Há um ano, Domingos Gonçalves parecia estar a caminho de ficar com os dois títulos nacionais. Porém, uma queda na prova de fundo, em Gondomar, estragou-lhe os planos. 12 meses depois, o gémeo da Rádio Popular-Boavista voltou a ganhar no contra-relógio. O director da equipa. José Santos, disse então que "não há anos iguais", retirando também alguma pressão do seu ciclista, quando questionado sobre a hipótese de Domingos ir novamente atrás da dobradinha. Acabou por ter toda a razão! Em 2018, o ciclista de Barcelos ficou com as duas camisolas.
Chegou isolado à meta em Belmonte, palco destes Nacionais. Porém, atrás de si, Joni Brandão fez uma perseguição feroz. Depois de uma época de estreia no Sporting-Tavira marcada por problemas de saúde, que o afastaram da competição durante muitos meses, é o próprio que diz que está de regresso à luta pelas vitórias. Ainda assim, não hesitou: "O Domingos acabou por ser campeão e foi uma vitória justa."
"Quando o Domingos arrancou eu sabia que tinha de ir com ele. Eu tive um problema mecânico e são fracções de segundo que se perdem e assim, por vezes, se decide uma corrida. Não vale a pena estar a lamentar. São coisas que acontecem", disse ao Volta ao Ciclismo. A corrida foi muito movimentada logo desde os primeiros quilómetros. E foi também muito quente. O tórrido calor teve o seu papel num pelotão que rapidamente se fragmentou. Sem surpresa, mais de metade dos ciclistas abandonaram.
César Fonte (W52-FC Porto), Frederico Figueiredo (Sporting-Tavira) e Luís Fernandes (Aviludo-Louletano-Uli) estão na frente, entraram na frente na última volta. A 19 segundos estavam Tiago Machado (Katusha-Alpecin), Domingos Gonçalves (Rádio Popular-Boavista), Henrique Casimiro (Efapel), Luís Mendonça (Aviludo-Louletano-Uli) e Joni Brandão (Sporting-Tavira). A 27 aparecia João Matias (Vito-Feirense-BlackJack) e António Carvalho (W52-FC Porto). Tinham andado grande parte dos 181,8 quilómetros totais da corrida juntos, mas alguns ataques foram provocando as diferenças. Foi a pouco mais de dez quilómetros da meta que Domingos Gonçalves resolveu ir sozinho. Chegou o momento de fazer mais um contra-relógio e não se deixou apanhar.
"O segredo da vitória foi conseguir poupar-me, graças à ajuda do Luís Gomes, sempre a apoiar-me. À medida que o grupo foi diminuindo, percebi que podia ganhar, porque fiz um super-contra-relógio na sexta-feira, o que é um excelente indicador. À entrada para a última volta, estiquei para me aproximar dos ciclistas que iam fugidos. Com ajuda do Tiago Machado e do Henrique Casimiro consegui fazer a junção. Depois arranquei para tentar ganhar. Ser duplo campeão enche-me de orgulho", disse Domingos Gonçalves no final da corrida.
À sua espera estava uma claque muito efusiva, liderada pelos benjamins da equipa, Francisco Moreira e João Salgado, que festejaram efusivamente a conquista. A época está a ser fortíssima para o gémeo de Barcelos (o irmão José não terminou a prova). Venceu a Clássica da Primavera e soma vários lugares no top dez. Nos Nacionais apareceu determinado e foi uma vitória de força e muito querer. Com a Volta a Portugal a aproximar-se começa a ficar a dúvida se Domingos quererá juntar-se a João Benta e Daniel Silva por algo mais do que vitórias de etapa. Foi peremptório na resposta: "A Volta não é para mim. Vou pensar fazer uma coisa ou outra nuns dias, mas depois é para os meus colegas. Eles merecem."
À sua espera estava uma claque muito efusiva, liderada pelos benjamins da equipa, Francisco Moreira e João Salgado, que festejaram efusivamente a conquista. A época está a ser fortíssima para o gémeo de Barcelos (o irmão José não terminou a prova). Venceu a Clássica da Primavera e soma vários lugares no top dez. Nos Nacionais apareceu determinado e foi uma vitória de força e muito querer. Com a Volta a Portugal a aproximar-se começa a ficar a dúvida se Domingos quererá juntar-se a João Benta e Daniel Silva por algo mais do que vitórias de etapa. Foi peremptório na resposta: "A Volta não é para mim. Vou pensar fazer uma coisa ou outra nuns dias, mas depois é para os meus colegas. Eles merecem."
A camisola de campeão regressa ao pelotão nacional, depois de ter andado a ser envergada por ciclistas que estão no estrangeiro. Brandão tinha sido o último em 2013. O campeão de 2017, Ruben Guerreiro (Trek-Segafredo), não chegou ao fim. Inicialmente foi avançada a versão de uma queda, mas o jovem ciclista teve afinal uma indisposição que o levou ao hospital. De referir ainda que só Nelson Oliveira tinha conseguido uma dobradinha, em 2014.
Quanto a Joni Brandão, o segundo lugar tem sempre aquele sabor amargo, mas não deixou de ficar contente com a sua exibição: "Sinto-me feliz por estar na discussão das corridas. É isto que faz parte de mim." Já fez pódio na Clássica Aldeias do Xisto, apareceu forte no Grande Prémio Jornal de Notícias. Agora vem aí a Volta a Portugal. "Acho que ainda tenho de trabalhar muito. Tive parado no ano passado e há muitas coisas que tenho de trabalhar. Não me sinto na forma que costumava estar nos outros anos, mas espero conseguir estar ao nível que já estive noutros tempos", explicou. Ser campeão nacional pela segunda vez era um objectivo e vai continuar a ser em 2019, mas para já, Joni Brandão estará concentrado em apurar a sua forma.
O mesmo está a acontecer com Henrique Casimiro, que ficou com a medalha de terceiro classificado. O líder da Efapel, a par de Sérgio Paulinho, também está em crescendo de forma. "É um percurso com uma parte final que me favorece, mas só esses dois/três quilómetros. Os Nacionais são muito tácticos. Nem sempre o mais forte ganha, mas hoje sim, o mais forte ganhou", disse.
Os Nacionais, que regressaram à tutela da Federação Portuguesa de Ciclismo, encerraram assim com três dobradinhas, com um pequena nuance. Domingos Gonçalves repetiu o feito de Daniela Reis nas senhoras, enquanto nos sub-23 os títulos ficaram em família, com Ivo como campeão de contra-relógio e o irmão gémeo, Rui, como campeão de estrada.
Julho será um mês com a segunda etapa da Taça de Portugal - a Volta a Albergaria, dia 1 - o Troféu Joaquim Agostinho (12 a 15 de Julho) e a estreia do Grande Prémio Nacional 2 (18 a 22 de Julho).
Resultados (181,8 quilómetros, a uma média de 41,957 quilómetros/hora):
1º Domingos Gonçalves (Rádio Popular-Boavista), 4:19:59 horas
2º Joni Brandão (Sporting-Tavira), a 30 segundos
3º Henrique Casimiro (Efapel), a 34
4º Tiago Machado (Katusha-Alpecin), a 40
5º César Fonte (W52-FC Porto), a 58
6º Frederico Figueiredo (Sporting-Tavira), a 1:02 minutos
7º Luís Fernandes (Aviludo-Louletano-Uli), a 1:33
8º Luís Mendonça (Aviludo-Louletano-Uli), a 1:42
9º João Matias (Vito-Feirense-BlackJack), a 5:29
10º Bruno Silva (Efapel), a 5:36
11º António Carvalho (W52-FC Porto), a 6:14
12º Gaspar Gonçalves (Liberty Seguros-Carglass), a 8:58
13º Joaquim Silva (Caja Rural), m.t.
14º João Rodrigues (W52-FC Porto), a 13:49
15º Márcio Barbosa (Aviludo-Louletano-Uli), m.t.
16º Edgar Pinto (Vito-Feirense-BlackJack), a 13:52
17º Daniel Silva (Rádio Popular-Boavista), a 14:21
18º Rui Rodrigues (Aviludo-Louletano-Uli), a 14:42
19º Paulo Silva (LA Alumínios), a 14:50
20º Nuno Meireles (Miranda-Mortágua), a 15:02
21º Patrick Videira (LA Alumínios), a 15:15
22º Júlio Gonçalves (LA Alumínios), a 15:22
23º Luís Gomes (Rádio Popular-Boavista), a 15:42
24º Rafael Reis (Caja Rural), a 16:13
25º Luís Afonso (Vito-Feirense-BlackJack), m.t.
26º César Martingil (Liberty Seguros-Carglass), a 16:14
Outros campeões:
Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) - Eslováquia
Gorka Izagirre (Bahrain-Merida) - Espanha
Yves Lampaert (Quick-Step Floors) - Bélgica
Antoine Duchene (Groupama-FDJ) - Canadá
Merhawi Kudus (Dimension Data) - Eritreia
Eduard Grosu (Nippo-Vini Fantini-Europa Ovini) - Roménia
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