17 de julho de 2018

A nova corrida a pedir uma data diferente

Arranca esta quarta-feira a nova corrida do calendário nacional, cuja ambição do seu director é torná-la na mais importante. "O Grande Prémio de Portugal pretende afirmar-se como a maior prova de ciclismo de Portugal e ser uma referência mundial", lê-se no site oficial, na apresentação da prova que irá atravessar o país de norte a sul na icónica estrada, que passa por 36 municípios de 11 distritos. O antigo ciclista Cândido Barbosa é o responsável desta competição muito bem-vinda a um calendário a precisar de mais provas e de qualidade. No entanto, a duas semanas do início da Volta a Portugal, esta corrida merecia estar noutra fase da temporada.

Os 738,5 quilómetros da estrada serão percorridos entre quarta-feira e domingo, com Chaves a marcar o início da primeira edição, enquanto Faro estará à espera de coroar o vencedor. Apesar de haver alguma subidas, este será um percurso que agradará a roladores e a ciclistas que gostem de finalizar ao sprint. Porém, com a Volta a Portugal a já estar no pensamento de todos, o Grande Prémio de Portugal Nacional 2 terá algumas equipas em versão reduzida e a poupar as figuras para a prova que por que todos esperam no pelotão português. Rádio Popular-Boavista, Aviludo-Louletano-Uli e Sporting-Tavira são os melhores exemplos.

A Efapel poupou Sérgio Paulinho não o levando ao Troféu Joaquim Agostinho, mas agora faz descansar o seu outro líder, Henrique Casimiro, que venceu no alto de Montejunto. A W52-FC Porto é a que menos poupanças fará, mas ainda assim António Carvalho e Gustavo Veloso ficarão de fora (estiveram no Troféu Joaquim Agostinho). Contudo, é positivo que esta primeira edição possa contar com Raúl Alarcón e Rui Vinhas, os dois últimos vencedores da Volta a Portugal. Também José Neves estará presente, depois de no domingo ter celebrado a vitória mais importante da sua carreira, ao conquistar a corrida que homenageia Joaquim Agostinho.

Este ano houve uma tentativa de prolongar mais o calendário nacional a nível competitivo, já que basicamente terminava com a Volta a Portugal. Seguiam-se os circuitos, cujo ambiente é completamente diferente, sendo uma fase em que muitos dos atletas começam a descomprimir e a pensar na próxima temporada. A Taça de Portugal foi reformulada e três das cinco corridas vão decorrer depois da Volta, mantendo assim o interesse competitivo. A derradeira corrida da temporada será precisamente a que decidirá este troféu, a 6 de Outubro, em Tavira.

Os circuitos são tradicionais e proporcionam uma festa diferente do ciclismo nas terras onde se disputam. No entanto, a colocação deste novo Grande Prémio de Portugal Nacional 2 em finais de Agosto ou Setembro só viria beneficiar mais o calendário e certamente agradar as equipas portuguesas que bem precisam de mais corridas e de um calendário com mais provas.

Com a TVI a assumir a parceria televisiva - algo extremamente positivo e mais um excelente sinal de apoio ao ciclismo da estação -, então uma mudança para mais tarde justifica-se ainda mais, até porque estamos em plena Volta a França, que a nível mediático centra a maioria das atenções dos adeptos de ciclismo.

A ambição do antigo ciclista Cândido Barbosa e da restante organização a cargo da Global Sport é que esta corrida possa subir rapidamente de categoria na UCI para 2.1, a mesma da Volta a Portugal. Este ano será 2.2.

A Volta será sempre o expoente máximo do ciclismo em Portugal, na perspectiva das equipas nacionais, pois há que não esquecer que a Volta ao Algarve é a mais elevada a nível de categoria (2.HC). O Grande Prémio de Portugal pode de facto tornar-se uma prova de referência, mas antes da Volta, poderá não ser a melhor altura para crescer, como pretendem os responsáveis, pois nem as equipas lusas apostarão forte na prova. Poucos quererão correr o risco de alguma queda ou de ter outro problema que coloque em causa a presença na Volta a Portugal.

Além das equipas Continentais portuguesas, estarão as de clube Fortunna-Maia, FGP-Cube-Bombarral e Sicasal-Constantinos. Haverá uma forte presença estrangeira. As espanholas Caja Rural e a Euskadi Basque Country-Murias e a romena MSTina Focus também estarão na Volta a Portugal. A Massi-Kuwait Team, a AMPO, a Military Team France Défence e Team Sapura Cycling, que vem da Malásia, completam o primeiro pelotão do Grande Prémio de Portugal Nacional 2.

Lista de inscritos (clique na imagem para ampliar, etapas em baixo):




As cinco etapas (na imagem pode ver os locais por onde passarão os ciclistas): 
1ª: Chaves - Castro Daire, 140,7 quilómetros
2ª: Castro Daire - Pedrógão Grande, 177,2
3ª: Pedrógão Grande - Montargil, 144,1
4ª: Montargil - Aljustrel, 159,7
5ª: Ferreira do Alentejo - Faro, 142,8


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