(Fotografia: Giro d'Italia) |
"Aos 27 anos quero ver como reajo fazer uma corrida atrás da outra. Nunca o fiz. Qualquer resultado será um bónus para mim", disse o ciclista da Sunweb. Depois do brilharete na Vuelta em 2015 - foi um surpreendente líder, tendo acabado na sexta posição - Dumoulin até esteve, no ano seguinte, no Giro e Tour. Porém, não terminou o primeiro (venceu o contra-relógio inaugural), apostando depois na prova francesa, na qual rapidamente começou a pensar em conquistar etapas: ganhou duas, uma delas o contra-relógio. Agora tem outro estatuto e outros planos bem mais ambiciosos.
Em 2017 tornou-se um vencedor do Giro, pelo que o seu objectivo passou a ser sempre ganhar a classificação geral. Ao dizer que "qualquer resultado será um bónus", é muito provavelmente uma forma de retirar alguma pressão sobre si mesmo. Não ganhar o Tour não será nada de inesperado e de grave, mas caso algo corra mal e a luta pela geral não cumpra as expectativas, Dumoulin poderá sempre defender-se dizendo que esta foi uma primeira experiência, para ficar a conhecer melhor o seu corpo.
No último Giro, com menos contra-relógio e algumas subidas muito pouco ao seu género, passou-se uma boa parte da corrida à espera que Dumoulin quebrasse. No final foi o ciclista mais regular. Teve pequenas quebras, mas nada que o tirasse de um segundo lugar que ocupou desde o término da segunda etapa até à última (foi líder um dia, após a vitória no contra-relógio inaugural). Resistiu no Etna, nem no "monstro" do Zoncolan perdeu muito tempo. Na famosa etapa que passou pelo Colle delle Finestre, mais conhecida pela fuga solitária de 80 quilómetros de Chris Froome, Dumoulin não esteve mal a subir. Não acompanhou o britânico, é certo, mas foi ele quem mais puxou. Aliás, foi mesmo nas descidas que o holandês perdeu mais tempo e provavelmente o Giro, sem esquecer que realizou um contra-relógio abaixo do que poderia fazer.
Acabou atrás de Froome, mas mostrou a todos que não pensem que será fácil deixá-lo para trás quando as dificuldades assentam melhor aos chamados puros trepadores. Dumoulin pode nunca vir a ser um, contudo, é um de qualidade para ser candidato a mais vitórias em grandes voltas, ainda mais sendo um exímio contra-relogista, algo que lhe dá vantagem sobre quase todos os grandes nomes.
O Tour tem tendência a ser uma história muito diferente de corridas como o Giro e a Vuelta, normalmente mais atacadas. Há uma maior influência do apoio da equipa, um maior controlo, ainda que na edição passada se verificou uma mudança de atitude dos ciclistas perante o domínio da Sky. Será, de facto, um teste importante para Dumoulin e para a Sunweb.
A presença no Giro este ano deveu-se muito à vontade do holandês em preferir regressar a um terreno que se tinha dado bem para tentar alcançar o tal comprovativo que a vitória de há um ano não é um acaso. Ir logo para o Tour, onde quase todos os principais voltistas estão a apostar em 2018, colocaria em risco esse passo importante para reforçar a confiança em si mesmo. Naturalmente que também ajudou a semana extra de recuperação entre Giro e Tour que há esta temporada. No entanto, vencer a Volta à França será a partir de agora o principal plano.
Desde 1980 que um holandês não conquista o Tour. Joop Zoetemelk intrometeu-se então no domínio de Bernard Hinault. Dumoulin não se importaria nada de fazer o mesmo na era Chris Froome.
Perdeu no primeiro round com o britânico, mas Froome sabe que está perante um rival que tem tudo para se tornar cada vez mais ameaçador. Como a Volta a Itália foi o principal objectivo entre as grandes voltas para Dumoulin e com os Mundiais a estarem no pensamento, o líder da Sunweb poderá não aparecer a 100% em França e esta prova ser encarada como mais um passo na sua impressionante evolução nos últimos três anos. No entanto, a geral é o que pretende e vencer uma etapa. Desde a Vuelta de 2015 que ganha pelo menos uma nas grandes voltas em que participa. Só se algo correr muito mal é que Dumoulin se concentrará apenas neste objectivo.
Em 2019 o seu discurso deverá ser bem diferente. Não haverá mais testes, ou discursos que falem de testes. Dumoulin irá certamente assumir-se como candidato ao Tour e preparar a sua época a pensar nessa competição.
De referir que na mesma entrevista, Dumoulin afirmou estar muito satisfeito com o segundo lugar na Volta a Itália, um ano depois de a ter vencido. Explicou que a sua forma física foi idêntica e que a equipa estava mais forte. Salientou ainda que quer continuar como segundo classificado do Giro101 e não ser um vencedor na secretaria, devido a uma eventual sanção a Chris Froome que possa custar ao britânico os resultados desde a última Vuelta.
»»Nibali e a última oportunidade para ganhar o Tour««
»»Sky apresenta equipamento especial para o Tour««
No último Giro, com menos contra-relógio e algumas subidas muito pouco ao seu género, passou-se uma boa parte da corrida à espera que Dumoulin quebrasse. No final foi o ciclista mais regular. Teve pequenas quebras, mas nada que o tirasse de um segundo lugar que ocupou desde o término da segunda etapa até à última (foi líder um dia, após a vitória no contra-relógio inaugural). Resistiu no Etna, nem no "monstro" do Zoncolan perdeu muito tempo. Na famosa etapa que passou pelo Colle delle Finestre, mais conhecida pela fuga solitária de 80 quilómetros de Chris Froome, Dumoulin não esteve mal a subir. Não acompanhou o britânico, é certo, mas foi ele quem mais puxou. Aliás, foi mesmo nas descidas que o holandês perdeu mais tempo e provavelmente o Giro, sem esquecer que realizou um contra-relógio abaixo do que poderia fazer.
Acabou atrás de Froome, mas mostrou a todos que não pensem que será fácil deixá-lo para trás quando as dificuldades assentam melhor aos chamados puros trepadores. Dumoulin pode nunca vir a ser um, contudo, é um de qualidade para ser candidato a mais vitórias em grandes voltas, ainda mais sendo um exímio contra-relogista, algo que lhe dá vantagem sobre quase todos os grandes nomes.
O Tour tem tendência a ser uma história muito diferente de corridas como o Giro e a Vuelta, normalmente mais atacadas. Há uma maior influência do apoio da equipa, um maior controlo, ainda que na edição passada se verificou uma mudança de atitude dos ciclistas perante o domínio da Sky. Será, de facto, um teste importante para Dumoulin e para a Sunweb.
A presença no Giro este ano deveu-se muito à vontade do holandês em preferir regressar a um terreno que se tinha dado bem para tentar alcançar o tal comprovativo que a vitória de há um ano não é um acaso. Ir logo para o Tour, onde quase todos os principais voltistas estão a apostar em 2018, colocaria em risco esse passo importante para reforçar a confiança em si mesmo. Naturalmente que também ajudou a semana extra de recuperação entre Giro e Tour que há esta temporada. No entanto, vencer a Volta à França será a partir de agora o principal plano.
Desde 1980 que um holandês não conquista o Tour. Joop Zoetemelk intrometeu-se então no domínio de Bernard Hinault. Dumoulin não se importaria nada de fazer o mesmo na era Chris Froome.
Perdeu no primeiro round com o britânico, mas Froome sabe que está perante um rival que tem tudo para se tornar cada vez mais ameaçador. Como a Volta a Itália foi o principal objectivo entre as grandes voltas para Dumoulin e com os Mundiais a estarem no pensamento, o líder da Sunweb poderá não aparecer a 100% em França e esta prova ser encarada como mais um passo na sua impressionante evolução nos últimos três anos. No entanto, a geral é o que pretende e vencer uma etapa. Desde a Vuelta de 2015 que ganha pelo menos uma nas grandes voltas em que participa. Só se algo correr muito mal é que Dumoulin se concentrará apenas neste objectivo.
Em 2019 o seu discurso deverá ser bem diferente. Não haverá mais testes, ou discursos que falem de testes. Dumoulin irá certamente assumir-se como candidato ao Tour e preparar a sua época a pensar nessa competição.
De referir que na mesma entrevista, Dumoulin afirmou estar muito satisfeito com o segundo lugar na Volta a Itália, um ano depois de a ter vencido. Explicou que a sua forma física foi idêntica e que a equipa estava mais forte. Salientou ainda que quer continuar como segundo classificado do Giro101 e não ser um vencedor na secretaria, devido a uma eventual sanção a Chris Froome que possa custar ao britânico os resultados desde a última Vuelta.
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