Geraint Thomas merece uma grande volta. Thomas já merece mais do que ficar à espera que outro ciclista defina calendário, para saber o que lhe sobra, mesmo que esse seja um quatro vezes vencedor do Tour e uma da Vuelta. Thomas já o merecia, saliente-se, mas em 2018 ameaça ficar demasiado claro que ou é primeira escolha na Sky, ou chegou a altura de procurar uma equipa que lhe dê o estatuto que merece, como vez Richie Porte em 2016. Não se diz isso apenas porque o galês ganhou o contra-relógio na Volta ao Algarve. Diz-se porque vê-lo com uma autoridade tremenda. Diz-se porque a concorrência era forte e andou a fundo. Diz-se porque o último ano deste ciclista tem sido de demonstrações poderosas. Falta agora saber como será na liderança de uma grande volta. Thomas está no ponto e se a Sky não aproveitar, não deverão faltar candidatos a abrir-lhe as portas se continuar ao nível elevado que apresenta.
Em 2016, Thomas teve a oportunidade de ser líder na última Volta a Itália, contudo, acabou por não se perceber como é no papel de maior destaque. Partilhou-o com Mikel Landa, mas só tinha de pensar nele e os companheiros estavam com ele. Não havia divisões. Mas há momentos assim, em que tudo parece ser perfeito e se transforma num pesadelo. Thomas treinou com Chris Froome e chegou ao Giro100 numa grande forma. Tudo correu mal quando menos esperava porque uma moto da polícia parou no pior dos locais. Acabou por abandonar, esperando regressar em 2018. Froome "tramou-o" e escolheu o Giro. Thomas reagiu e disse que se for ao Tour, não quer apenas um lugar de gregário. Como líder indiscutível, provavelmente só na Vuelta. Claro que está a espera, como todo o mundo do ciclismo, de saber como fica resolvido o caso do salbutamol de Froome. Thomas merece mais do que ter de esperar assim.
Terceiro na Fóia e agora vencedor no contra-relógio, Thomas entra para um lote invejável de vencedores do esforço individual na Algarvia. Senão vejamos e recuando até 2010: Jonathan Castroviejo (na altura campeão europeu em título), Fabian Cancellara, Tony Martin (três vezes), Michal Kwiatkowski, Bradley Wiggins e Luis León Sánchez. Ganhou algum tempo no percurso muito técnico de 20,3 quilómetros de Lagoa e que deixou muita boa gente fora da luta pela geral. Richie Porte (BMC), Louis Meintjes (Dimension Data) e Daniel Martin (UAE Team Emirates), por exemplo, foram uma desilusão, perdendo mais de dois minutos.
Quem está na corrida é Nelson Oliveira. O ciclista da Movistar subiu bem na Fóia e agora fez-se valer da sua principal qualidade para entrar no pódio, a 32 segundos de Geraint Thomas. Foi quinto na etapa e irá certamente receber um enorme apoio quando as decisões chegarem ao Malhão, no domingo. Oliveira tem demonstrado que está mais competitivo nas subidas e se Thomas e Kwiatkowski até têm tudo para decidir entre eles a Volta ao Algarve - estamos a falar de dois vencedores da prova -, já que Bob Jungels é o senhor que se segue e está a 52 segundos, as duas passagens pelo Malhão deixam sempre tudo em aberto, principalmente se as diferenças se mantiverem. (Pode conferir aqui as classificações)
Este sábado é dia novamente para os sprinters, ou seja Arnaud Démare e Dylan Groenewegen partem como favoritos, com o campeão francês da FDJ a ter contas a ajustar com o holandês da Lotto-Jumbo, depois da derrota em Lagos. Agora será Tavira o palco, depois de 199,2 quilómetros (a etapa mais longa), que começam em Almodôvar às 12:00.
Em 2016, Thomas teve a oportunidade de ser líder na última Volta a Itália, contudo, acabou por não se perceber como é no papel de maior destaque. Partilhou-o com Mikel Landa, mas só tinha de pensar nele e os companheiros estavam com ele. Não havia divisões. Mas há momentos assim, em que tudo parece ser perfeito e se transforma num pesadelo. Thomas treinou com Chris Froome e chegou ao Giro100 numa grande forma. Tudo correu mal quando menos esperava porque uma moto da polícia parou no pior dos locais. Acabou por abandonar, esperando regressar em 2018. Froome "tramou-o" e escolheu o Giro. Thomas reagiu e disse que se for ao Tour, não quer apenas um lugar de gregário. Como líder indiscutível, provavelmente só na Vuelta. Claro que está a espera, como todo o mundo do ciclismo, de saber como fica resolvido o caso do salbutamol de Froome. Thomas merece mais do que ter de esperar assim.
Terceiro na Fóia e agora vencedor no contra-relógio, Thomas entra para um lote invejável de vencedores do esforço individual na Algarvia. Senão vejamos e recuando até 2010: Jonathan Castroviejo (na altura campeão europeu em título), Fabian Cancellara, Tony Martin (três vezes), Michal Kwiatkowski, Bradley Wiggins e Luis León Sánchez. Ganhou algum tempo no percurso muito técnico de 20,3 quilómetros de Lagoa e que deixou muita boa gente fora da luta pela geral. Richie Porte (BMC), Louis Meintjes (Dimension Data) e Daniel Martin (UAE Team Emirates), por exemplo, foram uma desilusão, perdendo mais de dois minutos.
Quem está na corrida é Nelson Oliveira. O ciclista da Movistar subiu bem na Fóia e agora fez-se valer da sua principal qualidade para entrar no pódio, a 32 segundos de Geraint Thomas. Foi quinto na etapa e irá certamente receber um enorme apoio quando as decisões chegarem ao Malhão, no domingo. Oliveira tem demonstrado que está mais competitivo nas subidas e se Thomas e Kwiatkowski até têm tudo para decidir entre eles a Volta ao Algarve - estamos a falar de dois vencedores da prova -, já que Bob Jungels é o senhor que se segue e está a 52 segundos, as duas passagens pelo Malhão deixam sempre tudo em aberto, principalmente se as diferenças se mantiverem. (Pode conferir aqui as classificações)
Este sábado é dia novamente para os sprinters, ou seja Arnaud Démare e Dylan Groenewegen partem como favoritos, com o campeão francês da FDJ a ter contas a ajustar com o holandês da Lotto-Jumbo, depois da derrota em Lagos. Agora será Tavira o palco, depois de 199,2 quilómetros (a etapa mais longa), que começam em Almodôvar às 12:00.
Tavira já viu Marcel Kittel e André Greipel ganharem e é uma das cidades que chama muito público. No entanto, sendo uma etapa que se espera que siga o habitual guião de tentativa de fuga e depois chegada em grupo - claro que falamos de ciclismo e ser previsível não é facto adquirido -, as expectativas estão em alta a pensar na conclusão de uma Volta ao Algarve que está a ser de grande qualidade.
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