25 de fevereiro de 2018

Dia de espectáculo da velha e da nova geração

Duas corridas por etapas, duas vitórias para Valverde
(Fotografia: Facebook Volta a Abu Dhabi)
A época está a começar a aquecer. Arrancaram as clássicas, mas vão continuando as provas por etapas e hoje foi um daqueles dias de muito bom ciclismo com a velha e a nova geração a mostrarem-se. E de que maneira! Alejandro Valverde retomou definitivamente a forma de 2017. Não parecem restar sequelas da grave queda no Tour, depois de se ter temido que a carreira poderia chegar ao fim. Duas corridas por etapas, duas vitórias. Por outro lado tivemos Dylan Groenewegen. Ganhou recentemente os sprints de Lagos e Tavira na Volta ao Algarve, antes venceu na primeira tirada da Volta a Omã e agora foi até à Kuurne-Bruxelles-Kuurne bater novamente Arnaud Démare. Não foi apenas melhor, foi de uma superioridade que já só se pede (quase se implora) vê-lo na discussão com mais concorrência, em luta com os principais sprinters, além de um Démare que já deve estar a ficar algo frustrado com o holandês.

Mas há que respeitar quem já tem um enorme currículo - que continua a aumentar - e começar por Alejandro Valverde. Iniciou a temporada a dizer que estava à procura de perceber como estava fisicamente nas corridas. Essa questão ficou resolvida com um 40º lugar na primeira das clássicas espanholas e depois foi terceiro e quarto lugar. Na Volta à Comunidade Valenciana ganhou duas etapas e a geral, fez segundo em Múrcia (prova de um dia) e agora venceu a etapa rainha em Abu Dhabi e a geral. "Começar desta maneira o ano dá muita motivação e anima-te para continuar a trabalhar", salientou o espanhol. E a motivação está mesmo em alta. O "Bala" já fala até em ir à Strade Bianche no próximo sábado, ainda que a próxima corrida no seu calendário fosse a Volta à Catalunha, que começa a 19 de Março.

Caminha para os 38 anos e simplesmente quer mais, mais e mais. Numa equipa que tenta mostrar união numa clara divisão entre Nairo Quintana e o reforço Mikel Landa, Valverde mantém o seu lugar intocável na Movistar. Onde vai, é para ganhar e se ninguém duvida que estará mais do que disponível para ajudar os outros dois líderes quando chegar a altura, ainda são menos as dúvidas que este Valverde, que pareceu estar tão perto de terminar a carreira devido à queda no contra-relógio no Tour, ainda tem tanto para dar. Abram alas, Valverde tem mais umas vitórias para amealhar e o olhar começa a ficar muito fixo nos Mundiais, a grande conquista que lhe falta na carreira.

Groenewegen deixou Démare bem distante (Imagem: print screen)
Quem também tem muitas vitórias pela frente é certamente Dylan Groenewegen. Está feito num sprinter fortíssimo e vai confirmando credenciais nas clássicas. 24 anos, 27 vitórias e vencer nos Campos Elísios em 2017 foi provavelmente apenas o início de uma senda grandes triunfos. O na Kuurne-Bruxelles-Kuurne confirma também a sua apetência para este tipo de clássicas. É certo que esta é das provas de pavé mais "simpática" para os sprinters, mas Groenewegen teve a oportunidade para ganhar experiência nestas corridas nos últimos anos e tem agora a liberdade e a responsabilidade de começar a recolher os frutos dessa fase de aprendizagem. E bem pode dar umas dicas a Fernando Gaviria (Quick-Step Floors), outro sprinter a tentar vingar nas clássicas do pavé, mas com um início desanimador: caiu na Omloop Het Nieuwsblad e abandonou na Kuurne-Bruxelles-Kuurne.

O trabalho da Lotto-Jumbo - descendente da Rabobank - com ciclistas jovens, a paciência que teve em esperar que se fizessem ciclistas, poderá a curto prazo colocar esta equipa noutro nível. Groenewegen está a fazer a sua parte, segue-se George Bennett (27 anos), que se irá tornar na grande aposta para as grandes voltas, sem que se tenha perdido totalmente a esperança em Steven Kruijswijk (30).

Em baixo ficam as classificações, via ProCyclingStats, da Volta a Abu Dhabi, com Rui Costa (UAE Team Emirates), vencedor em 2017, a terminar na oitavo posição, a 1:28 de Valverde (por defeito está a aparecer a classificação por equipas, basta carregar na "general" para ver a individual)...


... e da Kuurne-Bruxelles-Kuurne, que não contou com ciclistas portugueses.


»»Astana perdeu Aru, está sem financiamento, mas reencontrou-se com as vitórias««


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