10 de junho de 2018

Miranda-Mortágua com início de sonho na Taça de Portugal

(Fotografia: © João Fonseca/Federação Portuguesa de Ciclismo)
Melhor era impossível. A vitória finalmente chegou para uma equipa Miranda-Mortágua do escalão Continental. No ano de estreia a este nível, a contratação de António Barbio e Nuno Meireles pretendia dar uma experiência de elite à estrutura que até 2017 era uma das melhores de formação. Era e é, mesmo com a mudança, mas a primeira vitória veio mesmo de quem foi uma das figuras da Volta a Portugal. Curiosamente foi um triunfo muito ao estilo do que fez em Santo Tirso há quase um ano. Barbio tem de novo razões para sorrir, numa vitória que estava difícil, contudo, chegou num momento importante. Ganhar o Memorial Bruno Neves não só dá um alento bem-vindo nesta fase da época - vem aí a Volta e esse factor é incontornável -, como coloca o ciclista e a equipa na luta por um troféu: a Taça de Portugal.

E como se referiu no início, melhor era impossível. O Miranda-Mortágua ganhou a corrida, foi a melhor equipa e Hugo Nunes é o líder de sub-23 na Taça. Além de ser o melhor do seu escalão, venceu a classificação da montanha e as metas volantes. Só Luís Gomes  (Rádio Popular-Boavista) tirou o pleno ao triunfar nos sprints especiais.

Barbio passou na sua formação por esta equipa, antes da Efapel lhe abrir de vez as portas do profissionalismo. Excelente rolador, tornou-se num homem de confiança no trabalho para os líderes. Na Volta a Portugal, no ano passado, entrou numa fuga e acabou por arrancar em solitário até à meta na Nossa Senhora da Assunção. Foi a única vitória da equipa na corrida. Foi a confirmação que, tendo a oportunidade, Barbio pode dar mais do que apoio ao seu chefe-de-fila. Com a subida de escalão do Miranda-Mortágua, Barbio foi aliciado com a possibilidade de ser um líder, ainda que com a função de dar um forte apoio ao restantes ciclistas jovens que estão no primeiro ano a este nível. E há que não esquecer que Barbio não é nenhum veterano. Tem apenas 24 anos e toda uma carreira pela frente.

(Fotografia: © João Fonseca/Federação Portuguesa de Ciclismo)
A época tem tido muitos baixos e poucos altos. No entanto, vencer no Memorial Bruno Neves pode ser o tal alto que o ciclista procurava para o empurrar para uma segunda fase de temporada mais forte. É que não foi só a vitória. Foi como a alcançou. As parecenças com a da Volta a Portugal são muitas, mas só para lhe dar uns contornos mais memoráveis, nada como um dia desta Primavera invernal que estamos a ter. Nada parou Barbio. Ganhou o Miranda-Mortágua e talvez as próximas corridas, pois espera-se que o ciclista apareça agora mais e melhor na procura por vitórias. Costuma-se dizer que a primeira é a mais difícil...

Hugo Nunes também merece destaque. Este jovem trepador tem estado muito bem esta época, tanto na equipa, como pela selecção, tendo recentemente terminado na 25ª posição na Ronde de l'Isard, uma das principais competições para o seu escalão. Foi sexto no Memorial Bruno Neves e aos 21 anos vai-se afirmando como um dos bons ciclistas da nova geração e que deixa a impressão que tem uma margem de progressão muito interessante...

Quanto à corrida, esta foi a décima edição de uma prova que homenageia um ciclista que morreu em plena Clássica de Amarante, em 2008. Se o Miranda-Mortágua acabou por levar os prémios quase todos, o Sporting-Tavira foi novamente das equipas mais activas, como já tinha acontecido no Grande Prémio Jornal de Notícias. Frederico Figueiredo está em crescendo de forma e o russo Alexander Grigoryev é a confirmação de um corredor de qualidade contratado por Vidal Fitas. Foi segundo, não tendo conseguido recuperar a desvantagem com que ficou após o ataque de Barbio, a cerca de 20 quilómetros do final (foram 146 quilómetros que começaram em Oliveira de Azeméis e terminaram em Nogueira do Cravo). A fechar o pódio ficou um homem que também tem razões para sorrir. Pedro Paulinho (Efapel) não desperdiçou o dia em que teve liberdade para discutir o resultado (pode ver aqui as classificações).

Esta foi a primeira de cinco etapas da Taça de Portugal, que este ano prolonga-se para lá da Volta a Portugal, terminando em Tavira, a 6 de Outubro. António Barbio lidera com 75 pontos, os mesmo que soma Hugo Nunes na classificação de sub-23. Alexander Grigoryev e Ivo Oliveira (Hagens Berman Axeon) somam 65 nos devidos escalões. Depois, até ao 12º lugar, os ciclistas são separados por cinco pontos. Veja aqui a classificação de elite e neste link a de sub-23. 

A Volta a Albergaria-a-Velha será o palco da segunda ronda, no dia 1 de Julho.

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