2 de fevereiro de 2018

Teklehaimanot desce de escalão, mas já tem equipa

(Fotografia: Pymouss/Wikimedia Commons)
Era um ilustre desempregado no ciclismo, mas não tinha perdido a esperança de ainda conseguir uma equipa de referência para 2018, depois de ter ficado surpreendido pela Dimension Data não ter renovado o seu contrato. Daniel Teklehaimanot desceu ao escalão Profissional Continental, mas ficou numa das melhores, com presença garantida na Volta a França. A Cofidis reforçou a sua estrutura para a montanha com um ciclista talentoso, mas que tem sentido dificuldade em confirmar as enormes expectativas criadas, quando em 2015 vestiu a camisola da montanha do Tour por uns dias.

"Acabámos de recrutar um ciclista do World Tour e tenho a certeza que as suas qualidades de trepador e de [corredor] de ataque vão permitir o grupo atingir um novo nível", afirmou o novo responsável da equipa francesa, Cédric Vasseur. O eritreu, de 29 anos, limitou-se a escrever no Twitter: "Obrigada Cofidis por abrir a porta." E Teklehaimanot mal vai ter tempo para se adaptar ao novo equipamento! O ciclista irá competir já a partir de terça-feira na Volta ao Dubai, substituindo Geoffrey Soupe. Junta-se então a Nacer Bouhanni, Loic Chetout, Nicolas Edet, Cyril Lemoine, Daniel Navarro e Bert Van Lerberghe. O restante calendário irá ser confirmado mais adiante, mas o eritreu deverá ficar naquela zona do globo e participar também na Volta a Abu Dhabi.

Teklehaimanot foi uma das figuras africanas que contribuiu para a notoriedade que a então MTN-Qhubeka ganhou, tendo depois subido com a equipa ao World Tour. O nome mudou para Dimension Data, foram contratados ciclistas de maior mediatismo, como Mark Cavendish, mas o ciclista eritreu foi mantendo o seu espaço. Contudo, os resultados foram muito irregulares, com Teklehaimanot a ter a capacidade para estar ao melhor nível em certos dias, mas a desaparecer por completo noutros.

Em Janeiro, o ciclista afirmou ao L'Equipe que pensava que era um erro quando o seu contrato não foi renovado, salientando que não entendia o que tinha acontecido. A BMC chegou a ser falada como uma das possíveis interessadas, mas foi um rumor nunca confirmado. Teklehaimanot continuou a treinar, sem perder a esperança que um contrato chegasse. Vasseur acabou por ver no ciclista uma possibilidade de ter uma estrutura mais equilibrada, sem depender tanto do sprinter Nacer Bouhanni, como pretende.

Numa entrevista ao L'Equipe, Vasseur confirmou novamente que Bouhanni irá continuar a ser, naturalmente, uma das referências, mas a aposta será diferente. A primeira mudança passou por reduzir o seu "comboio", com o responsável a considerar que não estava a resultar para o sprinter, que se via muitas vezes fechado nos últimos metros. "A equipa trabalha durante a corrida e no final são os instintos do sprinter que fazem a diferença. O Nacer não precisa de seis corredores à sua volta, nem precisa de Christophe Laporte para ser o seu lançador para ganhar corridas de importância média", salientou Vasseur, justificando porque Laporte tem um calendário que difere do de Bouhanni neste início de temporada.

De recordar que a Cofidis é uma das equipas que estará na Volta ao Algarve, mas, para já, só o espanhol Luis Ángel Maté aparece com a prova portuguesa no seu calendário.


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