12 de setembro de 2017

Orica-Scott procura novo patrocinador

(Fotografia: Facebook Orica-Scott)
Resolveu-se o problema na Cannondale-Drapac, mas há outra equipa que procura uma solução, ainda que tenha uma garantia tranquilizadora. A Orica vai deixar de apoiar a estrutura australiana, como tinha anunciado há um ano, contudo, não há perigo, pelo menos para já, de extinção. O líder da GreenEdge garantiu que irá continuar a financiar tanto a equipa masculina, como a feminina e também a de sub-23, que está no escalão Continental. Nestes dois últimos casos, acresce a questão da saída da federação no apoio às formações.

O anúncio do adeus da Orica foi feito ainda em 2016, em Junho, com a garantia da empresa da indústria mineira que não abandonaria o projecto até ao final de 2017. A marca de bicicletas Scott entrou nesta época e tem contrato durante três anos. Já fornecia as bicicletas, mas escolheu dar também o nome na equipa. Mas é preciso mais. Os responsáveis da estrutura estão já no terreno para encontrar um patrocinador que preencha a vaga deixada pela Orica. Porém, parece haver neste momento uma total tranquilidade, pois já se prepara a próxima temporada. Mikel Nieve (Sky) e Matteo Trentin e Jack Bauer, ambos da Quick-Step Floors, são três nomes confirmados, com Johan Esteban Chaves e os gémeos Yates a serem novamente as apostas para as grandes voltas. Alguns ciclistas também renovaram, casos de Mathew Hayman, vencedor surpresa do Paris-Roubaix em 2016.

A continuidade da equipa feminina também não estará nada em causa. Foi uma das melhores do nível World Tour, somando 18 vitórias, sete das quais em corridas do principal escalão. Tal como a formação sub-23, também deixará de receber da federação, que se encontra em fase de reestruturação, depois de um Jogos Olímpicos com resultados aquém do esperado.

A Austrália é uma das potências no ciclismo de pista, mas nos últimos anos tem visto renascer também a sua vertente de estrada, muito por causa do trabalho da Orica-Scott, equipa que dá o nome actual ao projecto que nasceu na GreenEdge Cycling. Simon Gerrans, mais veterano, e a estrela em ascensão Caleb Ewan são duas das actuais referências, tal como Michael Matthews, que este ano foi para a Sunweb, mas cresceu como ciclista na estrutura da australiana.

As garantias do líder da GreenEdge, Gerry Ryan - que deu nome à equipa desde a criação em 2012, juntamente com a Orica, até ao ano passado -, são suficientes para continuar a trabalhar, já que Ryan terá mesmo dito que cobriria os valores necessários para manter as estruturas na estrada em 2018 e 2019. Porém, os responsáveis sabem como é importante não depender em demasia de uma "fonte", pelo que farão tudo para assegurar um novo patrocinador o mais rapidamente possível.

Desportivamente a equipa vai conquistando os seus resultados, apesar da aposta nas grandes voltas não ter igualado o sucesso de 2016 (destaque para os pódios de Chaves no Giro e na Vuelta).  Ainda assim são 29 vitórias em 2017, 10 do pequeno sprinter Ewan. No entanto, há também o lado da imagem, sendo a Orica-Scott uma equipa muito popular e das melhores a se apresentar junto dos fãs, muito à custa dos vídeos originais que partilham nas redes sociais e que permitem ver um outro lado do ciclismo profissional.

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