(Fotografia: © PhotoFizza/UAE Team Emirates) |
Se a ausência de Rui Costa é por problemas físicos, já Nelson Oliveira e Tiago Machado não só foram vítimas das escolhas dos seus directores desportivos, como em nada ajudou a redução de nove para oito ciclistas por equipa nas grandes voltas. A chamada do quatro vezes campeão nacional de contra-relógio parecia ser muito provável na Movistar, tendo em conta a inclusão de um contra-relógio colectivo no Tour. Além disso, Oliveira já demonstrou o quanto pode ser valioso na protecção aos líderes.
Aqui há desde logo outro problema. A Movistar vai levar três chefes-de-fila! A Nairo Quintana junta-se Mikel Landa e é melhor não afastar Alejandro Valverde. Eusebio Unzé optou por ciclistas experientes para trabalhar, como José Joaquín Rojas, Imanol Erviti, Andrey Amador e Daniele Bennati. O jovem Marc Soler ganhou um lugar, depois de uma temporada muito positiva, com destaque para a vitória no Paris-Nice. A expressão de Oliveira - "alguém tinha de ficar de fora" - acaba mesmo por resumir o que aconteceu com o português, que mais uma vez teve o Paris-Roubaix a estragar-lhe parte da temporada. A queda não foi tão grave como no ano passado e Nelson Oliveira estava preparado para estar no Tour, mas terá de apontar a outros objectivos. É esperar que seja chamado para a Vuelta, onde já ganhou uma etapa, em 2015.
Tiago Machado foi um dos melhores (senão o melhor) da Katusha-Alpecin no Tour em 2017. Trabalhou, tentou atacar, fez tudo por uma equipa que não tinha Ilnur Zakarin e apostou num apagado Alexander Kristoff. Renovou por um ano, mas um problema de saúde prejudicou parte da época. A formação estará divida entre o apoio a Zakarin para a geral e a Marcel Kittel para os sprints. Machado é uma mais valia, mostrou nos Nacionais, há uma semana, que está em boa forma, mas não foi suficiente para agarrar um lugar nos oito eleitos. Tony Martin, Pavel Kochetkov, Ian Boswell, Robert Kiserlovski, Nils Politt e Rick Zabel "taparam" as vagas para o Tour.
Ao contrário de Nelson Oliveira, que mesmo tendo sido excluído continua a ter um papel relevante dentro da Movistar, Tiago Machado tem a questão da renovação do contrato por resolver. José Azevedo é um apreciador das qualidades do ciclista português de 32 anos, contudo, o director desportivo está a tentar construir uma equipa cada vez mais forte para as grandes voltas, nesta era pós-influência russa, pelo que uma ida à Vuelta e uma exibição forte de Machado nessa e nas outras corridas que venha a participar poderá ser muito importante para o futuro do ciclista. Mas já se sabe, Tiago Machado não vira a cara à luta.
Também Rui Costa não está na posição mais confortável. O contrato está a chegar ao fim e o ciclista viu a UAE Team Emirates apostar em Fabio Aru e Daniel Martin para líderes nas grandes voltas. O campeão do mundo de 2013 tem tentado aproveitar algumas oportunidades, mas aquela queda no Paris-Nice aconteceu na pior das alturas (não que existam boas para cair). Ainda que não esteja claro se o problema no joelho ainda é o dessa corrida em Março, depois do quinto lugar na Volta à Romandia parecia que o português estaria a caminho da boa forma a pensar no Tour. Era uma boa notícia, depois de uma semana das Ardenas aquém do que gosta de fazer. Porém, não mais competiu desde 29 de Abril.
Não foi à Suíça para tentar garantir que não prejudicaria a presença em França, mas afinal a lesão vai mesmo deixá-lo de fora do Tour. Em 2017 Rui Costa estreou-se no Giro e na Vuelta, mas a sua paixão pelo Tour fê-lo pensar sempre no regresso em 2018, mesmo que já não fosse o líder. Agora terá de se concentrar na Vuelta, esperando que o joelho não continue a afectá-lo. Há também que não esquecer os Mundiais. Rui Costa será a aposta natural da selecção nacional, enquanto Nelson Oliveira irá perseguir a medalha no contra-relógio que lhe escapou na época passada.
Para o ciclista da UAE Team Emirates, bons resultados são bem-vindos. Se tudo o que já fez lhe dá currículo e prestígio no pelotão internacional, umas exibições "à Rui Costa" poderão ser importantes para negociar um contrato, seja na mesma equipa, ou com outra, caso decida mudar. Perante este problema físico, talvez não se possa excluir que o corredor até possa apostar em regressar àquele calendário das clássicas do Canadá, isto numa perspectiva do joelho poder continuar a provocar-lhe dores. Assim poderia pelo menos pensar no Mundial e já se sabe que é também um ganhador neste tipo de corridas de um dia. Mas sim, estar na última grande volta do ano terá de ser a primeira opção, para não dizer a única.
Há ainda mais três portugueses que poderiam estar no Tour, mas as suas ausências eram esperadas. Nuno Bico (Movistar) ainda não entra nestas contas, enquanto Ruben Guerreiro (Trek-Segafredo) tem estreia marcada para as grandes voltas na Vuelta. José Gonçalves realizou um Giro brilhante - foi 14º - e não seria anormal ser chamado para estar ao lado de Zakarin. Em 2017 foi muito importante no apoio ao russo na Volta a Itália. Porém, perante aquelas convincentes exibições em Maio, a Katusha-Alpecin não só está a deixar o ciclista recuperar, como terá certamente algo mais apontado para o português esta temporada. José Gonçalves está a ganhar estatuto para outros voos.
Será de facto muito estranho não haver portugueses no Tour, mas até poderá significar um contingente reforçado na Vuelta. Todos os aqui referidos poderão lá estar, ainda que a presença de Nuno Bico seja pouco expectável. Poderão juntar-se José Mendes (Burgos-BH), Rafael Reis e Joaquim Silva, da Caja Rural.
A Volta a França começa no próximo sábado, dia 7 de Julho, e termina a 29.
»»Domingos Gonçalves conquistou medalha de prata. Daniela Reis ficou outra vez à porta do pódio««
»»Geraint Thomas garante que será um dos líderes da Sky no Tour««
Tiago Machado foi um dos melhores (senão o melhor) da Katusha-Alpecin no Tour em 2017. Trabalhou, tentou atacar, fez tudo por uma equipa que não tinha Ilnur Zakarin e apostou num apagado Alexander Kristoff. Renovou por um ano, mas um problema de saúde prejudicou parte da época. A formação estará divida entre o apoio a Zakarin para a geral e a Marcel Kittel para os sprints. Machado é uma mais valia, mostrou nos Nacionais, há uma semana, que está em boa forma, mas não foi suficiente para agarrar um lugar nos oito eleitos. Tony Martin, Pavel Kochetkov, Ian Boswell, Robert Kiserlovski, Nils Politt e Rick Zabel "taparam" as vagas para o Tour.
Ao contrário de Nelson Oliveira, que mesmo tendo sido excluído continua a ter um papel relevante dentro da Movistar, Tiago Machado tem a questão da renovação do contrato por resolver. José Azevedo é um apreciador das qualidades do ciclista português de 32 anos, contudo, o director desportivo está a tentar construir uma equipa cada vez mais forte para as grandes voltas, nesta era pós-influência russa, pelo que uma ida à Vuelta e uma exibição forte de Machado nessa e nas outras corridas que venha a participar poderá ser muito importante para o futuro do ciclista. Mas já se sabe, Tiago Machado não vira a cara à luta.
Também Rui Costa não está na posição mais confortável. O contrato está a chegar ao fim e o ciclista viu a UAE Team Emirates apostar em Fabio Aru e Daniel Martin para líderes nas grandes voltas. O campeão do mundo de 2013 tem tentado aproveitar algumas oportunidades, mas aquela queda no Paris-Nice aconteceu na pior das alturas (não que existam boas para cair). Ainda que não esteja claro se o problema no joelho ainda é o dessa corrida em Março, depois do quinto lugar na Volta à Romandia parecia que o português estaria a caminho da boa forma a pensar no Tour. Era uma boa notícia, depois de uma semana das Ardenas aquém do que gosta de fazer. Porém, não mais competiu desde 29 de Abril.
Não foi à Suíça para tentar garantir que não prejudicaria a presença em França, mas afinal a lesão vai mesmo deixá-lo de fora do Tour. Em 2017 Rui Costa estreou-se no Giro e na Vuelta, mas a sua paixão pelo Tour fê-lo pensar sempre no regresso em 2018, mesmo que já não fosse o líder. Agora terá de se concentrar na Vuelta, esperando que o joelho não continue a afectá-lo. Há também que não esquecer os Mundiais. Rui Costa será a aposta natural da selecção nacional, enquanto Nelson Oliveira irá perseguir a medalha no contra-relógio que lhe escapou na época passada.
Para o ciclista da UAE Team Emirates, bons resultados são bem-vindos. Se tudo o que já fez lhe dá currículo e prestígio no pelotão internacional, umas exibições "à Rui Costa" poderão ser importantes para negociar um contrato, seja na mesma equipa, ou com outra, caso decida mudar. Perante este problema físico, talvez não se possa excluir que o corredor até possa apostar em regressar àquele calendário das clássicas do Canadá, isto numa perspectiva do joelho poder continuar a provocar-lhe dores. Assim poderia pelo menos pensar no Mundial e já se sabe que é também um ganhador neste tipo de corridas de um dia. Mas sim, estar na última grande volta do ano terá de ser a primeira opção, para não dizer a única.
Há ainda mais três portugueses que poderiam estar no Tour, mas as suas ausências eram esperadas. Nuno Bico (Movistar) ainda não entra nestas contas, enquanto Ruben Guerreiro (Trek-Segafredo) tem estreia marcada para as grandes voltas na Vuelta. José Gonçalves realizou um Giro brilhante - foi 14º - e não seria anormal ser chamado para estar ao lado de Zakarin. Em 2017 foi muito importante no apoio ao russo na Volta a Itália. Porém, perante aquelas convincentes exibições em Maio, a Katusha-Alpecin não só está a deixar o ciclista recuperar, como terá certamente algo mais apontado para o português esta temporada. José Gonçalves está a ganhar estatuto para outros voos.
Será de facto muito estranho não haver portugueses no Tour, mas até poderá significar um contingente reforçado na Vuelta. Todos os aqui referidos poderão lá estar, ainda que a presença de Nuno Bico seja pouco expectável. Poderão juntar-se José Mendes (Burgos-BH), Rafael Reis e Joaquim Silva, da Caja Rural.
A Volta a França começa no próximo sábado, dia 7 de Julho, e termina a 29.
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