 14 ciclistas ficaram sem equipa, enquanto dois aguardaram pela conclusão dos processos de suspeita de doping.
Federação lamenta final da equipa
A Federação Colombiana de Ciclismo lamentou o fechar de portas da Manzana Postobón, salientando como sempre teve um compromisso "com os valores éticos e profissionais na prática do jogo limpo". O organismo compromete-se em manter "os programas preventivos", assim como as conferências que acompanham as principais competições do país, da elite às camadas jovens, para formar os ciclistas e "dar ênfase às consequências do doping na saúde e no desporto".
Acrescenta que irá defender o "jogo limpo", através de "controlos antes, durante e fora das corridas". "Não podemos desfalecer e deixar que o doping manche e acabe com toda a disciplina, entrega e paixão que influenciaram pessoas e empresas de prestígio a apoiar o desporto no nosso país", lê-se no comunicado.
»»Manzana Postobón à espera da suspensão após segundo caso de suspeita de doping««
»»Três ciclistas mandados para casa por suspeitas de doping««
"Perante os eventos lamentáveis das últimas semanas, nos quais estiveram envolvidos atletas da equipa profissional, decidimos não continuar com a formação de ciclismo profissional", lê-se no comunicado assinado pelo presidente da Corporación Pedaleamos por Colombia (detentora da equipa), Alejandro Restrepo Echavarría.
É realçado como se tentou incutir tanto nos ciclistas profissionais, como nos corredores das camadas jovens e as suas famílias "a importância em marcar a diferença com o seu bom comportamento, o respeito pelo seu corpo, o cuidado pela sua saúde e, sobretudo, a responsabilidade perante a sociedade, de se ser um exemplo para uma sociedade que vibra com o desporto" e que vê os ciclistas como "exemplos a seguir".
Echavarría pede ainda que se continue a defender um desporto limpo e que não se perca a crença que tal é possível na Colômbia. Considera que o aumento de controlos anti-doping e a educação dos jovens corredores é o caminho a seguir. Porém, a realidade naquele país sul-americano volta a chocar com o romantismo que tem existido em redor dos ciclistas que em anos recentes se tornarem em referências mundiais, conquistando ou sendo fortes candidatos a grandes vitórias.
Sempre que a Colômbia tenta dar um passo em frente, os problemas com o doping causam um revés e o final da Manzana Postobón será mais um. Ia na sua terceira temporada como Profissional Continental. Um dos objectivos era precisamente servir de trampolim para os colombianos darem o salto para o World Tour. Sergio Higuita foi o mais recente exemplo, assinando pela EF Education First, depois de uns meses de preparação e adaptação europeia na Fundação Euskadi. Juan Sebastián Molano tornou-se num ciclista de orgulho para a equipa ao mudar-se para a UAE Team Emirates, mas, cinco meses depois tornou-se num exemplo de dúvida.
O sprinter foi excluído pela própria equipa da Volta a Itália devido a resultados anómalos detectados nuns testes internos. A sua ligação à Manzana Postobón foi imediatamente referida, numa publicidade nunca desejada. No entanto, o problema da formação colombiana foi mesmo o positivo de Wilmar Paredes por EPO em Abril e, já este mês, os resultados anómalos por boldenona, um esteróide anabolizante, por parte de José Amador.
Ainda há trabalho a fazer de raiz para tentar eliminar um mal que, depois da Colômbia estar a ser tão falada como uma fonte de talentos, voltou a minar a credibilidade daquele ciclismo. Há que não esquecer que há outro colombiano na mira, pois Jarlinson Pantano (Trek-Segafredo) está suspenso provisoriamente depois de ter acusado EPO.
Irão continuar a aparecer talentos, como Egan Bernal e Iván Ramiro Sosa, mas uma equipa como a Manzana Postobón poderia ter sido um porta aberta para mais ciclistas se mostrarem. Logo no seu primeiro ano no segundo escalão, esteve na Volta a Espanha. Que mais se poderia pedir. Espanha, França, mas também Portugal foram destinos ao longo dos últimos três anos da equipa. Por cá, Molano venceu duas etapas na Volta ao Alentejo, em 2017. Nesse ano de estreia como Profissional Continental da Manzana Postobón, o ciclista português Ricardo Vilela e o holandês Jetse Bol assumiram um papel importante em transmitir experiência a um grupo tão jovem. Os dois estão agora na Burgos-BH,, depois de duas temporadas na estrutura colombiana. Bol até saiu em Agosto de 2018.
Com o fim do projecto a nível do profissionalismo, fica mais uma vez bem claro a necessidade de "limpar a casa" antes de continuar a ambicionar alto, para acabar por cair. Numa altura em que a Volta à Colômbia estava a consolidar ainda mais a reputação no ciclismo daquele país, eis que o doping volta a ser o assunto do dia. Entretanto, 14 ciclistas ficaram sem equipa, enquanto dois aguardaram pela conclusão dos processos de suspeita de doping.
Federação lamenta final da equipa
A Federação Colombiana de Ciclismo lamentou o fechar de portas da Manzana Postobón, salientando como sempre teve um compromisso "com os valores éticos e profissionais na prática do jogo limpo". O organismo compromete-se em manter "os programas preventivos", assim como as conferências que acompanham as principais competições do país, da elite às camadas jovens, para formar os ciclistas e "dar ênfase às consequências do doping na saúde e no desporto".
Acrescenta que irá defender o "jogo limpo", através de "controlos antes, durante e fora das corridas". "Não podemos desfalecer e deixar que o doping manche e acabe com toda a disciplina, entrega e paixão que influenciaram pessoas e empresas de prestígio a apoiar o desporto no nosso país", lê-se no comunicado.
»»Manzana Postobón à espera da suspensão após segundo caso de suspeita de doping««
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