21 de dezembro de 2018

Aru? Astana teve um Super-Homem López, Valgren, Sánchez, Bilbao, Fraile, Lutsenko...

(Fotografia: Facebook Astana Pro Team)
Zangado com Fabio Aru por não ter renovado e avisado tarde de mais para ser substituído, segundo a versão de Alexander Vinokourov, o director da Astana viu a sua equipa reagir com uma época fortíssima, boas vitórias e um Miguel Ángel López a deixar bem claro que o seu chefe pode ficar descansado quanto às três semanas. Foi terceiro no Giro e na Vuelta.

Já Jakob Fuglsang foi novamente o ciclista regular, capaz de um lugar entre top 20 ou eventualmente um top 10, mas não é opção para discutir uma grande volta, não surpreendendo que tenham sido contratados os irmãos Izagirre para se juntarem a López nesse papel. Mas antes de pensar em contratações, a equipa viveu uma fase de sobressalto quando Vinokourov afirmou que o governo cazaque não tinha pago a verba destinada à equipa para 2018, pelo que a formação estava a viver das poupanças e os salários não estavam a ser pagos. Horas depois de se conhecer esta situação, Michael Valgren venceu a Omloop Het Nieuwsblad, num dos grandes momentos de 2018. Era a quinta vitória do ano, a mais importante até então e, principalmente, o quebrar definitivo com um ano anterior em que os triunfos custaram tanto a aparecer.

A morte de Michele Scarponi continuou a ter a sua influência entre os ciclistas da Astana, que não o esquecem, homenageando-o na Volta aos Alpes (a sua última corrida em 2017) com três vitórias de etapa. Quando a situação financeira foi dada como resolvida em Maio - alguns ciclistas e membros do staff chegaram a dizer que receberam sempre os ordenados -, com o financiamento a ser garantido por mais dois anos, a Astana já ia com 14 vitórias!

Algumas eventuais saudades de Aru rapidamente se dissiparam. Nas grandes voltas, além dos pódios de López, houve ainda duas vitórias de etapas no Tour, por Omar Fraile e Magnus Cort. Luis Léon Sánchez (a queda no Tour foi uma pena, pois aparecia em forma), Pello Bilbao - o parceiro perfeito para López e que pode dar ainda mais à equipa quando lhe é dada liberdade (duas vitórias em 2018) - e Alexey Lutsenko foram outros nomes a colocarem constantemente a Astana no topo.


Ranking: 6º (7859 pontos)
Vitórias: 31 (incluindo duas etapas no Tour, a Omloop Het Nieuwsblad e a Amstel Gold Race)
Ciclista com mais triunfos: Alexey Lutsenko (4)

E não deixa de impressionar um pouco como uma equipa é simplesmente a "cara chapada" do que era o seu director enquanto ciclista. Tantas foram as vitórias das 31 de 2018 com ataques cirúrgicos, como tanto gostava de correr Vinokourov. A equipa conseguiu ter a capacidade de muitas vezes colocar dois ou três corredores entre os pequenos grupos que decidiriam as corridas, o que lhe dava uma superioridade táctica que raramente desperdiçou.

A saída de Valgren para a Dimension Data é uma perda importante - o dinamarquês venceu também a Amstel Gold Race -, mas a Astana não perderá a sua identidade de tentar vencer à base de ataques, com o objectivo de ganhar uma grande volta a estar novamente entre os principais, para não dizer mesmo ser o principal. López, o Super-Homem do pelotão, demonstrou que está mais do que preparado para tentar discutir o primeiro lugar. O problema do colombiano de 24 anos nesta época foi ter começado menos bem tanto o Giro como a Vuelta. Teve sempre de fazer recuperações. Se conseguir ser mais regular e não perder tanto tempo no início, então será um ciclista com pretensões mais do que justificadas a vencer estas duas corridas, que estão novamente no seu calendário. O Tour ficará para os Izagirre e Fuglsang.

A Astana também terá um Alexey Lutsenko preparado para mais responsabilidade, esperando certamente de Davide Villella mais e melhor. O italiano de 27 anos tem muito potencial, mas os anos passam e demora a aparecer ao nível que se sabe ter capacidade. A espaços vê-se como Villella pode andar entre os melhores, ele que pode lutar por triunfos em clássicas e ser aquele ciclista de perseguir etapas que Vinokourov sempre escolhe. Villella venceu a Volta a Almaty, mas não é isso que lhe coloca um ponto mais positivo na temporada.

Permanências: Miguel Ángel López, Jakob Fuglsang, Alexey Lutsenko, Pello Bilbao, Dario Cataldo, Magnus Cort, Omar Fraile, Jan Hirt, Luis León Sánchez, Davide Villella, Zhandos Bizhigitov, Laurens de Vreese, Daniil Fominykh, Yevgeniy, Dmitri Gruzdev, Hugo Houle, Yuri Natarov, Nikita Stalnov, Artyom Zakharov e Andrey Zeits.

Contratações: Ion Izagirre (Bahrain-Merida), Gorka Izagirre (Bahrain-Merida), Manuele Boaro (Bahrain-Merida), Merhawi Kudus (Dimension Data), Hernando Bohórquez (Manzana Postobón), Davide Ballerini (Androni Giocattoli-Sidermec), Jonas Gregaard Wilsly (Riwal CeramicSpeed), Rodrigo Contreras (EPM) e Yuriy Natarov (Astana City).

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