22 de setembro de 2017

Contador, as batatas fritas, os bolos e as pizzas. A vida pós-ciclismo

(Fotografia: Unipublic/Photogomez Sport)
Duas semanas passaram desde que Alberto Contador venceu no Angliru e daquela despedida sentida em Madrid. No entanto, continua no centro das atenções, principalmente por Espanha, onde se quer saber tudo o que anda a fazer um dos ídolos do país, agora que o ciclismo profissional faz parte do passado. Não se pode dizer que Contador esteja a ter uma vida normal. Afinal, tem-se desdobrado em entrevistas e viagens, incluindo até Jerusalém para a apresentação das três primeiras etapas do Giro, em Israel. Mas há pormenores que agora como ex-ciclista já pode fazer e outros que já não faz.

"Não tenho a escravidão de pesar-me todos os dias e já posso comer coisas habituais de toda a gente, como batatas fritas, bolos ou pizza", referiu um descontraído Contador ao programa El Partidazo, da rádio espanhola Cadena Cope. Andar de bicicleta não tem sido fácil. Só o fez uma vez depois da Vuelta, muito por culpa da falta de tempo, além da recuperação que precisou de fazer após três desgastantes semanas. Admitiu que o peso já subiu um pouco!

Têm sido dias de emoções fortes desde a vitória no Angliru, no penúltimo dia da Volta a Espanha. Apesar dos muitos pedidos para que corra mais um ano, Contador (com 34) tomou uma decisão irredutível. "Poderia ter corrido mais dois ou três anos, mas queria sair ao mais alto nível e não estar a perder o meu tempo. Foi o momento perfeito. Não poderia ter havido uma melhora despedida depois da Vuelta", salientou o agora ex-ciclista. E garantiu que se tivesse ganho a Volta a Espanha, teria colocado um ponto final na carreira na mesma. Contador lamentou aquele dia em Andorra, logo no início da corrida, que lhe tirou a oportunidade de lutar pela geral, acrescentando que havia interesse de outras equipas para que continuasse a competir em 2018, mas a questão financeira já era secundária nesta fase da carreira.

"'Mais um ano' é o que mais me têm dito desde que pendurei a bicicleta, mas também me têm agradecido por terem disfrutado [do que fiz] durante este tempo. Estou muito agradecido pelo carinho das pessoas e pela bonita despedida que me deram", salientou, referindo como tem sido abordado por pessoas de todas as idades.

Contador falou ainda como a família há muito lhe pedia para que se retirasse e o pai já não via as suas corridas há mais de seis anos. Nem assistiu à etapa no Angliru. O ex-ciclista explicou que os lhe são mais próximos sofriam de forma diferente ao vê-lo competir e era difícil verem-no, por exemplo, cair.

E é altura de começar a recordar os melhores e piores momentos: "Escolheria a entrada em Madrid [na última etapa da Vuelta], depois de muitos momentos vividos. Também escolheria a vitória no Tour Down Under em 2005, no meu regresso depois de sofrer um aneurisma cerebral." O problema de saúde que o afectou em 2004 está classificado como o pior momento, contudo, admite que também passou a ver a vida de forma diferente e que, enquanto estava no hospital, só pensava em regressar aos treinos.

Alberto Contador quer agora começar a dedicar-se mais à sua fundação e à equipa Profissional Continental que vai surgir em 2018. Porém, irá dedicar-se muito a uma luta que o marcou: ajudar quem como ele sofreu um aneurisma cerebral.



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