13 de fevereiro de 2018

Chegou o momento do ano de ver alguns dos melhores do mundo de perto

(Fotografia: Volta ao Algarve/Federação Portuguesa de Ciclismo)
Nada melhor do que começar o ano com uma corrida em que se recebe alguns dos melhores ciclistas do mundo. Passamos meses a vê-los na televisão, a lutar na clássicas, a sofrer nas grandes voltas, mas durante cinco dias eles estão nas estradas algarvias. Durante cinco dias estão ali, ao alcance dos muitos fãs que os tratam sem hesitação pelos nomes, que procuram as selfies, ainda há quem peça uns autógrafos e, claro, os bidões! A nível competitivo, pode ser o início de temporada e todos os corredores estão à procura do seu melhor momento de forma. Uns apontam já às clássicas, mas este ano a Volta ao Algarve tem um lote muito interessante de ciclistas de provas por etapas. É uma edição menos forte a nível de sprinters, mas a luta pela vitória promete espectáculo, pois nada melhor do que ganhar forma... a ganhar corridas!

Primoz Roglic pode-se considerar a grande ausência, visto ter sido o vencedor em 2017. A Lotto-Jumbo é bem provável que se concentre mais nos sprints, pois Dylan Groenewegen - que no último Tour venceu a etapa nos Campos Elísios - quer dar um passo em frente na carreira e colocar-se definitivamente entre os melhores, em todas as provas. O holandês foi penalizado na Volta ao Dubai por ter ficado demasiado tempo atrás do carro enquanto recuperava terreno depois de um furo e quer esquecer o momento que poderá ter-lhe custado o triunfo competição. As atenções na geral vão concentrar-se na dupla da BMC Richie Porte (um dos antigos vencedores em provas) e Tejay van Garderen (e atenção a Dylan Teuns), Daniel Martin (que faz a sua estreia pela UAE Team Emirates), Louis Meintjes (Dimension Data), Simon Spilak (Katusha-Alpecin), Bob Jungels (Quick-Step Floors), Bauke Mollema (Trek-Segafredo), José Herrada (Cofidis) e, claro, a dupla da Sky e que já venceu a Algarvia: Michal Kwiatkowski e Geraint Thomas.

Qual deles o mais favorito? É aqui que entra a questão do início de temporada. Haverá sempre ciclistas que irão procurar mais rolar, enquanto haverá aqueles que quererão resultados. Daniel Martin, por exemplo, não sabe o que é apenas estar na corrida e em 2017 venceu na Fóia. O irlandês gosta sempre de se mostrar. Atitude idêntica deverá ter José Herrada, agora que saiu da Movistar e encontrou outra liberdade para liderar na Cofidis. Kwiatkowski poderá apresentar-se com um nível de forma mais avançado que o colega Thomas, já que aponta a uma boa época de clássicas. Na BMC é difícil escolher! Mas pode-se dizer que Van Garderen bem precisas de vitórias. A concorrência ameaça ser forte de Jungels que admitiu que vem a Portugal cheio de intenções.

(Texto continua em baixo)




Outros nomes a ter em atenção são o reforço da Movistar Luis Sepúlveda, Jan Polanc (UAE Team Emirates) e o jovem talento holandês Sam Oomen, que tem apenas 22 anos, mas é de uma qualidade admirável. É certamente um forte candidato a vencer pelo menos a juventude.

Será que podemos ter um sucessor de João Cabreira, o último português a vencer a Algarvia em 2006? Será uma missão difícil, mas ainda ninguém se esqueceu de como Amaro Antunes ganhou há um ano no Malhão. Pelo menos para uma vitória de etapa há candidatos. José Gonçalves, por exemplo, deverá ter liberdade e Tiago Machado aparece motivado depois de vencer a Prova de Abertura Região de Aveiro. Nelson Oliveira apontará ao contra-relógio, Nuno Bico procurará mostrar-se e não seria de surpreender vê-lo em fugas. Inevitavelmente muitas sas atenções centrar-se-ão no campeão nacional Ruben Guerreiro.

Depois do nono posto no Tour Down Under, 20º na Cadel Evans Great Ocean Race e quarto na Herald Sun Tour, Ruben Guerreiro está claramente a querer fazer um fortíssimo arranque de temporada. Candidato à juventude é o português que está na pole-postiton para fazer os adeptos nacionais sorrir.

Rafael Reis e Joaquim Silva estarão a liderar a Caja Rural e quanto às equipas nacionais, é um espanhol que procurará surpreender. Vicente Garcia de Mateos quer dar uma vitória em casa ao Aviludo-Louletano-Uli. César Fonte (W52-FC Porto) poderá ter alguma liberdade, apesar da liderança de Gustavo Veloso, esperando-se que esteja completamente recuperado da queda na Prova de Abertura, há semana e meia. João Benta (Rádio Popular-Boavista) estará à espreita na Fóia e no Malhão e Rinaldo Nocentini (Sporting-Tavira) começou o ano com duas vitórias no Gabão e já na edição passada apresentou-se forte na Algarvia, terminando na nona posição. Edgar Pinto foi décimo, mas em 2018 estará mais à procura de recuperar sensações depois da violenta queda da Volta a Portugal, que lhe colocou um ponto final na temporada.

Regressando aos sprinters. Desta feita não haverá André Greipel, Mark Cavendish, Nacer Bouhanni, Fernando Gaviria, nem Marcel Kittel (o alemão esteve na Algarvia há dois anos). Porém, Groenewegen terá a concorrência do campeão francês Arnaud Démare (FDJ) que está a fazer uma preparação diferente, pois está com ideias muito fixas em ganhar clássicas. Junta-se ainda o norueguês Edvald Boasson Hagen (Dimension Data). Zdenek Stybar poderá tentar intrometer-se para continuar a senda vencedora da Quick-Step Floors, que terá um joker: Philippe Gilbert. Talvez não se veja muito do belga, mas também é dos ciclistas poderá animar alguma etapa, apostando talvez numa fuga.

Para quem quiser acompanhar ao vivo aqui fica o altimetria e o mapa da primeira etapa, que arranca em Albufeira às 12:05, com a meta a estar colocada em Lagos (192.6 quilómetros). Na televisão, o Eurosport 2 e a TVI24 encarregam-se de levar as emoções da Algarvia a 120 países.




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