4 de dezembro de 2018

Última Ceia na versão ciclismo

(Imagem: © David Law/Hommage au Vélo)
Estamos naquela fase do ano em que há um autêntico bombardeamento de sugestões de prendas de Natal para os amantes de ciclismo. Equipamentos, sapatos, ciclocomputadores, ou algo diferente como uma almofada a dizer Tour de Sofá! Não é fácil encontrar-se algo original, mas quando se vê uma Última Ceia com Peter Sagan no lugar de Jesus Cristo e um Lance Armstrong no de Judas, com outros grandes nomes da modalidade a ocuparem os lugares dos restantes apóstolos, é algo que dificilmente poderia passar despercebido.

A primeira coisa que se pensa é que o ciclismo é como uma religião para muitos e esse foi precisamente um dos aspectos em que se inspirou o autor, David Law, dono da Hommage au Vélo. "[Escolhi] a Última Ceia porque queria misturar a religião com o ciclismo. Muitas pessoas vêem o ciclismo como algo quase religioso, uma experiência religiosa quando anda de bicicleta, e os fãs olham para os seus heróis do desporto como deuses. Por isso, eu quis um quadro muito famoso para ser interpretado com ciclistas", explicou ao Volta ao Ciclismo.

A escolha recaiu na obra de Leonardo da Vinci e a selecção dos corredores não foi nada ao acaso. São alguns dos grandes nomes dos últimos 20 anos e que marcaram David Law. Para o autor, no lugar de Jesus Cristo só podia estar representado Peter Sagan, por este ser um ícone moderno. O eslovaco está vestido com a camisola de campeão do mundo, que envergou durante os últimos três anos. De um lado estão os voltistas, do outro os sprinters e os homens das clássicas, que fazem então a vez dos apóstolos.

Começa-se com Vincenzo Nibali na ponta, seguindo-se Alberto Contador e Chris Froome a medir forças, como tantas vezes o fizeram na estrada até à retirada do espanhol no ano passado. Depois vem Lance Armstrong, sentado no lugar que na versão original pertence a Judas. Não são necessárias mais explicações quanto a esta escolha! Ao seu lado estão os seus rivais de então, Jan Ullrich e Marco Pantani.

Do outro lado da mesa, vê-se Mario Cipollini a ver uma Playboy. Segue-se Mark Cavendish com o equipamento da HTC, equipa na qual viveu a melhor fase da sua carreira. Fabian Cancellara está a ler um guia de engenharia mecânica, numa alusão às suspeitas que recorreu a um motor na bicicleta para ganhar a Volta a Flandres em 2010. David Law considera que ninguém pode acreditar que tal foi verdade, sendo apenas uma piada a quem teima em reavivar essas suspeitas.

Bradley Wiggins fica do lado dos homens das clássicas e não dos voltistas, apesar de ter ganho o Tour. Como para Law não é segredo que o britânico teria optado por este tipo de corridas se tivesse tido essa escolha, então o seu lugar é naquele lado da mesa a olhar para um dos maiores especialistas: Tom Boonen. O belga aparece com o equipamento de campeão nacional, numa animada celebração porque afinal sempre gostou de um bom champanhe. A fechar está mais uma lenda belga do pavé: Johan Museeuw.

Mais um pormenor é o cenário. As bicicletas, as camisolas, mas, olhando pelas janelas, é o Mont Ventoux o local representado. "É simplesmente a subida mais famosa na Volta a França. Queria situar a ceia num local que fosse icónico para o ciclismo e penso que o Mont Ventoux é esse sítio", explicou.

A pintura está à venda no site da Hommage au Vélo (que pode ver neste link). Pode-se escolher com moldura ou sem moldura e nos tamanhos 30x60 cm ou 50x100. O preço varia entre as 75 e as 250 libras (cerca de 84 e 280 euros).


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