(Fotografia: ©ASO/Bruno Bade) |
A Volta a França tem sempre uma primeira semana com várias etapas para os sprinters, depois aparecem para intercalar com a montanha, mas são os Campos Elísios que funcionam como motivação para estes ciclistas aguentarem tanto sofrimento nos Alpes e Pirenéus. Na fotografia aqui apresentada, só sobra Peter Sagan, que já não tem concorrência para a camisola verde, pois são 210 pontos que tem a mais que Alexander Kristoff.
Começa a ser levantada a questão se o tempo limite não deveria ser alargado. O elevado ritmo destas etapas de montanhas não estão a facilitar a vida a ciclistas com uma composição física bem diferente de um trepador. Entre os principais sprinters que resistem além de Peter Sagan (Bora-Hansgrohe), estão Arnaud Démare (Groupama-FDJ) - que também muito tem sofrido para se aguentar e que no ano passado foi excluído após chegar fora do tempo limite -, Alexander Kristoff (UAE Team Emirates), Christophe Laporte (Cofidis) e Sonny Colbrelli (Bahrain-Merida). John Degenkolb (Trek-Segafredo) e Edvald Boasson Hagen (Dimension Data) têm agora outra palavra a dizer nas etapas ao sprint, uma delas já esta sexta-feira. Mas quem chegará a Paris?
Ainda há muita montanha pela frente e o ritmo tem sido uma dor de cabeça para este tipo de ciclistas. Nem o famoso gruppetto os parece salvar. Com categorias especiais e primeiras, além de outras mais baixas, mas nem por isso mais fáceis, na frente a Sky começa por impor um ritmo que até permite a ciclistas como Sagan manter-se por bastante tempo. Porém, quando se inicia a perseguição a sério à frente da corrida e ainda mais quando no grupo de favoritos se começa a pensar na vitória de etapa, é também o início do pesadelo para os sprinters. Na quarta-feira, na chegada a La Rosière, a média rondou os 31 quilómetros/hora. No Alpe d'Huez, Geraint Thomas fechou com uma média de cerca de 33 quilómetros/hora.
Se Kittel e Cavendish ainda tentaram chegar em La Rosière, Groenewegen, Gaviria (vencedores de duas etapas cada) e o veterano Greipel decidiram que não valeria a pena o esforço. As palavras do alemão resumem o que certamente estava na mente dos ciclistas que abandonaram: "Senti que era o fim do Tour para mim. Outros podem escolher agarrar-se ao carro de equipa, mas se eu não consegui chegar por mim próprio, então prefiro ir para casa. Não estou triste. Sou realista e um desportista justo."
Com os Campos Elísios a ser um dos locais onde todos os sprinters mais querem ganhar, este ano a lista está bastante reduzida, ainda mais tendo em conta que quase todos os melhores da actualidade começaram o Tour e não desistiram devido a quedas. Os Alpes foram demasiado para este tipo de ciclistas. Se se verificarem mais abandonos, não será de estranhar que a discussão possa subir de tom e talvez se repense as regras. Porém, se o ciclismo evoluiu de forma a que o ritmo se torna mais elevado nas etapas de montanha, talvez os sprinters também tenham de evoluir um pouco mais, trabalhando mais a montanha. Talvez um compromisso entre as duas hipóteses seja o melhor...
Ou então, assume-se que o sprinter puro fará o que tanto se viu Mario Cipollini. Aposta nos sprinters iniciais e depois vai para casa. Em 26 grandes voltas, Cipollini terminou seis e foi sempre o Giro. Mas ter os melhores sprinters nos Campos Elísios é quase tão simbólico como o camisola amarela segurar o copo de champanhe. Regressar a esses tempos não é o desejo, até porque retira algum prestígio a uma corrida que quer manter-se para todos, ao contrário da Vuelta que assume ser uma grande volta pensada para quem sobe bem.
Agora é esperar que Démare, Kristoff e os restantes sobreviventes tenham mais uma capacidade de sofrimento para passar os Pirenéus. Talvez uma vitoria nesta sexta-feira motive alguém, isto se não for Sagan a ganhar a sua terceira etapa.
Mas não foram só os sprinters a abandonarem...
Ainda há muita montanha pela frente e o ritmo tem sido uma dor de cabeça para este tipo de ciclistas. Nem o famoso gruppetto os parece salvar. Com categorias especiais e primeiras, além de outras mais baixas, mas nem por isso mais fáceis, na frente a Sky começa por impor um ritmo que até permite a ciclistas como Sagan manter-se por bastante tempo. Porém, quando se inicia a perseguição a sério à frente da corrida e ainda mais quando no grupo de favoritos se começa a pensar na vitória de etapa, é também o início do pesadelo para os sprinters. Na quarta-feira, na chegada a La Rosière, a média rondou os 31 quilómetros/hora. No Alpe d'Huez, Geraint Thomas fechou com uma média de cerca de 33 quilómetros/hora.
Se Kittel e Cavendish ainda tentaram chegar em La Rosière, Groenewegen, Gaviria (vencedores de duas etapas cada) e o veterano Greipel decidiram que não valeria a pena o esforço. As palavras do alemão resumem o que certamente estava na mente dos ciclistas que abandonaram: "Senti que era o fim do Tour para mim. Outros podem escolher agarrar-se ao carro de equipa, mas se eu não consegui chegar por mim próprio, então prefiro ir para casa. Não estou triste. Sou realista e um desportista justo."
Com os Campos Elísios a ser um dos locais onde todos os sprinters mais querem ganhar, este ano a lista está bastante reduzida, ainda mais tendo em conta que quase todos os melhores da actualidade começaram o Tour e não desistiram devido a quedas. Os Alpes foram demasiado para este tipo de ciclistas. Se se verificarem mais abandonos, não será de estranhar que a discussão possa subir de tom e talvez se repense as regras. Porém, se o ciclismo evoluiu de forma a que o ritmo se torna mais elevado nas etapas de montanha, talvez os sprinters também tenham de evoluir um pouco mais, trabalhando mais a montanha. Talvez um compromisso entre as duas hipóteses seja o melhor...
Ou então, assume-se que o sprinter puro fará o que tanto se viu Mario Cipollini. Aposta nos sprinters iniciais e depois vai para casa. Em 26 grandes voltas, Cipollini terminou seis e foi sempre o Giro. Mas ter os melhores sprinters nos Campos Elísios é quase tão simbólico como o camisola amarela segurar o copo de champanhe. Regressar a esses tempos não é o desejo, até porque retira algum prestígio a uma corrida que quer manter-se para todos, ao contrário da Vuelta que assume ser uma grande volta pensada para quem sobe bem.
Agora é esperar que Démare, Kristoff e os restantes sobreviventes tenham mais uma capacidade de sofrimento para passar os Pirenéus. Talvez uma vitoria nesta sexta-feira motive alguém, isto se não for Sagan a ganhar a sua terceira etapa.
Mas não foram só os sprinters a abandonarem...
Tony Gallopin deveria estar na ajuda a Romain Bardet, contudo, esta primeira temporada na AG2R está a ser uma desilusão. O francês abandonou e a equipa já só tem quatro ciclistas para ajudar o líder, com três dos principais apoios para a montanha a estarem fora da corrida. Bardet vai estar muito por sua conta, ainda que Pierre Latour esteja na luta pela camisola branca e ser-lhe-á exigido um trabalho muito mais intenso.
Rigoberto Uran (EF Education First-Drapac p/b Cannondale) nem partiu para esta etapa, admitindo que a queda na etapa do pavé deixou-o KO. Os 26 minutos perdidos na quarta-feira demonstraram que o melhor seria começar a pensar na Vuelta, juntando-se assim a Richie Porte entre os candidatos que foram vítimas do empedrado a caminho de Roubaix. Dmitri Gruzdev (Astana) e Rein Taaramäe (Direct Energie) chegaram fora do tempo limite.
Já esta noite, Vincenzo Nibali confirmou nas redes sociais que fracturou uma vértebra na queda no Alpe d'Huez, quando uma moto da polícia foi forçada a travar ao ficar sem espaço devido ao muito público.
»»Cavendish e Kittel estão fora da Volta a França««
»»Thomas superior a Froome. O Tour aquece na Sky e arrefece na Movistar««
Já esta noite, Vincenzo Nibali confirmou nas redes sociais que fracturou uma vértebra na queda no Alpe d'Huez, quando uma moto da polícia foi forçada a travar ao ficar sem espaço devido ao muito público.
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