9 de setembro de 2017

Crowdfunding acabou mesmo por salvar a Cannondale-Drapac

A precisar de sete milhões de dólares (quase seis milhões de euros) para garantir a continuidade da equipa em 2018, Jonathan Vaughters, tentou um acto já perto do desespero. Criou uma campanha de crowdfunding para tentar angariar algum desse dinheiro, de forma a manter a Cannondale-Drapac na estrada. Parecia uma tentativa condenada ao fracasso por parte do director, ainda que até já tenha reunido mais de 500 mil dólares. Porém, o crowdfunding acabou mesmo por salvar o conjunto americano. Ao saber da iniciativa, uma empresa sueca quis saber mais sobre a equipa e vai mesmo tornar-se no principal patrocinador. É um respirar de alívio, duas semanas depois dos ciclistas e staff terem recebido um e-mail a dizer que estavam livres para procurar novas equipas, mesmo tendo contrato por mais temporadas com a Cannondale-Drapac.

Foi um choque para muitos. Michael Woods, por exemplo, admitiu que a notícia estava a afectar o seu rendimento na Volta a Espanha, ainda que o canadiano vá terminar na sétima posição da geral. Rigoberto Uran, que tinha já assumido uma renovação de contrato, deu 15 dias para que a situação fosse resolvida antes de estudar propostas, enquanto outros, como Sep Vanmarcke, começaram imediatamente a olhar para as suas escolhas no mercado. Com a incerteza a dominar, para os ciclistas que estavam na Vuelta tornou-se praticamente uma corrida para garantir um contrato. Porém, na sexta-feira surgiu a notícia que havia um novo e-mail. Desta vez dizia que os ciclistas que tinham vínculo contratual iriam ter de o cumprir. Tinha sido encontrado um patrocinador.

Vaughters fez este sábado o anúncio público  este sábado, sabendo-se que Uran e Vanmarcke vão mesmo continuar, mas Dylan van Baarle poderá não fazer o mesmo. Entretanto, já vários ciclistas tinham confirmado a sua saída, mesmo antes do anúncio da falta de dinheiro, porque estavam em final de contrato. Para Vaughters, aqueles que vão sair da equipa reflectem apenas um normal movimento no mercado de transferências. Andrew Talansky surpreendeu ao anunciar o final de carreira, mas Davide Formolo vai para a Bora-Hansgrohe, Davide Villella para a Astana, Alberto Bettiol irá representar a BMC, Tom-Jelte Slagter assinou pela Dimension Data e Kristijan Koren vai continuar a carreira na Bahrain-Merida.

A equipa em 2018 vai então chamar-se EF Education First-Drapac powered by Cannondale. Mais uma vez uma equipa do World Tour conseguiu salvar-se. As novelas repetem-se, mas lá vamos vendo uns finais felizes. Há um ano foi a Lampre-Merida de Rui Costa, agora a Cannondale-Drapac e também a Quick-Step Floors (está última não foi um caso tão problemático, já que o seu principal patrocinador sempre disse que manteria o apoio, "apenas" era preciso um reforço financeiro que terá sido garantido, faltando confirmação oficial, mas os contratos com os ciclistas já estão a ser renovados e Elia Viviani será reforço). 

"Estou bastante feliz e exausto", confessou Vaughters, que disse que nas últimas duas semanas trabalhou mais horas do que nunca, entre telefonemas e viagens, de forma a garantir o vital patrocínio. De recordar que durante a Volta a França foi anunciado a entrada da Oath, ficando ainda por anunciar um outro patrocinador forte que a equipa precisava. Esse alegado acordo acabou por não se tornar realidade. Surge então agora a EF Education First, empresa sueca de ensino de línguas, que promove estudos no estrangeiro. Tem escritórios e escolas em mais de 50 países, incluindo Portugal.


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