23 de fevereiro de 2018

Lobato pensou que a carreira tinha terminado, mas equipa italiana deu-lhe uma nova oportunidade

(Fotografia: Nippo-Vini Fantini-Europa Ovini)
Ser despedido por recorrer a medicamentos não autorizados pelos médicos da equipa é meio caminho andado para colocar a carreira em risco. Juan José Lobato percebeu isso mesmo. Pode não ter perdido a esperança de que alguém lhe voltasse a dar a mão, mas admite que pensou o pior. O espanhol vai ter uma nova oportunidade que lhe é dada pela Nippo-Vini Fantini-Europa Ovini e tem bem a noção que não a pode desperdiçar. "Os triunfos não se podem prometer, mas posso garantir que vou deixar a pele para lhes agradecer a confiança depositada em mim", salientou o ciclista.

Depois da Lotto-Jumbo ter terminado o contrato quando descobriu que o espanhol e mais dois ciclistas tinham ingerido medicamentos para dormir não autorizados pela equipa - mas legais, pois não foi colocado em causa a violação do regulamento anti-doping -, Lobato esteve dois meses a treinar perante a incerteza se, aos 29 anos, voltaria a receber um contrato. A equipa holandesa manteve os jovens Antwan Tolhoek e Pascal Eenkhoorn, mas não perdoou Lobato. "Foram uns meses muito difíceis e que cheguei a pensar que a minha etapa como profissional tinha acabado. Porém, não deixei de treinar com a esperança de encontrar uma equipa que confiasse em mim", afirmou, num texto publicado nas redes sociais.

"Confiança" é a palavra-chave nesta nova fase de Lobato, que bem precisa de a reconquistar. O espanhol foi encontrado no estágio da equipa, em Dezembro, a dormir sem que os responsáveis o conseguissem acordar. Antes já os dois jovens holandeses tinham levantando suspeitas por comportamentos estranhos. Os três chegaram a ser transportados para o hospital, com Lobato e Eenkhoorn a passarem a noite sob observação.

Seria o segundo ano de Lobato na Lotto-Jumbo, depois de três na Movistar. O espanhol foi à procura de mais liberdade para obter os seus resultados, mas não confirmou as expectativas, somando apenas uma vitória, na primeira etapa do Tour de l'Ain. Na Nippo-Vini Fantini-Europa Ovini, Lobato certamente que terá a sua liberdade, mas na apresentação foi destacado como será um membro importante para ajudar os líderes.

"Conheço as razões que levaram a Lotto-Jumbo e o Juan a chegarem a acordo e depois de ter recebido garantias da equipa do comportamento do atleta durante 2017 que, apesar de uma fase complicada da sua carreira, mostrou ser profissional durante a época, decidimos dar-lhe uma segunda hipótese", referiu Franceso Pelosi, director geral da Nippo-Vini Fantini-Europa Ovini. O responsável explicou que no ano passado Lobato separou-se da mulher pouco depois do nascimento do filho e que sofreu a perda de um "familiar e mentor no ciclismo", que morreu aos 43 anos.

"O Juan José percebeu completamente como trabalhar nas equipas que colocam as regras como base do projecto. Por essa razão, estou convencido que ele já pagou pela distracção que cometeu e que nunca irá repetir os mesmos erros. Agora só precisa desta nova oportunidade e desta nova camisola para voltar a brilhar e continuar a sua bela e promissora carreira", disse Pelosi.

A Nippo-Vini Fantini-Europa Ovini é uma parceria entre empresas italianas e japonesas, que pelo segundo ano consecutivo ficou de fora dos convites para a Volta a Itália. No entanto, estará presente na Strade Bianche, Tirreno-Adriatico e no primeiro monumento do ano, Milano-Sanremo. Damiano Cunego é a grande figura da equipa  do escalão Profissional Continental e que tinha previsto retirar-se após o Giro, mas o plano terá de ser alterado depois de saber que não estará presente por falta de um wildcard.


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