12 de dezembro de 2018

McLaren entra no ciclismo

(Fotografia: McLaren)
Como equipa de Fórmula 1 é uma de maior sucesso da história, ainda que os últimos anos não tenham sido ricos em vitórias. Agora a McLaren vai entrar no ciclismo com o objectivo bem claro de transformar a Bahrain-Merida numa das equipas mais fortes do pelotão. O nome da formação permanece o mesmo, pelo menos em 2019, mas o orçamento vai receber um bem-vindo reforço, além da tecnologia que a marca quer que contribua para explorar o melhor da máquina (leia-se bicicleta) e do homem.

Não deixou de ser curioso que o acordo entre McLaren e Bahrain-Merida tenha sido anunciado no dia em que se soube que a toda poderosa Sky vai perder o seu patrocinador, aproximando-se um 2019 incerto para a equipa britânica. Coincidência ou não, também pouco importa na perspectiva da equipa do Médio Oriente. O importante é que no seu terceiro ano de existência pode dar um salto que a faça ficar mais próxima do sonho de ganhar uma grande volta e continuar a afirmação noutras grandes corridas, começando cada vez mais a pensar na vida além de Vincenzo Nibali.

A McLaren salientou que esta parceria, de 50-50, está assente "em três áreas chaves: colaboração técnica, performance humana de alto nível e serviços de marketing e comercial, que serão elaborados através da McLaren Applied Tecnologies" e pelo grupo especializado em marketing.

Esta não é a primeira experiência da marca no ciclismo. A McLaren colaborou com a Specialized no design e criação de uma bicicleta e, aquando dos Jogos Olímpicos de Londres, aliou-se à equipa olímpica britânica para ajudar não só no ciclismo, mas também no remo, canoagem e vela. De recordar, que Bradley Wiggins foi campeão olímpico de contra-relógio nesse ano e Chris Froome ficou com a medalha de bronze, ao que acresce as conquistas na vertente de pista: sete medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze.  Lizzie Armitstead ficou com a prata na prova de estrada. Todas estas colaborações foram sempre através da McLaren Applied Tecnologies.

Os trabalhos com os ciclistas da Bahrain-Merida, que está a estagiar na Croácia, já começaram com Rohan Dennis e Vincenzo Nibali em destaque. A marca irá também estar mais próxima da Merida, que fornece as bicicletas. Apesar do contrato terminar no final de 2019, o objectivo passará por continuar a contar com Merida como parceira nas temporadas seguintes.

Esta nova parceria foi bem recebida pelo Xeque Nasser Bin Hamad Al Khalifa, mentor da Bahrain-Merida, e pelo director geral da estrutura, Brent Copeland. "A McLaren tem estado  há décadas a elevar a fasquia na inovação tecnológica e na performance desportiva . A combinação da nossa paixão e visão para a Bahrain-Merida ser uma equipa vencedora, com a perícia e dedicação da McLaren, é uma parceria perfeita", salientou Copeland, no comunicado divulgado.

John Allert, o director de marketing, referiu como a McLaren já procurava entrar no ciclismo há algum tempo. Para o responsável, a Bahrain-Merida tem "a visão e abordagem certa para o futuro". "Iremos trabalhar incansavelmente nos próximos meses, pois sabemos que o mundo do ciclismo profissional é a casa de alguns dos melhores atletas e de equipas competitivas no mundo do desporto", salientou. Acrescentou que "o que a Bahrain-Merida alcançou em menos de dois anos é muito impressionante".

Não se sabe o que significará a nível de valores monetários, mas é mais um passo de uma equipa que Nasser Bin Hamad Al Khalifa quer ver ganhar uma grande volta e afirmar-se no topo mundial. Para 2019, a Bahrain-Merida contratou Rohan Dennis, Damiano Caruso e Dylan Teuns à BMC, Phil Bauhaus à Sunweb, Jan Tratnik à CCC e o britânico Stephen Williams recebeu um contrato depois de estagiar na equipa, depois de passar pela SEG Racing Academy.

A McLaren é das equipas com mais títulos na Fórmula 1, mas desde a vitória de Lewis Hamilton em 2008 que não consegue reencontrar-se com o sucesso. Agora vai acelerar no ciclismo.

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