4 de julho de 2018

Froome e as (poucas) explicações sobre a conclusão do processo

(Fotografia: Team Sky)
Antes de partir para França, onde irá poder competir sem ter o fantasma de um processo de possível doping por concluir, Chris Froome deu uma única entrevista sobre o pesadelo que viveu nos últimos meses. O jornal The Times revelou como o britânico e a equipa Sky conseguiram convencer a UCI a ilibar Froome. "Estas eram alegações graves. Para um atleta é difícil serem piores. É um pesadelo para um ciclista limpo. Foi um desafio a um nível que nunca tinha experimentando", afirmou o ciclista.

Num artigo citado no Cycling Weekly, a defesa baseou-se na tentativa de comprovar a probabilidade de um falso positivo no que diz respeito a alguém que toma regularmente medicamentos para a asma. Froome rodeou-se uma uma equipa legal e também de uma científica, que analisou os níveis de excreção do salbutamol - a substância que o ciclista acusou o dobro do permitido na Vuelta - nas outras amostras de urina de Froome , recolhidas durante a corrida espanhola. Foi então construído um modelo estatístico para mostrar as probabilidades de um falso positivo.

A UCI terá estudado este modelo e realizou as suas próprias experiências. Segundo o The Times, a conclusão foi que as probabilidades de um falso positivo eram "alarmantemente alta". Na defesa de Froome foram ainda incluídos argumentos do cientista responsável pelo limite estabelecido de salbutamol pela Agência Mundial de Antidopagem (AMA).

As explicações sobre a conclusão do processo de Chris Froome são ainda muito poucas, numa altura em que apesar do encerramento do caso, este foi recebida por alguns especialistas que têm falado aos meios de comunicação social com alguma desconfiança, nomeadamente sobre as repercussões que poderá ter no futuro. Apesar de Froome ter inicialmente afirmado que o processo iria ser divulgado, a Sky já esclareceu que a acontecer, terá de ser da parte da UCI ou da AMA e não da equipa ou ciclista.

Não há indicações quando ou se tal irá acontecer. Porém, para Froome, não só foi o fim de um pesadelo de mais de nove meses, como foi o restabelecer da sua imagem como um ciclista limpo. Na entrevista ao The Times confessou que nem queria acreditar quando recebeu o telefonema a confirmar que estava ilibado. O britânico sempre defendeu que nunca tinha feito nada de errado e como o salbutamol não acarreta uma suspensão provisória imediata, Froome continuou a competir, apesar das muitas críticas de que foi alvo, inclusivamente de outros corredores.

Um dia depois da ASO, organizadora do Tour, ter informado que iria proibir Chris Froome de competir na Volta a França, para assim salvaguardar a imagem da corrida, a UCI anunciou o fim do processo. Froome irá estar à partida no sábado da competição que quer conquistar pela quinta vez, depois de ter ganho a Vuelta e o Giro, resultados que estiveram em risco de ser anulados, mas fazem agora garantidamente parte do currículo do britânico.


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