(Fotografia: Chris Auld Photography/BMC) |
Não há razões para se preocupar, mas o início das clássicas não foi o desejado por Greg van Avermaet. O belga avisou que se sentia melhor e que estava mais em forma do que em 2017, contudo, apesar de se ter mostrado na frente das corridas, acabou com resultados discretos. E é fácil explicar porquê. Avermaet foi o principal alvo das atenções de toda a concorrência, estatuto que normalmente pertence a Peter Sagan. O eslovaco adiou este ano o seu início nesta fase da temporada para o próximo sábado, falhando as duas primeiras corridas este fim-de-semana. Avermaet disse logo que preferia ter o seu grande rival em prova e tinha razão.
Nos últimos dois anos, o belga começou as clássicas deixando Sagan em segundo na Omloop Het Nieuwsblad. Apenas dois exemplos do eslovaco ser sido batido por Avermaet. É já uma das rivalidades que não se esquecerá e a prova como ter ciclistas de elevado nível como adversários, não só traz o melhor de cada um ao de cima, como, no caso de belga, o ajuda mesmo a vencer. "Parece estranho dizer, mas às vezes é mais fácil ter alguém como ele contigo, do que se ser o favorito para que todos olham. Acho que vai ser mais difícil." A frase foi de facto um prenúncio do que se veio a ver tanto na Omloop, no sábado, como este domingo na Kuurne-Bruxelles-Kuurne.
O que Avermaet disse ainda, explica bem o porquê de querer ter Sagan rapidamente ao seu lado: "Para mim não é uma vantagem o Peter não estar. Gosto de correr com o Peter. Ele abre a corrida e pedala a todo o gás." Esta é uma característica que marca de facto o tricampeão mundial e que tanto faz dele um dos melhores ciclistas, como também lhe traz muitos dissabores, pois trabalha tanto, para depois, por vezes, perder no último esforço.
Avermaet soube usar esta característica de Sagan a seu favor e bem sentiu a falta do rival. Depois da Omloop, corrida na qual andou na frente, mas não conseguiu discutir a vitória - foi 50º a 12 segundos de Michael Valgren (Astana) - o belga referiu como houve ataques, mas não houve cooperação no grupo que se formou na frente. Disse como tentou atacar, mas não quis ser apenas ele a puxar, enquanto todos ficavam na sua roda... Faltou-lhe Sagan!
Na Kuurne-Bruxelles-Kuurne ficou na 56ª posição, numa corrida decidida ao sprint. Avermaet ainda se mostrou, mas rapidamente percebeu que dificilmente seria o seu dia. Ele vestiu a pele de Sagan e não foi agradável ver-se no papel de alvo a abater, ou pelo menos de alvo a receber muita (quase toda) a atenção. Na perspectiva dos adversários, os seus ataques eram para ser anulados ou aproveitados para ter uma roda a seguir, não para cooperar numa fuga. E pensamos: sina de Sagan!
Mas, como se começou este texto, não há razões para se preocupar. Até haverá muitas ilações a tirar. É que mesmo quando tiver Sagan a seu lado, Avermaet vai continuar a estar debaixo de olho da concorrência. É o preço de ter começado a ganhar muito e em grande em 2016 e 2017. O campeão olímpico está a apontar as baterias à Volta a Flandres, depois de ter conquistado o seu primeiro monumento no Paris-Roubaix. Quebrou um enguiço que estava difícil, mas é Flandres que mais quer. Ele e Sagan até se aliaram no ano passado para perseguir Philippe Gilbert, mas aquele casaco nas grades traiu os dois. Sagan caiu e levou com ele o belga. Aliás, os dois belgas, pois Oliver Naesen também lá estava.
As boas notícias para Avermaet (e para quem gosta de clássicas) é que Peter Sagan estará de volta no sábado, na Strade Bianche, e andará de "mãos dadas" no calendário com o rival até à Amstel Gold Race. Ou seja, depois da corrida do sterrato virá o Tirreno-Adriatico, Milano-Sanremo, E3 Harelbeke, Gent-Wevelgem, Volta a Flandres, Paris-Roubaix e depois, então, a corrida que abre a semana das Ardenas. Antes de Roubaix, Sagan estará na Scheldeprijs, já Avermaet prefere saltar essa competição.
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