(Fotografia: Facebook Team Sky) |
Do lado da UCI, o presidente, David Lappartient, tem afirmado várias vezes que dificilmente haverá uma decisão antes da corrida ou mesmo durante. Do lado da ASO, organizadora da prova, pede-se (já é mais um exige-se) que se resolva rapidamente uma situação que se arrasta desde Setembro. E depois há Romain Bardet, um dos ciclistas que tem dado voz à escolha de Froome em não auto-suspender-se. O francês da AG2R tem sido dos que não se tem coibido de publicamente criticar Froome e desta vez disse mesmo que teria vergonha se estivesse envolvido em caso idêntico.
Christian Prudhomme, director da Volta a França, não esconde o seu descontentamento por, a um mês do arranque da grande volta, não haja qualquer sinal sobre o fim do processo de Chris Froome. "Como é possível no ciclismo que algo que tenha acontecido em Setembro, nove meses depois, antes da maior corrida do mundo, não tenhamos uma resposta? Precisamos de um avanço neste assunto", desabafou Prudhomme ao canal australiano SBS, em declarações citadas pelo Cycling News.
O responsável da ASO não tem dúvidas que o arrastamento do processo está a prejudicar todos. No entanto, quando questionado sobre a possibilidade de não permitir a presença do britânico no Tour, Prudhomme não confirmou que poderá ser a organização a barrar a inscrição de Froome: "Como o David Lappartient tem dito muitas vezes, a decisão terá de ser da UCI. É evidente que é o que precisamos. O que as pessoas estão a ter problemas em compreender, é que o mundo do ciclismo funciona como tudo o resto. Não se imaginaria um Mundial que não fosse feito pela FIFA. É a FIFA que faz as regras e garante que as regras são respeitadas. Nós não fazemos as regras."
Em Março, a Press Association Sport avançou que a ASO poderia impedir a inscrição de Froome recorrendo a um ponto do regulamento do Tour, que prevê que poderá ser recusada a participação ou então desqualificar uma equipa ou um dos seus elementos, se em causa estiver danos à imagem ou reputação da ASO, ou de quem pertença ao evento.
Quanto a Romain Bardet, o líder da AG2R foi claro numa entrevista ao jornal belga Het Nieuwsblad: "Se estivesse na posição dele, não reconsideraria estar no Tour e teria vergonha por estar ligado a um caso como este." Acrescenta que, contudo, as regras permitem e que todos, a começar por Froome, querem que a situação seja resolvida rapidamente.
Chris Froome saiu de cena após a vitória no Giro, que poderá perder caso seja sancionado e se o castigo abranger a corrida. Não cedeu à pressão quando as vozes se elevaram para se auto-suspender antes da prova italiana e não dá mostras que o vá fazer agora, numa altura em que persegue a quinta vitória na Volta a França, o máximo alguma vez atingido
Se de facto participar na corrida, Froome terá também de lidar com um público que já foi muito hostil no passado, pelo que o ambiente que o espera em França será bem diferente daquele em Itália. Como lidar com a pressão que vem de todos os lados, também irá definir como este ciclista se apresentará no Tour.
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