(Fotografia: Federação Portuguesa de Ciclismo) |
Domingos Gonçalves voltou a tentar uma vitória épica, com uma fuga solitária. Certamente com o moral em alta depois da conquista dos títulos nacionais de contra-relógio e de estrada, o ciclista foi atrás do ouro nos Jogos do Mediterrâneo. A tentativa desta não teve o resultado desejado, mas a selecção nacional não saiu de Tarragona de mãos a abanar. Com o final a disputar-se ao sprint, Rafael Silva chegou-se, literalmente, à frente e ficou com a medalha de bronze.
O corredor da Efapel só foi batido por dois italianos: Jalel Duranti e Filippo Tagliani, medalha de ouro e prata, respectivamente. No entanto, o ciclista português considera que poderia ter conseguido algo mais nos Jogos que decorrem em Espanha. "Estou muito feliz com esta medalha, que é muito importante para mim e para Portugal. No entanto, sinto que poderia ter conquistado o primeiro lugar. Numa rotunda, a 200 metros, entrámos muito rápido e os corredores italianos que seguiam à minha frente quase caíam. Acabaram por não cair, mas eu tive de travar a fundo e perdi alguns metros, que já não foi possível recuperar para ultrapassá-los, explicou, citado pela Federação Portuguesa de Ciclismo.
Dos oito atletas da equipa nacional, cinco ficaram no top dez, com o mesmo tempo do vencedor. Foram eles, além de Rafael Silva, Joni Brandão (sexto), João Rodrigues (sétimo) Frederico Figueiredo (nono) e Domingos Gonçalves fechou o top 10. André Carvalho foi 18º, a 37 segundos de Duranti, Tiago Antunes 19º, a 47 segundos, e Francisco Campos 45º, a 19:34 minutos.
"O percurso [de 143 quilómetros] era rompe-pernas, mas não tão duro quanto os gráficos indicavam. Apesar disso, as subidas deixaram o pelotão partido em vários grupos e o Domingos Gonçalves atacou de longe, procurando surpreender os adversários. A selecção italiana organizou a perseguição e contou com a ajuda da Eslovénia para anular a fuga. Restava-nos tentar chegar ao pódio no sprint e conseguimos", referiu o seleccionador José Poeira.
Da parte da tarde foi a vez das senhoras competirem, com Daniela Reis a ficar à porta do pódio. A exemplo de Domingos Gonçalves, a ciclista também conquistou os dois títulos nacionais de elite no último fim-de-semana. Os 89 quilómetros incluíram uma subida muito complicada, que não fez parte da prova masculina e que partiu muito o pelotão.
A ciclista portuguesa tentou seguir com o grupo da frente, mas Elisa Longo Borghini mostrou porque é uma das grandes referências da modalidade. A italiana cortou a meta isolada, com a espanhola Ane Santesteban a ficar a 3:18 minutos, tendo lutado pela posição com a italiana Erica Magnaldi. Daniela Reis chegou 4:20 minutos depois de Borghini. Maria Martins terminou na 19ª posição, a 24:34 minutos, e Soraia Silva na 22ª, a 28:08.
No sábado haverá nova oportunidade para ganhar medalhas. Domingos Gonçalves e Daniela Reis irão mostrar porque são os campeões nacionais. Terão de percorrer 25 e 18 quilómetros, respectivamente, com a prova a começar às 8 horas. A competição masculina será a primeira a disputar-se.
Rafael Silva juntou-se assim à lista de medalhados de Portugal, que no final da tarde passou a contar com mais um ouro, devido ao triunfo no hipismo, na competição colectiva. A equipa era composta por: Rodrigo Almeida com Isolde Vd Heffinck, António Almeida com Irene van de Kwachthoeve, Luís Sabino com Acheo Di San Patrignano e Duarte Seabra com Fernhill Curra Quinn. No total já são doze as medalhas nestes Jogos do Mediterrâneo.
Quanto aos restantes atletas que já subiram ao pódio, Melanie Santos e João Pereira conquistaram o ouro no triatlo. As três medalhas de prata foram ganhas por Fernando Pimenta (canoagem, K1 500 metros), Joana Vasconcelos (canoagem, K1 500 metros) e Ana Catarina Monteiro (natação, 200 metros mariposa). Já as medalhas de bronze foram garantidas por Ana Portela (canoagem, K1 200 metros), Alexis Santos (natação, 200 metros estilos), João Vital (natação, 400 metros estilos), Diana Durães (natação, 400 metros livres), João Costa (tiro, pistola ar comprimido) e agora Rafael Silva, na prova de fundo de ciclismo.
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