(Fotografia: Photo News/Lotto Soudal) |
O brilho nas pernas dos ciclistas da Lotto Soudal que se viu no contra-relógio colectivo do Critérium du Dauphiné, não se repetiu na Volta à Suíça. O gel utilizado chamou muita atenção e a UCI abriu de imediato uma investigação. A proibição foi agora confirmada, pelo menos até que seja feita uma análise mais detalhada. A equipa belga é que não se conforma e compara a situação aos fatos que a Sky utiliza desde o último Tour. Diz mesmo que se não houver uma resposta mais concreta até à Volta a França, que o gel poderá ser novamente utilizado.
"É um gel aerodinâmico. Um gel de velocidade. O gel reduz a resistência do ar", explicou o médico da Lotto Soudal, Servaas Bingé, ao Sporza, aquando do Dauphiné. A equipa tinha sido terceira no contra-relógio da terceira etapa e muito se falava do brilho nas pernas dos ciclistas. O gel ao ser aplicado cria umas bolinhas que provocam o tal brilho. A UCI entrou imediatamente em acção, assim como a organização da corrida, ainda que tenham dito que nada seria decidido antes do final da prova em França.
No prólogo da Volta à Suíça, a Lotto Soudal foi apenas 12ª, mas não se pode culpar tudo no gel, já que estamos a falar de percursos e distâncias diferentes, além de terem sido outros ciclistas em acção. "Recebi um telefonema do Jean-Christophe Péraud, o director dos Materiais e Equipamentos da UCI. Ele disse-me que [o gel] não é permitido, que irão investigar o assunto e que os regulamentos, com o Tour à porta, será ajustado nas próximas semanas", explicou Marc Sergeant ao jornal belga Het Nieuwsblad.
O responsável da Lotto Soudal não ficou nada satisfeito com a decisão de Péraud, recordando que a Sky continua a utilizar os fatos de contra-relógio que geraram muita polémica há um ano. "Também neles há faixas nos ombros e braços que reduzem a resistência do ar a alta velocidade", referiu, acrescentando que Péraud lhe disse que não deveria colocar nada nas pernas que tenha a intenção de andar mais rápido. "A minha questão é: o protector solar ou a lama não são permitidos? Certamente que não com os actuais regulamentos."
Ironias à parte, os regulamentos determinam que não é permitida a utilização de equipamentos que tenham elementos que sejam acrescentados com o objectivo de dar ao ciclista maior aerodinâmica, sendo dado o exemplo de "asas" na zona dos braços. "É obrigatória roupa que siga a forma do corpo do ciclista", é esta a regra. Foi também com esta justificação que fez com que os fatos de contra-relógio da Sky fossem permitidos e que são hoje em dia já algo normal de se ver.
A questão da Lotto Soudal prende-se por estar em causa um produto que não pertence ao equipamento. "Se não tivermos uma resposta satisfatória, somos capazes de levar [o gel] para o Tour", disse Sergeant.
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